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Marius Titus, o filho de Roma

Sendo um dos principais exclusivos desta primeira leva do XBox One, Ryse: Son of Rome brilha em alguns aspectos e falha em outros. Sabe como ficou o jogo da crytek lendo a nossa análise.

10 anos atrás

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Durante a E3 de 2010 a Crytek anunciou o Codename: Kingdoms, um jogo que chamou a atenção por duas promessas, nos levar a uma realista recriação do império romano e principalmente, ser a primeira criação com uma jogabilidade mais complexa para o Kinect.

Pouco depois aquele game mudou de nome e sem que maiores notícias sobre ele fossem dados por um longo tempo, começaram a surgir rumores de que o projeto havia sido transferido para o novo console da Microsoft, o que acabou se confirmando e para desespero de alguns e alegria de outros, agora ele usaria um sistema tradicional de controles.

Carregando consigo a responsabilidade de ser um dos pioneiros da oitava geração de consoles, Ryse: Son of Rome chegou cercado de expectativas, muito devido aos belíssimos gráficos que vinham sendo mostrados nos vídeos de divulgação, mas também por abordar um período bastante interessante de civilização.

Com grande parte de sua ação acontecendo na Cidade Eterna, o jogo conta a história de Marius Titus, um soldado romano que vê o local em que cresceu ser invadido por bárbaros e após presenciar a morte de sua família, dá início a uma enorme busca por vingança, uma epopeia que devido as suas reviravoltas, lhe fará descobrir muito mais do que apenas conhecer a sensação de ter o sangue alheio na lâmina de sua espada.

ryse-son-of-rome-4Podemos dizer que Ryse é mais uma história de traições, descobertas e até um pouco de crítica social, mostrando que desde os tempos mais remotos aqueles que detêm o poder não estão muito preocupados com aquilo que acontece com o povo, mas sim em inflar seus egos e aproveitar seus subordinados para que consigam continuar no topo.

Se tudo isso lhe faz lembrar uma série estrelada por um Fantasma Espartano, saiba que as semelhanças vão muito além, desde os cenários gigantescos, com explosões e batalhas acontecendo a todo momento, até a sua jogabilidade, uma espécie de Beat 'em up em três dimensões, mas é justamente aí que reside o maior defeito do Ryse.

O problema é que embora a mecânica funcione adequadamente, tudo é simples demais, cabendo ao jogador apenas golpear, defender os ataques no momento certo ou desviar daqueles mais poderosos. Além disso, o jogo nos dá ainda a opção de finalizar os inimigos, mas novamente esbarramos na simplicidade, pois basta apartarmos os botões na sequência mostrada na tela para obtermos sucesso.

Aqui vale um adendo, pois se o jogador realizar os comandos corretamente ganhará alguns bônus, como experiência adicional ou ver sua sua barra de saúde ser reabastecida, caso contrário, a animação acontecerá da mesma forma, algo que passa a impressão de algo implementado em cima da hora e que tira muito da graça das execuções.

É verdade que o jogo tenta oferecer alguma variedade, principalmente nos momentos onde devemos dar ordens a grupos de soldados, mas infelizmente eles são escassos e não conseguem obter muito êxito em adicionar alguma estratégia às batalhas, até por sabermos que logo voltaremos ao esquema golpear-defender-esquivar.

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Já na parte técnica o título é um misto de esplendor e decepção, pois se a CryEngine 3 mostra toda a sua beleza no Xbox One e a direção artística brilha a todo momento, seja recriando as partes ricas e pobres de Roma ou nos entregando cenários variados quando adentramos a região da Bretanha, o mesmo não pode ser dito da dublagem brasileira, que sofre com atuações incapazes de passar o mínimo de emoção e que muitas vezes não consegue se decidir nem sobre a pronúncia dos nomes do personagens, algo bastante claro no caso da Boudica.

Após atravessar toda a campanha princiapl, a sensação é de que a Crytek tem nas mãos uma franquia com bastante potencial, mas que neste primeiro capítulo pecou pelo conservadorismo e principalmente, pela repetição. Ryse: Son of Rome tem um enredo que embora se aproveite de uma tática batida, que é utilizar a vingança para nos fazer simpatizar com a causa do protagonista, consegue despertar nosso interesse, além de possuir gráficos muito bonitos e uma temática capaz de conquistar muitas pessoas, portanto, se você estiver disposto a encarar a falta de variedade em sua jogabilidade, conseguirá aproveitar tudo isso.

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