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BlackBerry se complica: processo de venda naufraga, CEO é afastado e ações despencam

Fairfax Financial não consegue levantar os US$ 4,7 bilhões necessários para adquirir a ex-RIM; perdas na Bolsa de Valores chegaram a 19%

10 anos atrás

Thorstein Heins, ex-CEO da BlackBerry

Nos episódios anteriores vimos que a BlackBerry finalmente está pagando o preço por sua arrogância ao não se atualizar: após anos repetindo para si mesma que era refe^rencia no mundo corporativo, Apple, Google e Microsoft canibalizaram seu mercado e provaram que o modleo BYOD faz muito mais sentido hoje em dia. Ela tentou reagir com bons aparelhos como o Z10 e o Z30, mas como a bagunça já estava armada, venderam pouco. A coisa ficou tão feia que no Canadá, a operadora Rogers ignorou o último aparelho.

Enfim, não deu outra: ela praticamente quebrou, dando início a um plano de salvação da companhia que incluía até mesmo a possibilidade dela ser comprada. A pergunta é: quem seria louco de comprar um catamarã indo a pique?

A Fairfax Financial seria. A empresa do CEO Prem Watsa fez uma proposta de US$ 4,7 bilhões, muito provavelmente visando as patentes da ex-RIM do que salvá-la. A data limite para o fechamento do acordo seria hoje e, bem, as coisas não deram muito certo.

Watsa teve dificuldades para levantar a grana necessária para adquirir a BlackBerry: basicamente nenhum banco quis assumir os riscos de investir nesta cesta de maçãs podres. O resultado foi o pior possível: a BlackBerry não mais vai procurar um comprador, ao invés disso vai procurar receber um aporte de um bilhão para tentar colocar as contas em dia. E para completar, mediante acordo com a Fairfax o CEO Thorsten Heins, aquele que disse que tablets não são um bom modelo de negócios rodou, assim como boa parte dos diretores. John S. Chen será o CEO interino e Watsa assumirá como diretor-chefe.

A reação do mercado foi instantânea: as ações da BlackBerry despencaram vertiginosamente, chegando a perdas de 19%, o que eu acho pouco para uma empresa que demite funcionários para cortar gastos mas tem dinheiro para comprar um jato.

Eu costumava ter pena da BlackBerry, pois concorrência é essencial para o mercado. Entretanto, como a empresa foi incapaz de se adaptar ela chegou onde está, e hoje  Windows Phone é algo mais interessante do que qualquer novo aparelho da ex-RIM. É triste, mas depois de tudo que ela aprontou eu só lamento pelos funcionários (cujos melhores ou de cargos mais sensíveis podem ir parar na concorrência), já a empresa, por mais cruel que este fato seja, não fará falta.

Fonte: BI.

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