Ronaldo Gogoni 9 anos atrás
É o movimento normal: uma empresa entra em crise, precisa cortar gastos e a corda sempre acaba arrebentando do lado mais fraco, no caso os funcionários. Foi assim com a EA, e devido a atual situação em que se encontra a BlackBerry não rezou muito fora da cartilha: no mês passado ela anunciou um corte violento de 4.500 funcionários, quase um terço de seu staff, de modo a contrabalancear a perda prevista de um bilhão de dólares para este trimestre.
Um mês depois começa a faxina: os primeiros a rodar são 300 colaboradores do QG da empresa em Waterloo, Ontario. Em nota oficial, a BlackBerry diz que "a empresa está em período de transição e devemos focar em melhorar nossos resultados, de modo a competir melhor com a atual mercado mobile."
Quer dizer, seria uma situação mais compreensível se fosse qualquer outra empresa, não a ex-RIM. A situação em que ela se meteu é fruto de sua própria falta de visão e arrogância, após passar anos afirmando para si mesma que era referência no mercado corporativo, enquanto era lentamente devorada por iOS, Android e Windows Phone. Some-se a isso declarações absurdas e pronto, o circo foi armado.
Para piorar a situação, se por um lado a BlackBerry não tem dinheiro para pagar funcionários, ela tem para comprar um jato:
Em julho, dois meses antes de anunciar a perda de capital e o plano de demissões e um mês antes de jogar a toalha e iniciar o plano de salvamento da empresa, os executivos da BlackBerry adquiriram um Bombardier Global Express de segunda mão, jato particular com capacidade para 19 pessoas e cujo valor gira entre 25 e 29 milhões de dólares. Pior: na ocasião da entrega do jato a empresa estava perdendo cerca de US$ 11 milhões POR DIA.
A última esperança da Blackberry repousa na Fairfax Financial, que pode adquirí-la num acordo para pagar US$ 4,7 bilhões pela empresa mas sinceramente, com toda essa pataquada onde ela demite funcionários enquanto compra aviões, a ex-RIM merece com louvor ir para a vala.
Fonte: AllThingsD.