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A EA Games está morta! Vida longa à EA Entertainment!

Electronic Arts passará por reformulação em sua estrutura e além de mudanças no alto escalão, será dividida entre a EA Entertainment e a EA Sports

44 semanas atrás

Foi em maio de 1982 que Trip Hawkins, um funcionário da Apple, decidiu sair da empresa e fundar uma editora de jogos. Com o pomposo nome de Electronic Arts, aquela companhia alcançaria o topo do mundo, mas após quatro décadas e vários altos e baixos, chegou a hora dela entrar numa nova era. Eu lhes apresento, a EA Entertainment!

EA Entertainment

Crédito: Divulgação/EA

A novidade — que pegou muita gente de surpresa — foi comunicada pelo CEO da Electronic Arts, Andrew Wilson e faz parte de uma grande reformulação pela qual a empresa será submetida nos próximos meses.

“Essa evolução da nossa companhia continua a capacitar os nossos líderes de estúdios com mais propriedade criativa e responsabilidade financeira, para tomar decisões mais rápidas e perspicazes sobre o desenvolvimento e estratégias de mercado,” defendeu o executivo. “Essas etapas acelerarão o nosso negócio, impulsionarão o crescimento e agregarão valor de longo prazo para o nosso pessoal, os nossos jogadores e as nossas comunidades.”

Para chegar a este resultado, a EA Sports passará a atuar como uma empresa separada e o que antes conhecíamos como EA Games, agora assumirá o nome EA Entertainment. “Estamos construindo o futuro do entretenimento interativo sobre a fundação de franquias lendárias e novas experiências inovadoras, que representam oportunidades massivas para o crescimento,” declarou Wilson.

Assim, sob as asas da EA Entertainment ficarão estúdios como a DICE, Respawn, BiioWare, EA Originals, Ripple Effect e Ridgeline Games. Já a EA Sports cuidará de todos os jogos de corrida e de esportes, o que engloba marcas poderosas como Need for Speed, F1, Madden, PGA Tour e EA Sports FC, que substituirá a série FIFA.

EA Entertainment

Sede da Electronic Arts (Crédito: Reprodução/Wikipedia)

Essa restruturação também fará uma grande dança das cadeiras no alto escalão da Electronic Arts. A principal delas será para Laura Miele, que deixará o posto de Diretora de Operações para assumir a presidência da EA Entertainment, Technology & Central Development.

Entre os que deixarão a Electronic Arts temos Chris Bruzzo, Diretor de Experiência que será substituído por David Tinson; e Chris Suh, então Diretor Financeiro cujo cargo será assumido por Stuart Canfield.

Porém, alguns postos não serão alterados, como é o caso da presidência da EA Sports, que continuará nas mãos de Cam Weber, ou de Vince Zampella, cofundador da Respawn Entertainment e que seguirá cuidando de franquias como Apex Legends, Star Wars e Battlefield. Quanto a Andrew Wilson, sua posição como CEO da Electronic Arts também será mantida.

Indícios de que a EA estava preparando esta grande reformulação vinham sendo dados há alguns meses. Isso pôde ser visto na desistência em renovar o contrato com a FIFA para continuar utilizando a marca da entidade máxima do futebol, até a confirmação de que a BioWare deixará o desenvolvimento do Star Wars: The Old Republic a cargo da Broadsword Online Games para focar nas séries Mass Effect e Dragon Age.

Contudo, o maior passo nesta direção foi dado em março deste ano, quando a Electronic Arts revelou a intenção de cortar 6% do seu quadro de funcionários, o que poderia representar 775 demissões. “À medida que focamos mais em nosso portfólio, estamos nos afastando de projetos que não contribuem para a nossa estratégia, revisando os nossos escritórios e reestruturando algumas das nossas equipes,” disse na ocasião, Andrew Wilson, que ainda admitiu não ser fácil lidar com demissões.

EA Sports

Max Verstappen, parceiro da EA Sports (Crédito: Divulgação/EA Sports)

Será interessante observar se essa divisão terá impacto real no desenvolvimento de jogos, mas num primeiro momento, não consigo enxergar grandes mudanças. Por mais que as pessoas adorem odiar a Electronic Arts, várias das suas franquias continuam vendendo muito bem e desviar o caminho que elas vêm seguindo seria bastante arriscado.

Peguemos como exemplo os títulos publicados sob o selo EA Sports. O FIFA 23 precisou de apenas seis meses para superar as vendas totais do seu antecessor, já o Need for Speed Unbound teria faturado mais de US$ 14 milhões no Steam apenas durante o seu primeiro mês. Logo, se eles optaram por manter Cam Weber, imagino que o executivo esteja alinhado com os planos da editora e os jogos de esporte e corrida continuarão sendo produzidos sem muitas mudanças — leia-se, explorando as microtransações.

Agora, o que essa divisão deixa bem claro é o poder que a EA Sports adquiriu. Com boa parte do faturamento da Electronic Arts vindo dos títulos produzidos por este selo, fazer com que ele passe a atuar sob uma certa independência é um sinal do quanto Wilson confia em Weber e seus comandados.

Mass Effect: Paragon Lost (Crédito: Divulgação/Funimation)

Por outro lado, a criação da EA Entertainment pode ser um indicativo de que a empresa estaria pensando em esticar seus tentáculos para além dos videogames. Com as adaptações para o cinema e TV tendo conseguido sucesso nos últimos anos, pode ser que a empresa esteja cogitando apostar mais pesado nessas áreas e marcas poderosas para fazer isso eles possuem em abundância.

Por enquanto, o único longa baseado numa franquia da EA foi o Need for Speed: O Filme, lançado em 2014. Já as franquias Dead Space e Dante’s Inferno deram origem a algumas animações e para o futuro, espera-se que o It Takes Two e o American McGee’s Alice também sejam adaptados. Outro que deverá virar série é o Mass Effect, que em 2012 também virou a animação Paragon Lost.

Será, portanto, que estamos realmente prestes a ver uma nova fase da Electronic Arts? A conferir...

Fonte: Gamespot

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