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Ásia e Europa compensam queda no faturamento da Apple

Apple registra crescimento no faturamento europeu e estagnação na Ásia, segundo o relatório financeiro do Q2 FY 2023 (findo em mar 23).

1 ano atrás

Nesta quinta-feira (04/05), a Apple apresentou o relatório financeiro do segundo trimestre fiscal de 2023 (Q2 FY 2023), período que correspondeu ao primeiro trimestre civil de 2023, abrangendo os meses de janeiro a março. Os lançamentos disponibilizados durante o trimestre anterior agradaram a maioria dos fãs da Maçã, em especial os da Ásia e Europa. Isso apesar de ser um período normalmente fraco em relação às vendas, ao menos no ocidente.

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MixC — mais uma loja inaugurada na Ásia, a segunda em Shenzhen (crédito: Apple)

Vamos aos números globais:

RELATÓRIO FINANCEIRO DA APPLE
Período → Q2 FY 2022
(janeiro a março de 2023)
Q2 FY 2023
(janeiro a março de 2023)
Diferença
Receita US$ 97,28 bilhões US$ 94,84 bilhões – 2,51%
Lucro US$ 25,01 bilhões US$ 24,16 bilhões – 3,75%

Acima temos um panorama geral da Maçã de Cupertino, com os principais dados financeiros da empresa nos três meses terminados em 1º de abril de 2023. A contabilidade incluiu o dia extra para abranger exatamente as 13 primeiras semanas de vendas do ano civil.

De qualquer forma, vemos um pequena queda de 3,75% no lucro trimestral em relação a Q2 FY 2022 e uma queda ainda menor de 2,51% na receita global do período, que se distanciou bastante de uma mítica marca de US$ 100 bilhões. No caso do Q2 FY 2023 a Apple arrecadou uma média global de mais de um bilhão de dólares (US$ 1,042 bilhão) por dia, lucrando US$ 265,49 milhões diariamente nas 13 semanas que compõem o período divulgado.

Quais os responsáveis por essa pequena (mas notável) queda percentual na arrecadação do segundo trimestre fiscal da Apple?

Para tentarmos entender a composição desse mais de bilhão diário arrecadado, vejamos quanto cada linha principal de produtos da Apple arrecadou:

SUMÁRIO DE RECEITAS DA APPLE
Período → Receita
Q2 FY 2022
Receita
Q2 FY 2023
diferença
em relação a
Q2 FY 2022
iPhone US$ 50,570 bilhões US$ 51,334 bilhões + 1,51%
Mac US$ 10,435 bilhões US$ 7,168 bilhões – 31,31%
iPad US$ 7,646 bilhões US$ 6,670 bilhões – 12,76%
vestíveis e acessórios US$ 8,806 bilhões US$ 8,757 bilhões – 0,55%
assinaturas US$ 19,821 bilhões US$ 20,907 bilhões + 5,48%
Receita US$ 97,28 bilhões US$ 94,84 bilhões – 2,51%

Apesar de analistas do mercado especularem que o segmento de smartphones da Maçã veria queda na arrecadação num trimestre fraco, o iPhone surpreendeu e conseguiu superar as expectativas: a linha representou 54,13% do total do faturamento da empresa no Q2 FY 2023. Em contraste, a linha de notebooks e computadores apresentou uma senhora queda de 31,31% na arrecadação.

A IDC estima que as encomendas da linha Mac caíram 40%. Ou seja: lançar os MacBook Pro e Mac mini com Apple M2 ainda não foram suficientes para elevar as vendas. Aliás, o Apple M2 também não ajudou muito o segmento de tablets, pois a linha iPad foi outra que amargou boa queda na arrecadação, quase 13% em relação ao Q2 FY 2022.

O segmento de vestíveis e acessórios continuou estável e as assinaturas têm tido tendência de crescimento, para compensar. Falando em compensação, o restante da Ásia e mercados do Pacífico cobriram a queda da arrecadação da Apple no Japão e China.

A estagnação na Ásia e o crescimento europeu

RECEITAS DA APPLE NA ÁSIA
Período → Receita
Q2 FY 2022
Receita
Q2 FY 2023
diferença
em relação a
Q2 FY 2022
China continental US$ 18,343 bilhões US$ 17,812 bilhões – 2,89%
Japão US$ 7,724 bilhões US$ 7,176 bilhões – 7,09%
restante do continente US$ 7,042 bilhões US$ 8,119 bilhões + 15,29%
TOTAL: US$ 33,11 bilhões US$ 33,11 bilhões 0%
participação global 34,04% 34,91% + 2,57%

A participação global da Ásia na arrecadação da Maçã de Cupertino aumentou 2,57% em relação ao Q2 FY 2022, graças ao bilhão a mais faturado pelo restante do continente que não o País do Meio ou a Terra do Sol Nascente. Bilhão esse perdido entre China e Japão. Tim Cook comentou na reunião com os acionistas que parte do mérito veio da Índia onde, segundo ele, muitos consumidores de smartphones Android estariam a experimentar seu primeiro iPhone.

Vizinha ao subcontinente indiano, mesmo com o tombo de meio bilhão a China continental (o que inclui Taiwan e Hong Kong) continua a ser o terceiro maior mercado para a Apple. Alheia aos tombos, a vice-líder Europa chamou a atenção com seu crescimento durante o primeiro trimestre do ano civil de 2023, em relação ao período equivalente de 2022.

Enquanto a Ásia e Pacífico como um todo arrecadou os mesmos 33,11 bilhões de dólares do Q2 FY 2022, os mercados europeus fizeram a arrecadação crescer 2,83%; um aumento anual de quase US$ 700 milhões num período normalmente fraco em vendas. Como grupo de controle, o mercado americano tombou em US$ 3 bilhões (– 7,58%) quando comparamos o Q2 FY 2023 com o período equivalente do ano fiscal anterior.

Enfim, como a Maçã de US$ 2,64 trilhões não divulga mais dados de vendas unitárias de seus produtos, nem muito menos quanto eles estão vendendo em cada região do planeta, apenas podemos dizer que a Apple teve um trimestre animador na Europa.

Fontes: 9 to 5 Mac, Bloomberg e CNBC.

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