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China compensa fraco desempenho da Apple na Ásia

China compensa queda da Apple na Ásia e estagnação no Japão, segundo o relatório financeiro do Q2 FY 2022 (findo em mar 22).

2 anos atrás

Na quinta-feira (28/04), a Apple apresentou o relatório financeiro do segundo trimestre fiscal de 2022 (Q2 FY 2022), período que correspondeu ao primeiro trimestre civil deste ano, abrangendo os meses de janeiro a março. Os lançamentos disponibilizados no trimestre anterior agradaram aos fãs asiáticos da Maçã, em especial os da China. Isso apesar de ser um período normalmente fraco em relação às vendas, ao menos no ocidente.

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Tim Cook parece bastante feliz com os números na Ásia, em especial na China (crédito: 9 to 5 Mac)

Vamos aos números:

RELATÓRIO FINANCEIRO DA APPLE
Período → Q2 FY 2021
(janeiro a março de 2021)
Q2 FY 2022
(janeiro a março de 2022)
Diferença
Receita US$ 89,58 bilhões US$ 97,28 bilhões + 8,59%
Lucro US$ 23,63 bilhões US$ 25,01 bilhões + 5,84%

O que a Apple acabou de divulgar quinta-feira (28/04) foram os principais dados financeiros nos três meses terminados em 26 de março de 2022. O tio Laguna se pergunta quando a contabilidade da empresa vai incluir os dias ausentes para coincidir com o trimestre civil (eu sei).

De qualquer forma, tal período foi o segundo trimestre do ano fiscal de 2022 da Maçã de Cupertino, normalmente fraco nas vendas pela “ressaca das festas do fim de ano”. Com base nos números divulgados, podemos constatar que a Apple arrecadou em média 1,07 bilhão de dólares por dia nas 13 semanas que compõem o período divulgado, lucrando algo em torno dos US$ 274,8 milhões diariamente.

É uma arrecadação diária “pouco” maior que a do período equivalente de 2021, representando alta de 8,59% em relação a tal período do ano passado.

Vejamos quanto cada linha principal de produtos da Apple arrecadou:

SUMÁRIO DE RECEITAS DA APPLE
Período → Receita
Q2 FY 2021
Receita
Q2 FY 2022
diferença
em relação a
Q2 FY 2021
iPhone US$ 47,94 bilhões US$ 50,57 bilhões + 5,49%
Mac US$ 9,1 bilhões US$ 10,44 bilhões + 14,65%
iPad US$ 7,81 bilhões US$ 7,65 bilhões – 2,06%
vestíveis e acessórios US$ 7,84 bilhões US$ 8,81 bilhões + 12,38%
assinaturas US$ 16,9 bilhões US$ 19,82 bilhões + 17,28%
TOTAL: US$ 89,58 bilhões US$ 97,28 bilhões + 8,59%

Interessante notar a transição dos MacBooks para os chips Apple M1 Pro / Max pode ter tido bastante influência na alta da arrecadação daquele segmento: muitos profissionais querem testar o elevado desempenho gráfico e central prometido pela Maçã de Cupertino, nem que paguem (bem) mais caro. O segmento foi responsável por quase 11% da arrecadação total no Q2 FY 2022, sendo o terceiro maior no período.

O segmento dos smartphones continua a figurar com mais de 50% de participação na arrecadação global, mas as assinaturas despontam como o segundo segmento da Apple que mais faturou globalmente no segundo trimestre fiscal de 2022.

Lembro que a Apple sempre priorizou o iPhone ao iPad. Assim, podemos explicar essa pequena queda (2%) da arrecadação global dos tablets da empresa com a crise dos semicondutores: a Maçã de Cupertino parece postergar ao máximo as entregas dos novos iPads para garantir o fornecimento do carro-chefe da empresa sem maiores problemas a mercados como o asiático, por exemplo.

O (pequeno) avanço na China

RECEITAS DA APPLE NA ÁSIA
Período → Receita
Q2 FY 2021
Receita
Q2 FY 2022
diferença
em relação a
Q2 FY 2021
China continental US$ 17,73 bilhões US$ 18,34 bilhões + 3,5%
Japão US$ 7,74 bilhões US$ 7,72 bilhões – 0,23%
restante do continente US$ 7,54 bilhões US$ 7,04 bilhões – 6,65%
TOTAL: US$ 33,01 bilhões US$ 33,11 bilhões + 0,29%
participação global 36,85% 34,04% – 7,62%

A Apple está sempre sorrindo à toa com o seu desempenho na China. É verdade que o País do Meio viu sua participação global diminuir percentualmente comparando o trimestre com o período equivalente do ano anterior (18,86% agora contra 19,79% no Q2 FY 2021), mas a pequena alta na arrecadação compensou o desempenho fraco no restante do continente.

Podemos ver que a arrecadação da Apple no Japão basicamente permaneceu a mesma, indicando estagnação deste período do ano no arquipélago. Queda mesmo ocorreu no restante do continente asiático, onde a Maçã de Cupertino viu sua arrecadação encolher quase 7% em relação ao Q2 FY 2021. Crise dos semicondutores, pura e simples. A participação global do continente caiu quase 8%.

Como a Maçã de US$ 2,57 trilhões não divulga mais dados de vendas unitárias de seus produtos, nem muito menos quanto eles estão vendendo em cada região do planeta, apenas podemos dizer que a Apple vai muito bem na China. E basicamente estagnada no Japão.

Fontes: 9 to 5 Mac, Bloomberg e CNBC.

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