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O remake que consertou o terrível Zelda's Adventure

Considerado por muitos como o pior capítulo da franquia, o Zelda's Adventure foi refeito por um fã como um jogo para Game Boy e acredite, ficou bom!

45 semanas atrás

Se apontar o melhor jogo de uma franquia que nos deu diversas pérolas não é uma tarefa muito simples, dizer qual deles é o pior também pode ser complicado. Porém, quando se trata de The Legend of Zelda, não resta muita dúvida de que em 1995 ela viu o seu ponto mais baixo, quando o Philips CD-i recebeu o famigerado Zelda's Adventure.

Zelda's Adventure

Que tistreza! (Crédito: Reprodução/Youtube)

Desenvolvido pela Viridis Corporation, o jogo foi o resultado de um acordo firmado entre a Philips e a Nintendo, que após o fracasso da parceria com a Sony, buscava a todo custo uma maneira de oferecer jogos em CD no Super Nintendo. Embora tal periférico nunca tenha chegado a ser produzido, aquela aproximação permitiu que a fabricante holandesa explorasse algumas das franquias mais poderosas da indústria.

Mesmo com os títulos não tendo sido produzidos pela Nintendo, foi assim que o videogame da Philips pôde receber um jogo do Mario (Hotel Mario) e três The Legend of Zeldas: Zelda: The Wand of Gamelon, Link: The Faces of Evil e Zelda's Adventure. O detalhe é que não seria exagero dizer que todos eram muito ruins.

O curioso é que enquanto os dois primeiros jogos se baseavam no Zelda II: The Adventure of Link, com a ação acontecendo como num jogo de plataforma, o terceiro seguia um estilo mais parecido com o do A Link to the Past e do Link's Awakening. Além disso, nele não controlávamos o herói de sempre, mas sim a princesa Zelda.

O motivo para essa mudança de protagonismo se devia ao fato de o Link ter sido capturado pelo Ganon. Assim, caberia a princesa a dura missão de recuperar os setes signos celestiais que o vilão também roubou e libertar o garoto. Outra novidade foi o fato de jogo contar com cenários pré-renderizados cujas imagens foram capturadas em praias da Califórnia e do Havaí, além de personagens interpretados por atores reais.

Pense bem antes de pedir um The Legend of Zelda Live-action (Crédito: Reprodução/Youtube)

O problema é que se no papel aquela poderia parecer uma boa ideia, servindo até como ponto de divulgação do CD-i, na prática, mostrou-se uma catástrofe. Além de ter tornado a vida dos desenvolvedores um inferno, já que utilizava toda a memória RAM do console, o resultado visual não ficou bonito e o desempenho ainda evidenciava a fraca capacidade técnica daquele aparelho multimídia que buscava ser também um videogame.

Para piorar, durante o desenvolvimento o presidente da Viridis Corporation, Lee Barnes, fez promessas absurdas, chegando a afirmar que o Zelda's Adventure contaria com mais de 160 NPCs, 600 telas e uma campanha que duraria 300 horas. No fim tivemos um jogo horrível, que não mostrava mais do que alguns personagens com quem podíamos interagir e cerca de apenas 12 horas de duração.

O resultado foi uma chuva de críticas por parte da mídia especializada e muitas reclamações dos fãs. Também não ajudou o jogo ter sido lançado quando o Philips CD-i estava sendo descontinuado e com as baixas vendas, encontrar atualmente uma cópia em boas condições do Zelda's Adventure é algo bastante difícil.

Crédito: Reprodução/John Lay

Contudo, nada disso impediu um fã de enxergar algum potencial naquela aventura que se passava nas terras de Tolemac — sério, o nome do lugar é Camelot ao contrário! Disposto a mostrar que seria possível transformar aquele jogo em algo minimamente divertido, John Lay assumiu a árdua tarefa de imaginar como aquele título seria caso tivesse sido criado para o Game Boy.

Tendo como base o adorado The Legend of Zelda: Link’s Awakening (que depois seria refeito para o Nintendo Switch), Lay afirma ter optado pelo portátil justamente por achar que teria sido melhor jogá-lo num aparelho assim.

Porém, não pense que as mudanças da sua versão aconteceram apenas na parte visual. Durante a criação o autor aproveitou alguns conceitos presentes nos capítulos Oracle of Ages e Oracle of Seasons. Assim ele pretendia deixar a jogabilidade mais moderna e como criar algo pior que o Zelda's Adventure seria quase impossível, arrisco dizer que essa licença poético foi uma boa escolha.

Segundo John Lay, o projeto precisou de 14 meses para ser finalizado, com ele tendo desenvolvido três protótipos utilizando a ferramenta GB Studio. Durante o processo, devido às limitações no kit de desenvolvimento, o autor chegou a precisar modificá-lo, mas felizmente algumas atualizações permitiram que todas as peças se encaixassem e o sonho de melhorar aquele jogo pôde ser realizado.

Zelda's Adventure

Não é o remake que queríamos, mas aquele que precisávamos (Crédito: Reprodução/John Lay)

Com o remake abrangendo toda aventura criada para o CD-i, ele pode ser encarado gratuitamente através do navegador em sua página no itch-io. Além disso, o autor ainda disponibilizou a ROM para ser aproveitado no Game Boy ou nos respectivos emuladores do portátil e se você der uma olhada nos comentários encontrará até mesmo uma versão para o 3DS.

Alguém poderá dizer que os problemas do Zelda's Adventure iam muito além dos seus gráficos, o que não deixa de ser verdade. No entanto, mesmo com todos os erros cometidos pelo pessoal da Viridis Corporation, aquele ainda é um The Legend of Zelda e para quem gosta da franquia, certamente não há maneira melhor de conhecê-lo do que com este remake extraoficial.

Como de costume, é possível que em breve a Nintendo coloque seus advogados para derrubar o projeto. Então, mesmo que você não pretenda jogar esta homenagem tão cedo, é uma boa ideia garantir logo a sua cópia.

Fonte: Gamespot

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