The Marvels: conheça Monica Rambeau, a 1.ª Capitã Marvel

The Marvels (no Brasil, As Marvels) estreia nos cinemas no dia 9 de novembro; o terceiro filme de 2023 do MCU trará Carol Danvers/Capitã Marvel (Brie Larson), Monica Rambeau (Teyonah Parris) e Kamala Khan/Ms. Marvel (Iman Vellani) trabalhando juntas como um "time", enfrentando bandidos no espaço.

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Das três, Monica é a menos conhecida do público que não lê quadrinhos, onde sua ficha inclui ter sido a primeira mulher a usar o nome de Capitã Marvel muito antes da Carol, e líder dos Vingadores por um bom tempo. Sem contar que ela é um dos indivíduos mais poderosos do Universo Marvel.

Aproveitando que o filme vem aí, vamos dar uma olhada na longa e conturbada história de Monica Rambeau nas HQs, em mais de 40 anos de publicações.

Seu nome é Capitã Marvel

Criada por Roger Stern e John Romita Jr., Monica Rambeau fez sua estreia na revista Amazing Spider-Man Annual #16, de outubro de 1982, onde nas primeiras páginas, ela se livra de assaltantes e acidentalmente fulmina o Homem-Aranha com seus poderes, que ela não sabe como controlar. Sua origem é explicada em um flashback, no que ela originalmente era um membro da patrulha costeira de New Orleans, sua cidade-natal.

Um dia, durante uma investigação, ela descobre um plano de criminosos com um novo dispositivo, que canaliza energias de outros universos, para usá-lo como uma arma para obliterar cidades inteiras. Em um momento de "afinal, quadrinhos", Monica decide destruir a máquina antes que ela cause danos às pessoas.

Na falta de um pé-de-cabra, Monica esmurra o mecanismo com as mãos nuas, e obviamente, ela é bombardeada pelas energias dimensionais, que dão a ela a habilidade de se transformar e emitir quaisquer ondas do espectro eletromagnético que desejar.

Com seus novos poderes, Monica destrói o mecanismo e passa a usar o nome de Capitã Marvel, mas seus poderes eram instáveis, e ela corria o risco de explodir. Posteriormente, ela foi auxiliada pelo Homem de Ferro e os Vingadores, que a ajudaram a estabilizar, e ela imediatamente entra para o grupo, se tornando uma adição importante.

O motivo para Monica usar o nome Capitã Marvel era simples: a Marvel detinha os direitos do nome, mas precisava usá-lo em alguém para que continuasse assim. Como Mar-Vell sucumbiu ao câncer meses antes, na antológica Graphic Novel, e Carol Danvers havia perdido seus poderes originais (a Vampira a havia derrotado um ano antes, e ela só se tornaria a Binária em dezembro de 1982), era preciso criar um personagem novo para ocupar o nome.

A parte curiosa é que nas HQs, Monica escolheu o nome de Capitã Marvel ao acaso e sem nem saber da existência de Mar-Vell, o que ela confessou ao Coisa, quando se encontraram pela primeira vez. O fato dela usar o exato mesmo símbolo no peito é só um detalhe, claro.

Desde o início, Monica Rambeau mostrou que era uma das mais poderosas membros dos Vingadores. Sua capacidade de se transformar e emitir energia em diversas formas, que a tornavam virtualmente indestrutível e imortal, a fizeram ganhar uma enorme reputação dentro e fora do time dos Maiores Heróis da Terra, também por conta de seu caráter e compromisso em fazer a coisa certa. Posteriormente, a Capitã Marvel foi promovida a líder do time, que ela comandou por muito tempo.

Porém, o período de bonança de Monica acabou quando o Doutor Druida, um dos membros dos Vingadores, manipulou sua mente fazendo-a questionar suas capacidades de liderança, em um plano que culminou com a completa debandada do time, e a aparente morte da heroína, ao dissipar seus poderes no fundo do oceano, enfrentando a então companheira de Namor, Marrina, que foi transformada em um monstro marinho (não pergunte).

Quando Monica se recompôs, seus poderes haviam diminuído drasticamente, e sua confiança estava despedaçada. Quando os Vingadores se reorganizaram, o filho de proveta de Mar-Vell, Genis-Vell, passou a se chamar Capitão Marvel, e como cortesia, ela mudou seu codinome para Fóton; anos depois, Genis mudou de nome de novo, para... sim, Fóton. Eu já disse que ele era um FDP?

Monica, ao invés de bater o pé e manter o nome, mudou de novo, desta vez para Pulsar. Na época, o título de Capitã Marvel estava sendo usado por Phyla-Vell, a segunda filha de proveta de Mar-Vell. Ela também usou o codinome Espectro, um dos mais recentes.

A fase Nextwave

Em 2006, enquanto Mark Millar tocava a saga Guerra Civil, a Marvel permitiu a Warren Ellis (Transmetropolitan, Red, Supergod) brincar com alguns personagens que não teriam participação no evento, e entre eles estava Monica, junto com outros heróis menos conhecidos, como X-51/Aaron Stack, o Homem-Máquina, a caçadora de monstros Elza Bloodstone, e a mutante explosiva Tabitha Smith, que também já teve vários codinomes (Boom-boom, Fusão, Dinamite...).

O resultado foi a minissérie em 12 edições Nextwave, com Stuart Immonen na arte e Ellis no roteiro, que até hoje é sensacional de ler, principalmente por conta das histórias loucas. Se você já viu na internet imagens de M.O.D.O.K.s vestidos como Elvis Presley, e o Dinossauro Demônio usando roupão e tomando champanhe, é daqui que tudo saiu.

Graças a uma série de retcons, hoje Nextwave é considerada uma história canônica (originalmente, não era para ser), mas que se passou em outro universo, no que os cinco heróis (o "Capitão" foi criação original) foram sequestrados do universo original, e sofreram lavagem cerebral, explicando a mudança nas suas personalidades; após serem devolvidos (sem saber) para a Terra-616, eles foram desacreditados por lembrarem parcialmente de tudo, e ninguém acreditar. Para Monica e cia, tudo ocorreu no universo principal.

Depois do último retcon, quando Monica descobriu a verdade, ela não gostou nem um pouco.

Poderes e habilidades

O poder de Monica é essencialmente o mesmo, nos quadrinhos e no MCU. Ela é capaz de se transformar em qualquer tipo de onda do espectro eletromagnético, que se você lembra das aulas de Física, sabe que são luz visível, rádio, raios-x, micro-ondas, infravermelho, ultravioleta e raios gama, além de manipulação de energias cósmicas, afinal, tem que ter um "cósmico" no meio.

Ela também pode voar, se mover a velocidades altíssimas (seu limite é a velocidade da luz), ficar intangível e/ou invisível, alterar sua forma e tamanho, criar itens de luz sólida, e servir como bateria viva para aumentar os poderes energéticos de outros heróis, da Carol ao Thor, e até o Hulk (gama, lembra?).

Monica também pode emitir, redirecionar, absorver e manipular qualquer uma dessas energias, o que faz dela um conduíte vivo quase indestrutível. Qualquer tipo de energia existente é sua para controlar, o que no sensacional crossover Liga da Justiça/Vingadores (RIP George Pérez, we miss you), incluiu também o poder do Lanterna Verde.

Para azar do Kyle Rayner.

No MCU, apesar dos poderes serem essencialmente os mesmos, se aprendemos alguma coisa nesses últimos 15 anos, é que a Monica de Teyonah Parris (Cara Gente Branca) será bem nerfada em The Marvels, quando comparada à sua contraparte dos quadrinhos.

Além disso, ela ganhou seus dons de forma diferente, quando teve o DNA magicamente reescrito três vezes pela Feiticeira Escarlate, em WandaVision. A primeira foi quando ela entrou no domo de Westview, e a segunda, quando foi chutada para fora.

A terceira reedição genética se deu quando Monica forçou novamente sua entrada na "realidade perfeita" da bruxinha que não era mais tão boa assim, em uma cena muito legal.

Como resultado, poderes, lógico.

Como será a Monica em The Marvels?

Monica Rambeau já avia aparecido em Capitã Marvel como criança, e diferente da versão das HQs, a do MCU é uma militar, tendo seguido a mãe, Maria, em uma carreira ligada à defesa planetária. Durante WandaVision, após voltar do "blip", ela é reintegrada como uma agente da S.W.O.R.D., sub-agência da S.H.I.E.L.D. destinada ao controle de seres superpoderosos, e a coordenar respostas contra invasões alienígenas.

Em The Marvels, como adiantado pela cena pós-créditos de Ms. Marvel, os poderes de Monica, Carol e Kamala estão entrelaçados de alguma forma, de modo que quando uma usa suas habilidades, elas trocam de lugar, independente de onde estejam no Universo.

The Marvels vai ter de tudo, de krees raivosos a um exército de flarkens, amiguinhos da Goose. Para horror do Rocket, um deles deve ter botado ovos.

E o codinome em The Marvels?

Esta é a pergunta que todo mundo está se fazendo, mas não é tão difícil de respondida. Primeiro, o codinome da capitã Maria Rambeau, durante seu tempo na Força Aérea, remete a um dos já usados pela heroína nas HQs:

Segundo, a personagem recentemente ganhou uma minissérie solo nos quadrinhos, a primeira em sua história, para comemorar seus 40 anos de criação. Segundo a roteirista Eve L. Ewing (que atualmente escreve a Ironheart), a ideia de usar "Fóton" nos quadrinhos não foi dela, e deu a entender ter sido uma ordem de cima. Provavelmente, para manter a consistência do nome entre as duas mídias.

Considerando o papel de Monica Rambeau nos quadrinhos, e sendo co-protagonista em The Marvels, é possível que a personagem tenha um papel relevante durante as Fases 5 e 6 do MCU, esta com Quarteto Fantástico e Vingadores: A Dinastia Kang, ambos em 2025.

Quem viver, verá.