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Blumhouse investirá na criação de jogos indies de terror

Tendo se tornado sinônimo de filmes de terror, em breve a Blumhouse Productions entrará para o mercado de games ao apostar em estúdios indies

1 ano atrás

Após conseguir emplacar vários sucessos e se tornar uma das principais produtoras de filmes de terror, a Blumhouse Productions decidiu que está na hora de espalhar seus tentáculos pela indústria de games. Porém, será que a nova editora conseguirá repetir nesta mídia o mesmo desempenho que tem alcançado no cinema?

Corra! - Blumhouse Productions

Crédito: Reprodução/Blumhouse Productions

Fundada no ano 2000 por Jason Blum, a empresa até lançou alguns ótimos dramas, como Whiplash: Em Busca da Perfeição ou Infiltrado na Klan, mas com o tempo ela consolidou seu nome mesmo foi no terror. Foi dela que recebemos longas como Atividade Paranormal, Uma Noite de Crime, O Telefone Preto, Nós, Corra!, o reboot da série Halloween e mais recentemente, M3GAN. Também é deles o thriller psicológico Fragmentado.

Embora a qualidade de algumas dessas produções possa ser questionada, o que não resta dúvida é sobre o quão bem-sucedida é a estratégia adotada pela Blumhouse: produzir filmes com um baixo orçamento, dar total liberdade criativa aos diretores e obviamente, tentar conquistar o maior público possível.

Para exemplificar como essa política tem dado certo, podemos citar os casos do Atividade Paranormal e do Sobrenatural. Enquanto o primeiro foi feito com um orçamento de apenas US$ 15 mil, ele arrecadou mais de US$ 193 milhões mundialmente. Já o segundo custou bem mais caro, US$ 1,5 milhões e o retorno de US$ 100 milhões está longe de poder ser considerado ruim.

Pois será desta maneira que a recém-criada Blumhouse Games pretende conquistar seu espaço nos jogos. Segundo o comunicado enviado à imprensa, a ideia é encontrar estúdios independentes que queiram criar jogos originais de terror para PC, consoles e dispositivos mobile, lhes conceder um orçamento de no máximo US$ 10 milhões e ao garantir total liberdade, fazer com que inovem e ultrapassem os limites criativos.

Crédito: Reprodução/Blumhouse Productions

E na liderança desta missão estará Zach Wood, um veterano que por último estava na Iron Galaxy, mas cuja carreira tem passagens por empresas como MGM Home Entertainment, Midway, Arkane Studios e Sony Interactive Entertainment.

“Durante meu tempo na indústria tive a sorte de trabalhar perto de desenvolvedores para dar vida às suas ideias,” declarou Wood. “Há uma oportunidade única para o terror e o gênero no espaço dos jogos indies e estou empolgado por me unir a Blumhouse para alavancar significativamente a marca, a reputação e o talento criativo da companhia.”

O executivo terá a ajuda do diretor financeiro Don Sechler, mais conhecido por ter sido o chefe de finanças, operações e estratégias da divisão PlayStation. Já o atual presidente da Blumhouse Productions, Abhijay Prakash, revelou que investir na “mídia interativa” era algo que eles vinham estudando há bastante tempo e que as conversas com a dupla mostraram que eles estavam alinhados com o modelo da empresa.

O anúncio chega num momento interessante, afinal Jason Blum e Jason Wan estariam em estágio avançado de negociação para que suas produtoras façam uma fusão. Se isso realmente acontecer, as propriedades intelectuais da Blumhouse e da Atomic Monster Productions (Jogos Mortais, Invocação do Mal) passariam a ficar sob um mesmo guarda-chuva. Vale notar que juntas essas produtoras arrecadaram mais de US$ 11,6 bilhões desde 2004.

Quanto aos jogos que serão produzidos através desta nova investida, os fãs não deverão ficar muito felizes ao saberem que eles não deverão ser adaptações das franquias que fizeram sucesso no cinema. Isso significa que, por mais interessantes que pudessem ser um The Purge: The Game ou um jogo ambientado no universo do Fragmentado, não é nisso que os executivos estariam pensando.

É Manhunt, mas poderia ser The Purge (Crédito: Divulgação/Rockstar)

Contudo, considero que essa aposta nos títulos de menor porte e vindos de franquias inéditas pode ser positivo, principalmente por a Blumhouse Games parecer tão interessada em fazer aflorar a criatividade nos desenvolvedores. Títulos assim costumam ser elogiados justamente por não se limitarem aos padrões e com um bom investimento por trás, os criadores poderão se sentir bastante motivados.

Já em relação a Wood e Sechler, eles fizeram parte da equipe que levou a Sony a dar maior atenção aos jogos independentes nos últimos anos e todo esse conhecimento poderá ser fundamental neste processo de nascimento da editora. A tarefa certamente não será fácil, pois existe muita diferença entre fazer filmes e jogos, mas aparentemente o pessoal da Blumhouse Productions tem consciência disso.

Enfim, isso não passa de especulação da minha parte e mesmo sabendo que infelizmente esse financiamento deverá ser restrito a poucos projetos, estou muito curioso para ver o que poderá surgir desta iniciativa. É bom saber que alguns estúdios menores receberão a oportunidade de dar vida às suas ideias e para quem gosta de jogos de terror, algo assim poderá ajudar muito o gênero a se manter oxigenado.

Fonte: The Verge

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