10 ótimos beat 'em ups feitos com o OpenBOR
Streets of Rage, Final Fight, Marvel, DC, Caverna do Dragão... Conheça 10 games feitos com a ferramenta OpenBOR e que podem ser aproveitados gratuitamente
Dori Prata 1 ano atrás
Durante boa parte das décadas de 80 e 90, uma das principais diversões de quem gostava de videogames era espancar hordas de inimigos até chegarmos ao chefe final. Os beat 'em ups tiveram seu auge, foram praticamente extintos e algo que ajudou os fãs desses games a se manterem entretidos durante muitos anos foi uma ferramenta chamada OpenBOR.
Ryu sofrendo nas ruas de Metro City (Crédito: Dori Prata/Meio Bit)
A história do OpenBOR remonta a 2003, quando um grupo de holandeses criou o Senile Team. Apaixonados pelas séries Streets of Rage e The King of Fighters, eles queriam desenvovler um jogo de briga de rua que utilizasse os personagens da SNK e após nove meses de trabalho, lançaram o Beats of Rage.
Com o jogo disponibilizado na internet, aos poucos o boca-a-boca começou a torná-lo popular e a versão inicial para DOS acabaria ganhando adaptações para os mais variados sistemas, do PlayStation 2 ao Dreamcast, passando até pelo Wii ou PSP e ganhando a atenção da grande mídia.
Porém, por mais que aquele jogo fosse a realização do sonho não só dos seus criadores, uma das suas principais qualidades estava na maneira modular como foi criado. Isso permitia que vários aspectos do Beats of Rage fossem modificados e ao perceberem isso, as pessoas começaram a criar suas próprias versões, alterando personagens, músicas e partes do cenário.
Beats of Rage e a fusão de dois universos (Crédito: Reprodução/Internet Archive)
Ao perceber um enorme potencial naquela engine, um sujeito conhecido como kirby2000 conseguiu o código-fonte da ferramenta, além de garantir o licenciamento e a permissão junto ao Senile Team para continuar seu desenvolvimento. Nascia ali o OpenBOR (Open Beats of Rage), o que permitiria que qualquer pessoa com um pouco de conhecimento criasse seu próprio beat 'em up.
Com o tempo o kit de desenvolvimento se tornaria muito mais robusto e embora ele seja distribuído livre de royalties, mesmo projetos comerciais podem ser criados com ele e para mais informações sobre a engine, basta conferir sua página no GitHub, onde o projeto continua sendo mantido.
Quanto aos games criados com a OpenBOR, existe uma infinidade de produções espalhadas pela internet, com elas abrangendo os mais variados temas, mas quase sempre inspirados em séries que faziam muito sucesso antigamente ou marcas bastante popular. Aqui listarei dez deles que chamaram minha atenção pela qualidade apresentada, mas para quem que se interessa pelo gênero, saiba que com um pouco de paciência e alguma curiosidade, esse é um universo que poderá te manter ocupado por muito, mas muito tempo!
Streets of Rage 2X
Embora o Streets of Rage Remake sempre seja lembrado como uma das melhores homenagens feitas pelos fãs, ele não utilizou a engine que foi inspirada na série da Sega. Isso, no entanto, não significa que não existam bons games feitos com a OpenBOR e que recriem a saga de Adam, Axel e Blaze.
Contando com suporte a quatro jogadores, personagens controlados pelo computador para lutarem ao seu lado e principalmente, mantendo o espírito da franquia, o SOR2X é uma ótima maneira de relembrarmos um dos jogos mais fantásticos do Mega Drive.
Golden Axe Returns
No Brasil, provavelmente nenhum desenvolvedor de games com o OpenBOR é tão talentosos quanto ZVitor e uma das suas últimas criações foi inspirada em outra grande franquia beat 'em up da Sega, a Golde Axe.
Com este jogo teremos acesso a personagens como Ax Battler, Tyris Flare, Kain Grinder e Sara Burn, mas o que mais chamou minha atenção foi o sistema de armas, que agora podem ser trocadas. No mais, você pode esperar toda a fantasia medieval típica da franquia, com os mais variados monstros estando no nosso caminho.
Dungeons and Dragons Animated Series
Outra criação de ZVitor, aqui o objetivo era nos colocar no meio da animação Caverna do Dragão e considero seguro dizer que ele foi muito bem-sucedido. Mesmo com algumas licenças poéticas, o jogo consegue passar a ideia de algo oficial e que teria feito muito sucesso se tivesse sido lançado há uns 30 anos.
Poder encarar um beat 'em up enquanto controlamos Hank, Presto, Sheila ou Diana era um sonho que muitos de nós tínhamos desde a infância e que agora se realizou. O jogo ainda conta com alguns personagens adicionais, como, por exemplo, o Vingador. A possibilidade de trocarmos quem estamos controlando a qualquer momento é um recurso muito interessante.
Super Final Fight Gold Plus
Outro nome bastante conceituado quando se trata da criação de games com o OpenBOR, Pierwolf se consagrou por projetos como esse. Nele o autor mistura dois universos bastante populares da Capcom, o Street Fighter e o Final Fight.
No jogo poderemos jogar com sete personagens vindos do beat 'em up e outros 16 emprestados da série coirmã, com os lutadores evoluindo com o passar do tempo. O interessante é que no caso dos World Warriors, vários golpes especiais como Hadoukens ou Shoryukens poderão ser disparados, desde que realizemos os comandos necessários para isso. Acredite, a mistura torna a jogabilidade muito divertida!
Marvel Infinity War
Marvel Infinity War e sua infinidade de conteúdo (Crédito: Dori Prata/Meio Bit)
Apesar de ter sido o primeiro projeto do ZVitor, isso não quer dizer que a qualidade ou a falta de conteúdo sejam problemas. Além de contar com 90 personagens selecionais e vários NPCs, aqui você terá uma campanha principal e “remakes” de vários clássicos, como Captain America and The Avengers, Marvel War of Gems ou Spider-Man and Venom: Maximum Carnage.
Para quem procura algo para se manter ocupado por muitas horas, dificilmente encontrará outros games feitos com a OpenBOR que superem esse aqui.
Justice League Legacy
Outra produção do incansável ZVitor, mas dessa vez abordando o universo da DC. Assim como no Marvel Infinity War, este também traz uma quantidade absurda de conteúdo, com 57 personagens selecionáveis e quatro campanhas.
O autor ainda aproveitou para incluir algumas participações especiais, realizando crossovers com marcas como Tartarugas Ninjas, Wild C.A.T.S. e Spawn. Até mesmo a Streets of Rage estará presente nesta suculenta e divertida farofa.
He-Man and The Masters of the Universe
Quatro jogadores encarando a aventura de He-Man (Crédito: Reprodução/GamingJolt)
Os fãs que me perdoem, mas eu nunca gostei de He-Man. Mesmo assim, é difícil não recomendar esse jogo, com sua parte visual talvez sendo a mais bonita dessa lista. A impressão é de estarmos vendo um desenho animado, tamanha a qualidade.
Um belo exemplo de como a OpenBOR pode dar origem a games muito bonitos e feitos com gráficos desenhados a mão.
G.I. Joe Attack on Cobra Island
Quem aí lembra dos Comandos em Ação? A franquia até pode ter recebido algumas adaptações com o passar dos anos, mas para um fã, ela funcionaria muito bem como jogo de luta de rua.
Mesmo não trazendo nada de muito revolucionário ao gênero, Attack on Cobra Island consegue divertir e conta com um visual muito bacana — exceto nas fases em que controlamos veículos, essas ficaram feinhas.
Mortal Kombat Unlimited
Utilizar personagens de aclamadas franquias de luta em games de OpenBOR é uma estratégia antiga e para quem gosta de Mortal Kombat, esta é uma boa oportunidade para levar os personagens para testarem suas habilidades contra vários inimigos.
Na lista de kobatentes disponíveis temos figuras como Scorpion, Sub-Zero, Raiden, Liu Kang e vários outros, cada um com movimentos e habilidades próprias. Já os cenários vão desde a Floresta Viva até a morada de Shao Kahn, passando por diversos lugares famosos da série.
Contra Locked and Loaded
Mesmo não sendo um jogo completo e não se encaixando como um beat 'em up, fiz questão de incluir o Contra Locked and Loaded por ele mostrar como a OpenBOR pode ser flexível na criação de games.
Nele teremos acesso a 12 armas, sete personagens e três missões, tudo para tentar recriar a ideia de um capítulo da lendária série da Konami. Se pensarmos que a engine não foi feita para isso, até que ela se sai muito bem com um Run-and-gun, não acha?
