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Videogame (não) é coisa de criança!

The NPD Group revela que número de jogadores acima dos 45 anos cresceu nos últimos anos e crianças já são minorias entre os apaixonados por videogame

1 ano atrás

Se você cresceu jogando videogame nas décadas de 70 ou 80, é provável que em algum momento da vida ouviu alguém lhe dizer que eles não passavam de brinquedos, coisa de criança. O que essas pessoas talvez não imaginassem é que a nossa paixão pela mídia permaneceria e conforme os anos foram passando, o número de pessoas mais velhas que jogam tem registrado um considerável aumento.

Videogame

Crédito: Reprodução/Mikhail Nilov/Pexels

Essa informação foi trazida ao público por Mat Piscatella, diretor-executivo da empresa de análise de mercado, The NPD Group. Eles descobriram que, considerando apenas as pessoas com mais de 45 anos nos Estados Unidos, em 2018 o país tinha cerca 64,9 milhões de jogadores, número que saltou para 82,9 milhões em 2020 e que dois anos depois foi para 87 milhões.

Já de acordo com um levantamento feito pela Entertainment Software Association (ESA), hoje a faixa etária entre 45 e 54 anos representaria 12% do público consumidor norte-americano. Além disso, a média dos jogadores seria de 33 anos e chama a atenção a constatação de que 76% daqueles que consomem jogos eletrônicos estão acima dos 18 anos.

Ou seja, ao menos nos Estados Unidos, atualmente três quartos do público é formado por adultos e se olharmos apenas para a parcela de jogadores acima dos 45 anos, perceberemos que ela já é superior à dos menores de idade. Isso comprova a ideia de que muitas pessoas carregam consigo uma paixão que pode ter iniciado há 30, 40 anos.

Crédito: Divulgação/ESA

Ainda de acordo com a associação cujo principal objetivo é defender os interesses da indústria de videogame, 70% dos entrevistados costumam jogar em smartphones, enquanto 52% optam por consoles, 43% pelo PC e 26% em tablets. Além disso, 60% admitiram jogar em mais de um dispositivo diferente, com a maioria (36%) dividindo o tempo entre o mobile e os consoles.

Quanto a preferência de estilo, os quebra-cabeças foram apontados como os favoritos, com 71% entre os jogadores de smartphones e 64% entre aqueles que jogam no PC. Apenas nos consoles o gênero não se destacou, com os jogos no estilo arcade ficando em primeiro entre os entrevistados, com 68%.

Também vale notar que 48% das pessoas se identificaram como mulheres, ajudando a desmistificar mais uma ideia que há muito ficou no passado, de que este é um meio dominado pelos homens.

Por fim, a pesquisa realizada pela ESA serve para ilustrar uma tendência que tem ganhado muita força na indústria, que é a dos videogames não servirem apenas para diversão. Para 91% dos entrevistados, os jogos são ótimos para oferecerem estimulação mental, enquanto 89% os defendem como alívio para o estresse. Já para 86%, os jogos ainda podem ser educativos, sendo que 91% acreditam que eles podem ajudar a desenvolver habilidades para resolução de problemas e 80% acham que os games ajudam a melhorar a comunicação.

Crédito: Reprodução/Marta Wave/Pexels

Voltando à questão do público mais velho, uma explicação para esse aumento nos últimos anos e que foi registrado pelo levantamento feito pelo The NPD Group seria a pandemia da COVID-19. Com as pessoas tendo passado muito tempo dentro de casa, recorrer ao videogame teria sido uma das principais válvulas de escape para muita gente. Segundo a Nielsen Company, entre 23 de março e 3 de junho de 2020, o número de jogadores cresceu 46% nos Estados Unidos, 41% na França, 28% no Reino Unido e 23% na Alemanha.

E esta é uma tendência que não deve arrefecer. A pesquisa realizada pela ESA descobriu que dos entrevistados, 92% disseram continuar gastando tanto com games hoje do que gastou durante o período turbulento que passamos devido à pandemia. Já para 61%, a ideia para o ano que está por vir é manter o hábito de jogar e outros 19% esperam passar ainda mais tempo jogando.

Mesmo com a ressalva de que esses dados levam em consideração apenas o público norte-americano, um mercado que conta com mais de 215 milhões de jogadores, ele serve para nos fazer pensar em como a indústria mudou nas últimas décadas. Com a popularização dos smartphones, mesmo por aqui é comum vermos pessoas da terceira idade se divertindo com os mais variados jogos, muitas apenas para passar o tempo, enquanto tantas outras visam manter seus cérebros estimulados.

Crédito: Reprodução/Liks Digital/Unplash

Por outro lado, temos também uma grande parcela de consumidores com seus 40, 50 anos e que nunca se distanciaram dos jogos. Apesar de muitos deles ainda encararem o videogame como uma mera diversão, outros fizeram da mídia sua profissão, mas o comum entre esses públicos é a paixão por algo que vem de berço.

O melhor de tudo é que hoje a indústria está tão amadurecida que é há espaço para todos. Das crianças que ainda estão dando os primeiros passos neste fascinante mundo aos idosos que se renderam a ele após alguma relutância, não é por falta de opção que deixaremos de jogar.

De alguns anos para cá, até a revelação de que adoramos games deixou de ser vista com maus olhos, com a maioria das pessoas não nos criticando por isso. Hoje, gostar de videogame se tornou algo quase tão comum quanto gostar de filmes ou músicas. Alguns ainda não entendem muito bem a graça que vemos nessa forma de entretenimento, mas o fato é que há muito os videogames deixarem de ser coisa (só) de crianças.

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