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Cuba lançou pulso eletromagnético contra embaixada, diz relatório

Novo relatório diz que Cuba (ou Rússia) usou emissores de pulsos eletromagnéticos e/ou ultrassom, para atacar embaixada dos EUA em Havana

2 anos atrás

Entre 2016 e 2017, diversos diplomatas estacionados na embaixada dos Estados Unidos em Cuba, em sua maioria americanos e canadenses, bem como seus parentes, começaram a apresentar sintomas bizarros e sérios, como náuseas, vômitos, perda de equilíbrio, etc.

Exames preliminares descobriram que as vítimas sofreram danos neurológicos permanentes, no que ficou conhecido como a "Síndrome de Havana". A embaixada foi parcialmente evacuada, e desde então especula-se o que causou o distúrbio, com evidências apontando para um ataque vindo de agentes cubanos, com aparatos desconhecidos.

Foi coisa sua de novo, Mags? (Crédito: Reprodução/Marvel Entertainment/The Donners' Company/Bad Hat Harry Productions/ Dune Entertainment/Ingenious Film Partners/20th Century Studios/Disney)

Foi coisa sua de novo, Mags? (Crédito: Reprodução/Marvel Entertainment/The Donners' Company/Bad Hat Harry Productions/ Dune Entertainment/Ingenious Film Partners/20th Century Studios/Disney)

Estudos conduzidos desde então, somados aos relatos das vítimas, que dizem terem ouvido "sons penetrantes" e notado "vibrações", todos direcionados ao prédio da embaixada dos EUA, apontam para um ataque deliberado usando infrassons ou pulsos eletromagnéticos, possibilidades que se alinham com os sintomas e danos causados.

Nunca houve uma acusação formal contra Cuba, visto que o Departamento de Estado nunca chegou a nenhuma conclusão definitiva. É possível, por exemplo, que o prédio sofra com vazamento de infrassom, um evento por trás de todas as "casas assombradas". O que torna esta possibilidade improvável, entretanto, foi a intensidade do ataque e como as vítimas foram afetadas, ficando com sequelas para o resto da vida.

A hipótese mais aceita é que alguém, seja um indivíduo ou um grupo, ligado ao governo de Cuba ou não, tenha usado equipamentos direcionados para a embaixada dos EUA em Havana, como armas de ultrassom, já usadas para dispersar multidões por forças de segurança. O motivo? O provável é que tenha sido puramente trollagem, uma oportunidade dos cubanos zoarem pesadamente os malditos ianques, usando equipamentos provavelmente recém-adquiridos.

Agora, um novo relatório interno, tornado público está reduzindo as hipóteses do que pode ter acontecido, e de cara dispensa causas naturais, como desordens neurológicas ocasionais, ou possibilidades mais mirabolantes, como histeria coletiva. Ele também desconsidera ataques usando radiação ionizante, ou com armas químicas e/ou biológicas.

Embaixada dos EUA em Havana, Cuba, alvo dos supostos ataques (Crédito: Divulgação/U.S. Department of State)

Embaixada dos EUA em Havana, Cuba, alvo dos supostos ataques (Crédito: Divulgação/U.S. Department of State)

O documento também descarta o uso de equipamentos com sons audíveis, uma possibilidade aventada para o emprego de alto-falantes comuns, que chegou a ser considerada. Do ponto de vista do relatório, os ataques usaram equipamentos que emitem pulsos eletromagnéticos, bem como frequências de infrassom e ultrassom, inaudíveis normalmente, mas que causam danos mesmo assim.

Ao mesmo tempo, o relatório levanta a possibilidade de que Cuba possa não estar diretamente envolvida no ataque, mas que ela pode ter sido usada como um laranja, com ou sem consentimento, para ocultar um ataque... da Rússia. A maioria dos especialistas descarta totalmente a possibilidade de o governo de Vladimir Putin estar envolvido na pendenga, e dadas as atuais tensões envolvendo o país, EUA e a crise na Ucrânia, não é uma boa ideia jogar mais lenha na fogueira agora.

Oficialmente, Cuba nega qualquer envolvimento no episódio, seja por parte do governo ou de agentes independentes do país, e contesta os resultados de todos os estudos que apontam para um ataque deliberado à embaixada dos EUA.

Em 2019, uma junta de pesquisadores dispensou as descobertas dos pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, dizendo que as mudanças nos cérebros das vítimas eram "muito pequenas, muito diversas e muito difusas", quase apontando para uma "causa natural", que claro, Cuba não explica como se deu, e diz que o episódio é "um pretexto americano" para prejudicar as relações entre os dois países, bem como o turismo, uma das principais (e únicas) fontes de renda da ilha.

Fonte: Ars Technica

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