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Telescópio Espacial Hubble está tendo problemas. De novo

Hubble entra em modo de segurança por falhas de sincronização com a Terra; problema pode ser simples, mas ocorrências estão se acumulando

2 anos atrás

Telescópio Espacial Hubble não teve um ano de 2021 tranquilo. Em junho, uma falha na Unidade de Controle de Energia (PCU) da Unidade de Comando de Instrumentos Científicos e Manipulação de Dados (SI C&DH) fez seu computador principal para de funcionar, um problema que foi sanado remotamente após a NASA quebrar a cabeça por quase um mês.

Pois em outubro de 2021, o Hubble deu pau outra vez e entrou no modo de segurança, o que leva ao desligamento de todos os seus instrumentos científicos. Segundo a agência espacial norte-americana, uma série de falhas de sincronização entre instrumentos causaram o problema.

Hubble visto do Ônibus Espacial Discovery, durante a segunda missão de manutenção ao telescópio espacial, em 1997 (Crédito: Divulgação/NASA)

Hubble visto do Ônibus Espacial Discovery, durante a segunda missão de manutenção ao telescópio espacial, em 1997 (Crédito: Divulgação/NASA)

Segundo a NASA, o Hubble em si não está em perigo iminente, visto que todos os seus sistemas fora dos instrumentos científicos continuam funcionando normalmente. O primeiro erro aconteceu no dia 23 de outubro, quando uma mensagem específica apresentou um erro de falha de sincronização e foi perdida. Essa mensagem contém informações sobre o tempo e ordem de comandos emitidos entre os componentes do satélite, para que os instrumentos funcionem de acordo.

Se uma mensagem perder a sincronia, todo o conjunto entra em modo de segurança, que foi exatamente o que aconteceu. A NASA decidiu emitir um comando de reinicialização do circuito e na ocasião, tudo voltou a funcionar. No dia 25, porém, o Hubble emitiu informes de perda de múltiplas mensagens de sincronização, forçando novamente o modo de segurança e o desligamento dos instrumentos científicos.

Desta vez, a agência decidiu deixar tudo desligado, visto que o reset só demonstrou resultados paliativos. Assim, a equipe de controladores em solo estão avaliando os diagramas de todo o sistema e os dados disponíveis enviados ao Hubble, bem como suas mensagens de erro, para tentar entender o que está acontecendo. O processo deve levar uma semana, em média.

O Hubble tem histórico de problemas em seus 31 anos de operação, começando pelo fato de ter nascido míope, um defeito de escala microscópica no espelho fazia com que suas imagems ficassem borradas, o que foi resolvido com uma lente auxiliar. Em 2008, um bug na Unidade de Comando/Formatadora de Dados Científicos (CU/SDF) forçou a NASA a substituir todo o SI C&DH em 2009, a última vez em que o telescópio passou por uma manutenção local.

Em 2018, um defeito no giroscópio foi corrigido com um reboot e uma série de manobras, e foi o primeiro indício de que sem ter como passar por check-ups regulares, por não termos nada capaz de viabilizar caminhadas espaciais, depois do fim do programa dos ônibus espaciais, os erros e desgastes no conjunto começaram a se acumular.

A falha do PCU em junho, uma peça de um conjunto que foi trocado a pouco mais de 12 anos atrás, e os novos erros de sincronização ocorridos em outubro, podem ser sinais de que o sistema de instrumentos do Hubble pode estar se aproximando do fim de sua vida útil. Ainda que ele tenha sido projetado para uma missão de 40 a 50 anos, isso levava em conta a possibilidade de fazer manutenção, que os shuttles proviam.

Telescópio Espacial James Webb completamente montado, com as estruturas que serão abertas após o lançamento (Crédito: NASA)

Telescópio Espacial James Webb completamente montado, com as estruturas que serão abertas após o lançamento (Crédito: NASA)

Na possibilidade do Hubble abrir o bico de vez, a NASA contará apenas com o Telescópio Espacial James Webb, que se nada mais der errado, deverá ser lançado no dia 18 de dezembro de 2021. A agência ainda tem esperanças de usar ambos instrumentos simultaneamente por um tempo, mas isso apenas vai ocorrer se o nosso velho observador do Cosmos colaborar.

Fonte: NASA

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