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Epic Games e a árdua busca por jogos exclusivos dos consoles

Documento do caso Apple vs Epic Games mostra que esta tentou convencer Sony, Microsoft e Nintendo a lançarem alguns de seus jogos na loja da empresa

3 anos atrás

Desde que o caso Epic Games vs Apple teve início, quem acompanha a indústria de games tem ficado sabendo de uma enorme quantidade de segredos que, em condições normais de temperatura e pressão, jamais viriam à tona. De acordos para suporte a crossplay, à garantia de lançamentos que só estariam disponíveis (temporariamente) por lá, os vazamentos têm escancarado a agressividade dos criadores do Fortnite para tornar sua loja mais relevante e o último deles fala sobre a intenção da empresa de conquistar alguns exclusivos dos consoles.

Horizon Zero Dawn - Epic Games

Crédito: Divulgação/Guerrilla Games

Segundo um documento que foi disponibilizado no servidor público do caso e rapidamente removido, em algum momento a Epic Games procurou a Sony para fazer uma proposta que muitas companhias considerariam irrecusável: eles pagariam US$ 200 milhões em garantias mínimas e em contrapartida teriam acesso a entre quatro e seis títulos da empresa japonesa.

Porém, algumas coisas não ficaram muito claras, como se o valor seria para cada jogo ou para o pacote — embora eu acredite mais na segunda opção; se tais títulos seriam vendidos por um tempo apenas na Epic Games Store (EGS) e se o negócio chegou a ser fechado. Vale citar que de 2019 para cá a loja passou a vender com exclusividade dois jogos publicados pela Sony, o ReadySet Heroes e o Predator: Hunting Grounds. Já o Horizon Zero Dawn foi disponibilizado simultaneamente no Steam, o que também acontecerá com o Days Gone.

Se a investida da companhia de Tim Sweeney teve sucesso, ainda não sabemos, mas o fato é que nos últimos meses a Sony Interactive Entertainment tem explorado a ideia de trazer alguns exclusivos do PlayStation 4 para o PC, com o presidente da divisão tendo deixado claro que outras propriedades intelectuais da editora farão o mesmo caminho. Ao ser questionado em uma entrevista sobre o que os levou a mudar de estratégia, Jim Ryan respondeu:

Nos encontramos agora no início de 2021 com os nossos estúdios de desenvolvimento e os jogos que eles fazem na melhor forma que jamais estiveram […] Existe a oportunidade de expor esses grandes jogos a um público mais amplo e reconhecer a economia do desenvolvimento de jogos, que nem sempre foi tão descomplicada. O custo de fazer jogos cresce a cada ciclo, conforme o calibre das propriedades intelectuais aumenta. Além disso, a facilidade de disponibilizá-los para quem não possui um console aumentou.

Esta aposta da Sony no mercado de PC é algo que tem mostrado resultado, com o Horizon Zero Dawn tendo vendido 716 mil cópias apenas no primeiro mês. O que também floresceu nos últimos meses foi a proximidade entre a fabricante do PlayStation 5 e a Epic Games, com a Sony Group tendo investido US$ 200 milhões como parte de uma rodada de financiamento, valor que se somou a outros US$ 250 milhões que já haviam sido investidos em 2020.

Mas se de uma forma ou outra a tentativa da Epic Games de conquistar alguns jogos publicados pela Sony obteve êxito, o mesmo não pode ser dito das outras fabricantes de consoles. Ainda de acordo com o documento que apareceu na internet, ao se aproximar da Microsoft eles encontraram resistência e os motivos para isso foram:

  • O responsável pelo Game Pass para PC ser contra o que a Epic tem feito com a sua loja (supostamente a aquisição de exclusivos);
  • O fato da EGS ser efetivamente uma concorrente da Windows Store;
  • Phil Spencer e Gabe Newell terem um bom relacionamento, inclusive com a dupla se encontrando ocasionalmente.

A Epic Games então teria voltado sua atenção para a Nintendo e lá a situação foi ainda pior. Ao contrário do que aconteceu com a Gigante de Redmond, com os japoneses as conversas nem tiveram início, com a investida tendo sido tratada internamente desde o início mais como “um tiro no escuro”. Tal resultado nem chega a ser uma surpresa, ainda mais se considerarmos a maneira como a Microsoft foi recebida quando tentou jogar seu caminhão de dinheiro sobre os executivos da BigN.

Sendo assim, por enquanto resta à Epic Games continuar investindo na aquisição de exclusivos de PC, como foi o caso do Borderlands 3. Segundo informações que surgiram durante o julgamento contra a Apple, para garantir que o jogo da Gearbox Software fosse lançado apenas na EGS, a empresa precisou gastar US$ 115 milhões, sendo que deste valor, US$ 80 milhões se referia somente às tais garantias mínimas, que é quanto a desenvolvedora receberia mesmo se o jogo fosse um fracasso comercial.

Pode parecer muito (e realmente é), mas saiba que o montante foi recuperado em apenas duas semanas após o lançamento e convenhamos, dinheiro não é problema por lá, já que em apenas dois anos o Fortnite rendeu US$ 9 bilhões à Epic.

Fonte: ScreenRant

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