Dori Prata 3 anos atrás
Ao contrário de boa parte das pessoas, eu não odeio a Ubisoft, muito menos deixo de jogar algo simplesmente por carregar consigo o nome da editora francesa. Isso no entanto não me impede de enxergar alguns erros cometidos pela empresa, como por exemplo a maneira como ultimamente várias das suas criações tem ficado muito parecidas entre si.
Talvez o ápice disso tenha acontecido com o Tom Clancy's Ghost Recon Breakpoint, jogo que aproveita diversos elementos de outras franquias da empresa e onde fica claro a maneira como os seus estúdios trabalham em conjunto compartilhando conhecimento. Pois esta falta de originalidade e, principalmente, de identidade é um dos motivos apontados para o título ter vendido bem menos que o seu antecessor.
Então, percebendo que havia um problema acontecendo com os jogos sob a marca Tom Clancy, já que o The Division 2 também teve vendas abaixo do esperado, o alto escalão da Ubisoft resolveu fazer mudanças.
A partir de agora, apesar do diretor de criação Serge Hascoet continuar no cargo, ele passará a contar com a ajuda de um número maior de subordinados, que por sua vez terão mais autonomia. Segundo relatos feito ao site Video Games Chronicle, o modelo anterior fazia com que normalmente os projetos dependessem dos gostos e opiniões de uma ou duas pessoas importantes da Ubisoft e após a reestruturação, a companhia espera que os futuros lançamentos consigam entregar pontos de vistas um pouco diferentes.
Some a isso a declarada intenção de transformar todos os títulos da empresa em jogos de mundo aberto e baseados no modelo de games como serviço e pronto, a sensação é de que estávamos sempre vendo um Assassin's Creed ou um Far Cry apenas com uma roupagem diferente ou ambientado noutro universo.
Os primeiros afetados por esta decisão foram o Watch Dogs: Legion, o Rainbow Six Quarantine e o Gods and Monsters. O trio viu suas datas de lançamento serem adiadas para o próximo ano fiscal (que terá início em abril de 2020) e a expectativa passa a ser para que eles cheguem às lojas até a época das festas de fim de ano. Mesmo assim, nada mudou em relação a previsão de que os três recebam versões tanto para o PlayStation 4 quanto para o Xbox One. Pelo menos menos por enquanto.
“Embora cada um desses jogos já tenham uma forte identidade e alto potencial, queremos que as nossas equipes tenham mais tempo de desenvolvimento para garantir que suas respectivas inovações sejam perfeitamente implementadas para oferecer experiências ideais para os jogadores,” declarou o presidente da Ubisoft, Yves Guillemot.
Como a iniciativa partiu de dentro da própria empresa, acredito que ela seja um bom sinal e possa surtir efeito daqui alguns meses. Como disse antes, eu não consigo ver a Ubisoft como a vilã que muitas pessoas pintam, mas se esta sacudida nas estruturas poderá resultar em algo com a criatividade, sensibilidade e qualidade de um Child of Light ou um Valiant Hearts: The Great War, como não ficar empolgado?
Fonte: Videogamer.