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Qual é a destes AirPods da Apple? [review]

É pequeno, cabe no bolso, tem bateria de longa duração e funciona até no Android. Vale a pena?

5 anos atrás

A Apple lançou recentemente no Brasil sua nova versão dos AirPods, que podemos chamá-la de AirPods 2 ou AirPods (2019) - eu prefiro o segundo nome. Olhando de fora eles são basicamente o mesmo produto que chegou ao mercado no final de 2016.

Apple AirPods com o iPhone XS

Eles ajudaram ao mercado a entender que fones completamente sem fios são interessantes, mais seguros e confortáveis do que os fones que ficam como um colar no pescoço - estes utilizam uma vantagem essencial: maior bateria em detrimento da adição de um cabo segurando os dois lados.

Ok, a Samsung tem seus fones faz tempo, várias empresas mostraram que entenderam o recado do sucesso dos AirPods e entraram na onda, mas...e os AirPods de fato? Eu fui usuário do Gear IconX de segunda geração por bastante tempo, depois passei pro Galaxy Buds e meu amor por fones intra auriculares ficou evidente neste parágrafo.

Eu realmente prefiro este tipo, mas tive a oportunidade de utilizar os fones da Apple, na segunda geração, desde que foram lançados no Brasil. Eu cheguei neste parquinho com bastante ceticismo, já que nunca fui muito amante dos fones simples dela e os AirPods são basicamente eles...sem o fio.

Não, não são. Eles são mais completos e eu vou utilizar os vários parágrafos desta análise, que não é bem uma análise, pra dizer se realmente o fone de ouvido é tudo isso, se vale o investimento (que já custou quase que o mesmo que um Gear IconX) e se eu ainda prefiro um fone intra auricular, ou não.

Primeiro contato

Se você nunca encontrou um fone de ouvido completamente sem fios, vai notar que eles são bem compactos. Em geral todos vivem em uma caixa, que tem bastante bateria pra alimentar as nanicas baterias dos fones. Eles tendem a durar algumas poucas horas no ouvido e podem ser utilizados mais vezes.

É o que acontece com os AirPods. O diferencial está na caixa, que parece BASTANTE uma caixinha de fio dental. Nesta segunda geração há uma mudança por aqui e ela fica no carregamento sem fios. É uma novidade realmente importante pro mundo que vem movendo seus pauzinhos pra poder aceitar cada vez mais gadgets que utilizam carregamento por indução. Eu ainda prefiro fios e me incomoda o fato do carregador ser pequeno, o que certamente vai mudar quando alguém lançar uma mesa inteira que é um carregador e que, nela, a energia do notebook, monitor, mouse, teclado e caixas de som é enviada via indução

Nada de fios, tudo por indução e conexão Bluetooth ou Wi-Fi. Um sonho que eu espero que aconteça e que sei que quando chegar, custará três Celtas zerinho. Neste momento eu compro a ideia, mas só quando os três Celtas couberem no que custa um Xbox One X ou PlayStation 4 Pro, por exemplo.

Ok, entenderam que eu não curto isso de carregar sem fios, mas que entendo a importância do recurso nos AirPods. Principalmente por motivos de: quando você não estiver com a caixinha no bolso, é só deixar na mesa, ou no carregador por indução e a bateria começa a ser carregada. É uma praticidade enorme, que custa R$ 300 mais caro só pra ter o recurso na caixa. É.

AirPods junto do Galaxy Buds

Passando disso, a caixinha é a mais confortável que já experimentei - ok, claro, eu só usei dois fones de duas fabricantes, em três versões: Gear IconX, Galaxy Buds e os AirPods. Mesmo que com um case maior, o modelo da Apple é mais escorregadio e isso ajuda até na hora de entrar com mais facilidade no bolso.

Os fones ficam do lado de dentro e utilizam um imã pra segurar tudo no lugar. Nem mesmo balançando o case, os fones caem - parabéns pela ideia, Apple!

Fones são confortáveis, mas…

Eles, os fones, contam com o mesmo material liso do case, mas encaixam de forma firme na orelha. Como são do tipo que se encaixam, vai depender do tamanho da sua orelha, do formato dela. Essa é uma das maiores vantagens dos fones intra auriculares, pois eles utilizam uma borracha pra dar firmeza e se o canal auditivo for menor, ou maior, é só trocar a borracha por outra de outro tamanho. Simples.

Nos AirPods isso não existe, mas existem acessórios que fazem este trabalho. Sem contar com eles, você vai na roleta russa. A minha experiência foi e é a seguinte: eles ficam firmes mesmo quando eu balanço a cabeça, mesmo quando eu balanço com vontade e sem me preocupar se os fones vão cair.

Nos primeiros dias eu tinha a clara sensação de que eles iriam cair, já que me acostumei por anos com os intra auriculares, mas eles não caíram e eu ficava o tempo todo “colocando mais pra dentro”. Depois de um tempo eu desisti de fazer isso e aceitei como eles ficam.

Conheço algumas pessoas que compraram os AirPods e não conseguiram utilizar por não ficarem firmes, por caírem com frequência. Então a dica que te dou é de experimentar os AirPods de alguém, antes de comprar. Ou então comprar online, que permite a devolução em até sete dias, se não funcionar.

Por fim, em ergonomia, tem o formato do próprio fone e o peso irrisório de quatro gramas por fone (sim, QUATRO GRAMAS). Novamente comparando com meu uso anterior, os Galaxy Buds e o Gear IconX são pequeninos, ficam escondidos se você tem cabelo longo e mais parecem um ponto eletrônico. As pessoas não olham e dificilmente esbarram.

Nos AirPods o fone tem uma perninha que é onde fica a bateria e alguma parte do silício, junto com o microfone.

Existe um lado positivo neste tipo de formato, na verdade dois, que são a maior proximidade entre a boca de quem fala e o microfone que leva o áudio para chamadas, além do maior espaço pra bateria. O problema, ao menos pro uso em locais muito movimentados, é que eu sempre tenho o medo, a sensação de que alguém vai esbarrar neles e os fones vão sair voando.

Qualidade de som é ótima, mas…

Antes, antes de chegar perto dos AirPods, eu já gostava de como escutava minhas músicas nos fones da Samsung. Eles contam com balanço interessante de graves (com mais ênfase nos graves), médios e agudos, mas que ficaram menos imponentes nos Galaxy Buds - que melhoram apenas se você tem um Android, que libera o controle do equalizador e nele você “corrige” isso.

A primeira sensação que tive quando coloquei os fones da Apple no ouvido foi: isso é melhor do que minha experiência anterior, muito melhor. Ainda mais: eu não preciso ir nos ajustes pra deixar o som bom. Ele já é ótimo desde que é ligado pela primeira vez.

O que quebra toda a beleza é a falta de isolamento acústico. Ele simplesmente não existe e este tipo de “recurso” é comum em fones que não são intra auriculares. Nos AirPods eu notei que a falta deste isolamento me fez escutar as mesmas músicas e os mesmos podcasts em volume muito maior do que nos Galaxy Buds.

O problema é que, como o som externo não é isolado de forma alguma, tudo entra na sua audição. Está em um ônibus e tem alguém conversando alto do seu lado? Você escuta toda a conversa, se não aumentar o volume pra quase o máximo. Tá no metrô e o barulho do trem andando é alto? Você sempre escutará.

Isso pode não ser um problema e sim segurança, já que você não fica tão isolado do mundo de verdade e vai escutar se alguém te chamar ou algo perigoso acontecer, mas eu realmente prefiro usar o fone somente quando eu sei que ninguém vai me chamar e que estou em local seguro. Por isso acabei colocando o volume no máximo sempre que estava no metrô, por exemplo.

O ideal é utilizar em casa ou em local sem muito barulho, mas dai você perde a praticidade de ser um fone completamente sem fios.

Facilidades pra controle por voz, mas…

Falando em volume, chego em um, ponto importante e que faz falta: não tem como controlar o volume do fone por ele mesmo. A única forma de fazer isso sem encostar em nada que não seja o fone é com a Siri, mas se eu já estou em um lugar barulhento, falar alto “Hey Siri, aumente o volume” é algo que fará todo mundo olhar pra minha cara - já que, pra eles e pros que não viram o fone, eu tô falando sozinho.

Minha solução: como eu uso um Apple Watch, eu controlo o volume por lá mesmo. Se estiver sem, o iPhone sempre estará no bolso e então é só levar a mão até lá e tocar nos botões de volume. Pronto.

Nessa versão a Siri pode ser chamada a qualquer momento, sem apertar alguma coisa no iPhone ou no fone mesmo. É prático pra quem utiliza este assistente e é ainda mais prático pra quem não utiliza a Siri pra nada, já que como os AirPods escutam o tempo todo, dá pra alterar a função do toque duplo em qualquer um dos fones pra passar de música, pausar ou chamar a Siri.

Eu achei bem útil, mas seria ainda melhor se pudesse controlar o volume com estes toques né?

Calma caveirinha, funciona no Android!

Assim como a primeira geração do fone, este AirPod funciona em qualquer smartphone Android, na verdade ele funciona em qualquer coisa que aceite fones Bluetooth. As única coisas que você perde ao utilizá-lo em um Android são: os dois toques pra chamar a Siri (poderia chamar o Google Assistente né?), o fone não pausa a música automaticamente quando você tira um dos lados do ouvido, não é possível mais ver a quantidade de energia restante na caixinha e nos fones, além do pareamento simples e rápido do iPhone que não existe no Android.

Trocando em miúdos: ele vai funcionar como um fone de ouvido Bluetooth qualquer, sem nenhum controle além de tocar ou pausar a reprodução de música, além de controle de volume.

Falando neste pareamento, a coisa é mágica no mundo de produtos da Apple. Se você comprou agora seu fone e vai pareá-lo, é só abrir a caixinha perto do iPhone e ele identifica automaticamente que um AirPod foi aberto e pergunta se quer conectá-lo. SÓ ISSO. MAIS NADA!

Tem mais: uma vez pareado, os AirPods ficam salvos na sua conta da Apple e isso significa que se você tem um Mac, iPod Touch, iPad ou outro iPhone vinculado na mesma conta, não precisa parear em cada um. É só abrir a caixinha perto de um deles e pronto, está conectado. Quer voltar? Abre a caixinha perto do aparelho que quer utilizar agora e escolhe lá nas configurações do Bluetooth pra ligar a conexão. Pronto! Simples assim.

Simples de uma forma como tudo que é sem fios deveria ser.

E ai, vale a pena?

AirPods com o iPhone XS

Vale, mas só se você tem um iPhone ou já vive no ecossistema da Apple. Se você tem um Android, dependendo do modelo, é mais interessante partir para o Galaxy Buds ou fone de outra marca, que oferece mais suporte e funções - alguns permitem até o armazenamento de canções na memória interna.

Se você tem coisas da Apple, é interessante se você preferir este formato que não é intra auricular. Chamar a Siri, identificar o fone só por estar perto e recarregar a bateria dos fones (que duram cinco horas) em menos de 30 minutos são pontos muito positivos e há poucos negativos. O preço poderia ser um, mas ele está dentro do que até mesmo a Samsung cobrou no IconX e se você já está no ecossistema da Apple, já sabe que ele custa caro e aceitou este fato.

São R$ 1.349 pelo modelo sem a caixinha que recarrega via indução e R$ 300 extras pra poder carregar com um carregador no padrão Qi (quase que todos do mercado). Só vale o dinheiro extra se você realmente faz questão deste tipo de carregamento, já que os AirPods dentro do case são os mesmos nas duas versões.

Ah, sim, se alguém esbarrar em você ou se você perder um dos fones, vai ter que desembolsar R$ 479 pra comprar um sobressalente aqui no Brasil. Então é melhor tomar cuidado.

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