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Qual é a desse fone wireless AKG Y500? [review]

Ele tem bateria que promete 33 horas de autonomia e recarga rápida, junto de pausa automática na música, mas há problemas

5 anos atrás

Eu passei as últimas semanas com o Y500, fone de ouvido on-ear da AKG que pode ser uma boa pedida pra quem não quer deixar uma quantidade razoável de dinheiro apenas pra escutar música ou podcasts. Ele funciona com conexão Bluetooth 4.2, tem bateria que passa fácil de 30 horas de vida e acesso mais direto aos assistentes pessoais como Google Assistente e Siri. Será que vale seu dinheiro?

Fone de ouvido AKG Y500

Vem comigo que eu te explico nos próximos parágrafos deste review-parcial-já-que-review-imparcial-é-apenas-leitura-de-especificações-técnicas. Bora lá.

Primeiro contato

O AKG Y500 não é o tipo de fone de ouvido que passa despercebido, mesmo com cor opaca e ausência total de cores chamativas - o que eu prefiro. A construção dele é em um misto de metal e plástico, onde o plástico passa sensação de robustez em todos os locais, enquanto que o metal dá um toque de requinte e coloca este efeito de reflexo que está nos limites dos círculos que acomodam a audição do usuário.

Dobrado o AKG Y500 é pequeno

Requinte que não pode ser notado quando você tira o fone da caixa pela primeira vez. Como ele é menor (on-ear é assim mesmo), parece que é um fone de ouvido infantil ou que é menor do que deveria ser. É só abrir as pernas dele e pronto. A espuma que faz apoio na cabeça é confortável, mas não posso dizer o mesmo das espumas dos falantes.

Poderia ser mais confortável

Nos primeiros dias que utilizei o fone, notei que depois de alguns longos minutos de uso (tipo mais de meia hora), a orelha começa a sentir que o fone está pressionando demais a cabeça. Pensei que poderia ser algo de um fone novo, então continuei escutando música e a sensação só piorou ao ponto de incomodar.

Poderia ser mais confortável

Eu utilizo óculos, então poderia ser algo com as hastes laterais, mas não era. Coloquei ambas mais pra cima, já que tirar o óculos significa usar modo retrato (fundo desfocado) em todos os momentos e sem precisar do smartphone pra isso. Mesmo liberando o caminho das espumas, a sensação de incômodo continuou e foi se agravando.

Então pedi para minha namorada testar, que não tem cabeça de vaso chinês como a minha e não utiliza óculos. Pra não afetar o que ela falaria, apenas disse pra usar e ponto final, sem comentar o que senti antes. Resultado: ela reclamou exatamente da mesma coisa, do mesmo desconforto depois de alguns minutos de uso.

Como cada um tem uma orelha diferente do outro, eu acabei lendo relatos de outros usuários pelo mundo e os comentários são positivos. Certamente é a minha orelha (e da patroa também) que reclamou deste tipo de fone. Ou então a espuma que, por ser nova, ainda não está laceada o suficiente e fez mais pressão do que deveria.

Como este fone não é meu e só pude passar algumas poucas semanas com ele, não posso saber se o uso contínuo ajuda no conforto.

O som fica bom?

SIM! Os graves são bem presentes, com agudos que não se perdem, médios que fazem vozes ficarem cristalinas, mas o foco está nos graves mesmo e em um nível que me lembra os fones da Beats - que agora é da Apple. O tipo de espuma utilizada (aquela com memória) encaixa muito bem na orelha pra tentar tampar o som de fora, já que não há isolamento acústico ativo. Esta função é basicamente mecânica e vai depender de como sua orelha se comporta. A minha fechou bem e som alto impedia que qualquer coisa de fora pudesse entrar.

Espumas devem lacear mais no futuro

Em tecnês: os falantes são de 40mm, que trabalham em frequências entre 16 Hz e 22 kHz, com impedância de 32 ohms. A bateria de 900 mAh, com carregamento rápido que oferece uma hora de uso com apenas cinco minutos de tomada, com recarga completa que leva mais de duas horas pra terminar - poderia ser rápida aqui também, né?

A AKG promete 33 horas de uso contínuo e consegui chegar perto disso nos testes. Minha conta chegou em 27 horas sem reclamação na autonomia, mas como você não escuta (nem deve) por tanto tempo seguido, certamente terá o mesmo cenário que aqui: vai passar mais de uma semana sem recarregar a bateria.

Praticamente não há diferença entre a reprodução de música com cabo ou sem fios, mas eu senti falta do codec aptX (ou aptX HD e LDAC) pra quem prefere escutar alguma coisa com mais detalhes, sem compressão. Pro básico o AAC que o AKG Y500 entende já entrega o som bom pra enorme maioria das pessoas.

Só um detalhe que me incomodou bastante: quando em modo por Bluetooth, é possível escutar um chiado agudo, que é de volume bem baixo, mas constante e que é perceptível quando uma música acaba e começa a seguinte - especialmente no lado esquerdo. Chato pra quem é ligado em nuances, mas aceitável (novamente) para a grande maioria das pessoas. Se utilizar em ambiente barulhento, nem vai notar.

Se você resolver colocar o cabo P2 que vem na caixa, não tem nenhum som bizarro. É só a música mesmo.

Modo ambiente, pausa automática e mais

Este certamente não é o tipo de fone de ouvido mais seguro pra andar em grandes metrópoles, mas se você sentir a segurança rara que ainda existe no Brasil e quiser sair por aí com o AKG Y500, pode contar com o modo ambiente. Ele não utiliza microfones pra reproduzir o som de fora pra dentro, mas baixa o volume do que estiver tocando e deixa o som externo entrar naturalmente.

MicroUSB em pleno 2019 hein AKG Y500

Botão para modo ambiente fica acima da entrada microUSB (!!)

O comando pra este recurso está no único botão pressionável do lado direito, que faz um barulho enorme pra depois ligar o modo ambiente - precisava gritar no ouvido pra liberar o som de fora, AKG? Seria interessante ao menos poder baixar este alerta, já que você sabe que ativou a ferramenta.

Junto disso há um controle automático de reprodução de música. Se você tira o fone de ouvido da cabeça, ele pausa o que estiver tocando. Quando funciona é bem bacana, mas em alguns raros momentos ele simplesmente ignorou e continuou tocando, enquanto em outros ele pausou a música, mas não retomou a reprodução.

Eu testei em um Android, num iPhone e no PC mesmo, rodando diversos apps e até o YouTube no navegador do computador. Todos respeitaram a ordem de pausa na imensa maioria das vezes. Senti falta deste acionamento automático quando você puxa pra fora um dos lados do fone, sem tirar outro.

Há outro botão, do outro lado, que chama a assistente pessoal do dispositivo que você utiliza. No Android ele pega o Google Assistente ou Bixby, no iPhone chamou a Siri e no Windows a Cortana respondeu ao tocar duas vezes no botão. Um toque faz a música pausar manualmente.

Acima deste botão fica o controle de volume em um slider. No começo ele travava no comando pra baixar o som, mas com o tempo este problema foi sumindo - mais um que deve desaparecer com o tempo.

Por fim, um recurso interessante pra quem está no PC e quer receber uma chamada pelo fone de ouvido. Este fone permite a conexão com dois dispositivos ao mesmo tempo e eu testei com um iPhone e um PC com Windows. Era só pausar a música em um e dar play no outro, que o fone sequer pestanejava. Em ligações, mesmo sem microfone dedicado, ele dá prioridade para o celular e pausa o que está tocando no PC. Curti isso.

Ah, mais uma coisa pra fechar: em pleno meio de 2019 o AKG Y500 resolve que ainda é tempo pra cabo microUSB recarregar a bateria. USB-C seria mais moderno, simples de plugar e condizente com o apelo de requinte que a marca tenta passar. Até é amplamente utilizado em smartphones da Samsung, mesmo nos intermediários. Mancada.

Vale a pena?

O AKG Y500 não é o modelo mais caro da fabricante, mas mesmo assim entrega tecnologias interessantes. O modo ambiente é natural e sem delay entre o que acontece e o que você escuta, enquanto que a pausa automática é interessante. Ficar conectado ao mesmo tempo com dois aparelhos serve pra quem está em casa, ou prefere um reprodutor de música dedicado - como um iPod Touch, ou algum que é focado em reprodução de alta qualidade.

O único problema que me incomodou foi no conforto, que pode ser resolvido com a espuma mais macia depois de algum tempo. Tempo que não terei, já que o fone já foi devolvido pra Samsung (que é dona da AKG). A qualidade sonora me surpreendeu pela faixa de preço, junto de tecnologias mais comuns em modelos mais caros.

Se você procura um fone que não custa uma pequena fortuna, pode ser que o Y500 te faça feliz. Ah, o Y500 foi lançado por R$ 700, mas no momento da publicação deste review ele já era encontrado por valores que giram nos R$ 560.

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