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For All Mankind: É como se a Corrida Espacial tivesse sido perdida e não tivesse acabado

5 anos atrás

História alternativa é uma área odiada por historiadores e adorada pelo público, que pode viver aventuras em realidades fundamentalmente diferentes da nossa. A técnica é muito usada em jogos, e um de meus preferidos, Crimson Skies, se passa nos Anos 1930 de uma América do Norte aonde os Estados Unidos se dividiram em um monte de pequenos países depois da Guerra Civil. Recentemente O Homem do Castelo Alto virou uma excelente e deprimente série de TV mostrando um mundo onde a Alemanha Nazista venceu a 2a Guerra Mundial.

For All Mankind é uma série baseada em História Alternativa que irá ao ar pela Apple TV+ - sim, mais um serviço de streaming. A criação é de Ronald D. Moore, universalmente celebrado pela nova versão de Battlestar Galactica e seu trabalho em Jornada nas Estrelas.

A premissa da série é simples: Os soviéticos chegaram na Lua primeiro, mas ao invés de desistir, os americanos entenderam como um desafio, e intensificaram seus esforços para construir uma base lunar e até montar uma missão para pousar em Marte.

Na realidade isso estava bem longe de acontecer. Os soviéticos por um tempo tocaram dois programas lunares separados, mais tarde fundidos sob controle de Sergei Korolev, que era uma espécie de Von Braun russo, menos nazista e mais inteligente.

Korolev projetou um foguete bem ambicioso, talvez ambicioso demais. O N1 tinha 30 motores e deveria rivalizar o Saturn 5.

O projeto começou em 1965, mas em 1966, tragédia: Korolev morreu por complicações de uma cirurgia, e o programa espacial soviético se dissolveu entre brigas internas e interferência política. A KGB não se interessava em explicações ou atrasos, e o resultado é que os quatro lançamentos do N1 terminaram em desastre.

Sem um foguete capaz de levar os cosmonautas, ficou inviável sequer testar os módulos de comando e de pouso. Com o sucesso da Apollo XI, os soviéticos perderam de vez o interesse e a conta do programa espacial ficou mais ainda injustificável.

Do lado dos americanos o Programa Lunar estava longe de ser aquele enorme fator de unificação que a gente gosta de imaginar que foi. Mesmo naquela época a turma do "com tanta gente passando fome" já reclamava, e não se esqueça: Final da década de 1960, EUA enrolados no Vietnã, um Presidente extremamente impopular na Casa Branca, tudo que vinha do Governo era mal-visto.

Em verdade 60% da população na época do pouso na Lua era contra o programa espacial, então dificilmente uma vitória soviética teria mudado isso. Mesmo assim a graça da História Alternativa é seguir o caminho menos provável, e For All Mankind promete fazer isso muito bem.

Ao contrário do clima dark e deprimente esperado, o primeiro trailer passa a idéia de um otimismo renovado, gente querendo dar a volta por cima e mostrar pros comunas que eles não vão vencer nem afetar a pureza de nossos fluídos vitais.

Claro que a série nunca será tão divertida quando Iron Sky, mas tem personagens históricos de primeira, como Gene Kranz e Neil Armstrong, com uma reconstituição de época excelente e efeitos especiais de primeira.

Se tudo der certo For All Mankind estréia na Apple TV+ no final de Setembro de 2019.

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