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Vampire: The Masquerade - Bloodlines 2 te convida para um novo mergulho nas trevas

Um dos jogos mais cults de todos os tempos retorna para mais um banho de sangue, luxúria e guerra por poder

5 anos atrás

“Oh yes, there will be blood.” - assim como disse Jigsaw, em Jogos Mortais 2, Vampire: The Masquerade - Bloodlines 2 também promete um banho de sangue para os jogadores com esta sequência do game gótico vampiresco original, que completará 16 anos em 2019. Considerado um cult no mundo dos jogos, tanto pela temática dark e sedutora, quanto pela quantidade inumana de bugs e jogabilidade truncada, Bloodlines pode encontrar agora sua redenção, especialmente após o anúncio de que Brian Mitsoda, a mente criativa por trás do primeiro game, estará a frente do roteiro.

Vampire The Masquerade Bloodlines 2

Das páginas do RPG de mesa para o computador

Num artigo passado, cheguei a citar Vampire Bloodlines como um dos jogos antigos de RPG que valem jogar até hoje. Ele é um dos mais truncados e bugados lançados no início da década de 2000? Certamente, mas acredito que o esforço em driblar essas falhas compensam a imersão num título bem fiel às regras do livro de RPG Vampire: The Masquerade, do qual ele não apenas bebeu, mas mergulhou por completo na fonte.

Quem jogava Vampire antigamente, contando a dedo os pontos de sangue ainda sobrando - para usar novamente o poder do clã sem entrar em frenesi, surtou ao saber que poderia interagir, ainda mais, com toda aquela fantasia obscura e envolvente num jogo de computador.

Um dos primeiros passos do game no PC - desenvolvido Troika Games e publicado pela Activision, na época - era montar a sua ficha, por sinal bem parecida com a do jogo de mesa, selecionar o sexo do personagem, além de escolher um dos clãs membros da Camarilla, disponíveis no game:

  • Toreador: um clã fascinado pela arte e o belo, o que também é sua fraqueza. A obra Entrevista com o Vampiro, da Anne Rice, lembra um pouco esses vampiros;
  • Ventrue: são os mais aristocráticos e políticos de todos. Costumam ser grandes líderes e controlam a Camarilla. Drácula, de Bram Stoker, é considerado por alguns como membro desse clã;
  • Nosferatu: seus membros são parecidos com o vampiro do clássico filme de 1922 (de mesmo nome). Por sua aparência deformada e repulsiva, sobrevivem escondidos, pois não conseguem "socializar" em meio aos humanos como os outros vampiros. Ter ghouls (humanos à seu serviço) é indispensável para alguns;
Nosferatu-Vampire

Cena do filme Nosferatu (1922)

  • Brujah: esse clã tem aversão à lei e a ordem. Podem ser considerados como os mais anarquistas e imprevisíveis. São tidos também como grandes guerreiros;
  • Gangrel: Assim como os Brujah, os Gangrel também são ótimos lutadores. Mas ao contrário deles, que tiram sua força do ódio e anarquia, este clã desenvolve sua ferocidade baseado em seus instintos animais. São os mais selvagens e predatórios da Camarilla;
  • Malkavian: os loucos de pedra dos vampiros, acho até eles engraçados por isso. Os Malkavianos carregam a maldição da loucura e, constantemente, passam por episódios de esquizofrenia. Estranhamente, também são ótimos oráculos;
  • Tremere: os membros deste clã são magos, conjuradores e warlocks. Eles são vistos com desconfiança pelos outros vampiros e tido como oportunistas. São bem reclusos e já ajudaram a Camarilla muitas vezes, mesmo sendo odiados.

Vampire The Masquerade Bloodlines 2

Cada clã no primeiro Bloodlines tem habilidades, pontos fortes e fracos diferentes, mesmo a movimentação de todos parecer bem similar (e horrorosa, especialmente nas lutas).

O jogo original se passa em quatro áreas de Los Angeles: Santa Monica, Hollywood, centro de Los Angeles e Chinatown. Além de vampiros, o jogador, na pele de um membro novato da Camarilla, encontra também outros monstros e até mesmo lobisomens.

A título de curiosidade, os membros da Camarilla seguem um código de reclusão que os impedem de usar seus poderes em frente aos humanos. Eles também precisam evitar assassinatos desnecessários para, assim, preservar o pouco que lhes restam de humanidade (no game, você é penalizado por ser visto usando suas habilidades em público). Tudo isso vai de encontro aos membros do Sabbat, seus principais opositores. Este clã decidiu revelar sua verdadeira forma, aceitando a besta dentro de cada um deles.

O retorno da sedução gótica: Bloodlines 2

Como uma grande fã da temática gótica e do folclore que envolve as criaturas da noite, quase chorei lágrimas de sangue de alegria com o anúncio de Vampire: The Masquerade - Bloodlines 2, na última quinta-feira (21). Sinceramente, nunca tive muita esperança de um segundo jogo. Já estaria bem feliz se saísse um remake do primeiro (mas bem que podiam fazer mesmo).

Vampire The Masquerade Bloodlines 2

Bloodlines 2 está agora nas mãos da Paradox Interactive, com desenvolvimento do Hardsuit Labs. A Paradox comprou, em 2015, os direitos da White Wolf Publishing, do qual pertence o universo World of Darkness, que engloba obras como Vampiro: A Máscara. Segundo informações do Kotaku, o time do Hardsuit Labs está trabalhando para que essa sequência seja fiel à obra literária, que usa como inspiração, e um descendente digno do clássico original.

O novo jogo se passa em Seattle, uma cidade portuária no estado norte-americano de Washington. A história aborda um acontecimento chamado "Mass Embrance", ou Abraço em Massa, ou ainda Grande Abraço, em tradução livre. Neste evento de sangue, vários novos vampiros são criados. Assim como no primeiro Bloodlines, você começará essa nova jornada como um desses vampiros novatos.

Criar novos vampiros, sem a aprovação direta da Camarilla, o tornará um ser renegado e, possivelmente, condenado à execução - também como no título original. Você é levado até a tal corte dos vampiros, mas antes de ter sua morte (ou melhor, a segunda delas) sacramentada, o local do julgamento é bombardeado e você escapa para Seattle. Agora, o protagonista precisa descobrir quem está por trás do atentado e, ainda, aprender a lidar com sua nova natureza sobrenatural.

Vampire The Masquerade Bloodlines 2

Ainda segundo o Kotaku, que teve acesso a uma versão pré-alfa do game, toda a ambientação de Bloodlines 2 segue o mesmo efeito noir do primeiro jogo, mas com um ar de exploração estilo Dishonored. O site também disse que os jogadores não poderão escolher qual clã participar, mas sim o background do personagem, como um policial ou barista, por exemplo.

Você apenas poderá se unir a clãs mais para frente na história. Isso limitará um pouco suas habilidades, no início do gameplay. A Paradox garante melhorias nos combates (até porque dificilmente seria algo pior do que era), com direito até as já conhecidas movimentações especiais para super ataques (o famoso efeito câmera lenta para finalizações). Mesmo com mais ação, o jogo continuará respirando RPG, com vários NPCs e opções de diálogos.

Infelizmente teremos que esperar um pouco por Vampire: The Masquerade - Bloodlines 2. O game tem previsão de lançamento apenas para 2020. Mesmo assim, a pré-venda já começou no PC via Steam. Para o pessoal que for jogar no computador, a Nvidia já avisou que o game terá suporte à tecnologia ray tracing, em tempo real, para deixar os efeitos de iluminação ainda mais realistas. O game também será lançado para PS4 e Xbox One.

No site oficial, ainda não há informações sobre quais clãs farão parte do título, mas bem que eles poderiam incluir a galera do Sabbat também, só para gerar mais caos e discórdia. Agora é esperar a hora do Grande Abraço da Noite chegar... Isso soou esquisito…

PS: esperando, ansiosamente, liberarem a playlist do jogo para eu seguir no Spotify.

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