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Google perguntará a europeus qual navegador e buscador querem como padrão do Android

Seguindo ordens da Comissão Europeia, Google vai perguntar aos europeus usuários de Android quais navegador e buscador eles querem usar

5 anos atrás

O Google continua fazendo adequações ao Android na Europa, de modo a alinha-lo com as exigências da Comissão Europeia para a Inovação. A mais recente, é que o sistema vai perguntar a todos os usuários do bloco, novos e existentes, sobre qual navegador e motor de busca eles gostariam de usar como padrão.

Vamos recapitular: em 2018, o Google foi mais uma vez multado pela Comissão Europeia, no valor de € 4,34 bilhões (R$ 18,67 bilhões em valores de hoje, 20/03/2019) por práticas anticompetitivas envolvendo o Android. De acordo com a sentença, o Google usou sua posição de dominância no mercado mobile para impor condições desleais aos competidores e fabricantes parceiros, forçando a instalação de suas soluções (Google Search, Play Store, Chrome e etc.) em detrimento de apps similares dos concorrentes.

A Comissão afirma que o Google proibia as OEMs de pré-instalarem produtos de outras desenvolvedoras, similares aos seus, sob pena de sanções e cortes de investimentos; aos olhos da Comissão, em especial da comissária-chefe linha dura Margrethe Vestager, o Google usa o Android como um cavalo de Troia, a fim de se manter como líder de mercado e continuar coletando dados através do Google Search, que é seu principal ganha-pão desde sempre.

A multa, a qual o Google ainda está recorrendo é a menor das preocupações de Mountain View, no entanto;  a Comissão decidiu que a empresa deve parar de forçar suas soluções aos fabricantes na Europa, decidir qual app pode ou não ser incluído, encerrar todos os contratos que estipulavam o uso exclusivo do Google Search, e deixar de ameaçar as OEMs com sanções, se estas optarem por usar forks do robozinho.

Em última análise, ao concordar com esses termos, o Google deve se resignar que passará a lucrar muito menos no Velho Mundo, o que a levou a cobrar licenças de uso dos Google Apps, o Google Search e o Google Chrome em novos dispositivos, enquanto o acesso ao AOSP continua gratuito. O Google entende que isso poderá levar a uma alta dos preços dos aparelhos na Europa, mas isso ela não pode controlar.

Agora vem a segunda rodada de modificações: na ocasião da aplicação da multa, a Comissão mencionou que haveriam "outras exigências" às quais o Google teria que seguir, que serão implementadas em breve, referentes especificamente ao Chrome e ao Google Search, mas mirando nos usuários, e não nos fabricantes.

Em uma postagem no blog do Google, Kent Walker, vice-presidente sênior para Assuntos Globais da empresa, explicou que nos próximos meses, todos os usuários de dispositivos Android na União Europeia, sejam eles novos ou existentes, serão questionados sobre suas preferências de navegador e motor de busca, e lhes serão dadas opções para trocar para aquele que mais lhe agrada.

Nós já vimos esse filme antes: em 2009, a Microsoft foi condenada pela Comissão também por práticas anticompetitivas, ao oferecer o Windows com o Internet Explorer (e o Windows Media Player) pré-instalado e configurado como padrão. Na ocasião, o Windows passou a oferecer uma janela de opções ao usuário, onde ele deve escolher qual navegador ele quer utilizar.

Walker afirma que o Google "sempre permitiu que o usuário instale e use qualquer motor de busca e navegador que quiser", o que é verdade, mas para a Comissão Europeia, oferecer suas soluções como padrão e não deixar claro que é possível usar outros é uma prática desleal, e a empresa não mais será permitida fazê-lo.

Não há uma data para quando o Android irá começar a questionar os usuários, e tais mudanças só dizem respeito à Europa; para o resto do mundo, nada muda.

Com informações: Google.

Bônus: Kara Swisher entrevista Margrethe Vestager

Margrethe Vestager / Android

A título de curiosidade, a comissária Margrethe Vestager foi entrevistada pela jornalista do Recode Kara Swisher durante a SWSX 2019, e você pode conferir a íntegra via podcast (com transcrição para deficientes auditivos).

No programa, ela fala sobre sua visão anti-abuso, o fato de nenhuma companhia tech (Google, Apple, Amazon, Microsoft e etc.) ir com a cara dela, e a respeito sua saída do cargo de chefe da Comissão Europeia para a Inovação, no dia 1º de novembro de 2019.

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