Dori Prata 5 anos atrás
Quando a Epic Games anunciou que lançaria uma loja de distribuição digital, ficou claro que eles não mediariam esforços para roubar a maior fatia que pudessem do bolo controlado pelo Steam. Prometendo dar 88% das vendas para as editoras/desenvolvedoras, o serviço conseguiu chamar a atenção das empresas e junto com uma série de “agrados” eles tem conquistado cada vez mais exclusividades.
O último a entrar para a lista de jogos que só estarão disponíveis (mesmo que temporariamente) na Epic Games Store é o Metro Exodus, título com lançamento marcado para o dia 15 de fevereiro e cuja pré-venda já havia sido iniciada no Steam. Eis que pouco depois da decisão tomada pela Deep Silver ser anunciada, a página do jogo no serviço da Valve ganhou uma atualização que mostra que o Steam sentiu o golpe.
“Mais tarde as vendas do Metro Exodus serão descontinuadas do Steam devido a uma decisão da editora de tornar o jogo exclusivo de outra loja.
Pensamos que a decisão de remover o jogo é injusta aos consumidores do Steam, especialmente depois de um longo período de pré-venda. Pedimos desculpas aos consumidores do Steam que esperavam que ele estivesse disponível à venda até a data de lançamento, em 15 de fevereiro, mas só fomos informados recentemente da decisão e nos dado um tempo limitado para deixar que todos soubessem.”
Apesar de achar que parte da reclamação faz sentido, afinal é realmente lamentável ver os responsáveis pelo jogo interromperem a pré-venda, não há como deixar de pensar que no fundo a Valve está preocupada é com as vendas que deixará de fazer por ter perdido mais uma exclusividade.
É verdade que as vendas do Metrod Exodus aumentaram consideravelmente nas últimas horas, o que demonstra que muitas pessoas ainda preferem ter os seus jogos no Steam, mas como a partir de hoje só teremos acesso ao FPS através da loja da Epic, é inegável que a Valve deixará de faturar com muitas outras cópias.
O que me incomoda nesta disputa é a tentativa da líder do mercado de se fazer de vítima, quando até outro dia muitos dos lançamentos para PC só estavam disponíveis na sua loja e a Valve não parecia considerar esta uma situação injusta. Além disso, como eles podem se sentir traídos/abandonados quando continuam repassando apenas 70% (salvo títulos com ótimas vendas) aos criadores dos jogos?
O fato é que o Steam está vendo muitos títulos de respeito migrarem para outras lojas, como será o caso por exemplo do The Division 2 e além do Metro Exodus, só em fevereiro a loja da Valve ainda deixará de receber o Anthem e o Crackdown 3, que estarão disponíveis no Origin e na Windows Store, respectivamente.
Já por parte da Epic Games Store, tem sido fácil encontrar críticas à sua postura, já que muitos jogadores preferiam ter a opção de comprar seus jogos na loja que quisessem. Some a isso um programa sem todos os recursos presentes no Steam e a falta de formas de pagamentos locais e a situação fica ainda pior para nós, brasileiros. Resumindo, talvez garantir a exclusividade de jogos seja a única opção que a loja da Epic tenha à sua disposição, mas ela está longe de ser algo bem visto pelos consumidores.
Com o ano apenas começando, a briga entre Steam e Epic Games Store ainda deverá render muitos outros capítulos e embora isso até possa resultar em serviço melhores para os jogadores no futuro, infelizmente não é o que termos visto até o momento.
PS: quem adquiriu o Metro Exodus na pré-venda da loja da Valve receberá tanto o jogo quanto futuras atualizações ou DLCs que forem lançados para ele. Além disso, a exclusividade da Epic Games Store valerá apenas até o dia 14 de fevereiro de 2020, quando o jogo voltará a ser vendido tanto no Steam quanto em outras lojas.