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Nintendo of America mantendo baixos os estoques do NES Classic Edition no ocidente?

NES Classic Edition vendeu 196 mil unidades nos Estados Unidos durante o mês de novembro. São vendas ótimas, mas tem um porém: a Nintendo of America talvez esteja a manter os estoques baixos de propósito.

7 anos atrás

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NES Classic Edition, um item artificialmente raro no ocidente (crédito: Amazon)

Parece que a Nintendo of America tem um problema em prever a demanda de seus produtos no continente americano. O tio Laguna lembra que quando os Amiibos foram lançados, sumiram das prateleiras dos Estados Unidos. A filial norte-americana da Big N fez então o seguinte, ao longo de algumas semanas: foi enviando alguns poucos lotes dos Amiibos, apenas repondo lentamente os estoques das lojas lá.

Pois bem, quando foi lançar o Animal Crossing: Happy Home Designer a Nintendo of America decidiu enviar mais Amiibos às lojas da civilização. Só que mais Amiibos do tal jogo que nem é lá essas coisas. Resultado? O que deveria ser edição limitada, virou encalhe.

Para não repetir o mesmo erro do jogo de nicho, a filial norte-americana da Nintendo aparentemente decidiu ter a brilhante ideia de manter, artificialmente, baixos os estoques do NES Classic Edition.

Aparentemente, pois temos a seguinte situação: o mini NES vendeu nada menos que 196.000 unidades nos Estados Unidos em todo o mês de novembro. Como o produto já começou a sofrer problemas com baixos estoques logo após o final de semana do lançamento mundial, posso supor que essas 196 mil unidades foram de facto o lote inicial total para a região. Esse número equivaleria a um semestre de vendas do Wii U.

Esgotar um lote inicial em tão pouco tempo é algo ótimo. Só que o Famicom Classic Mini, a versão japonesa do NES Classic Edition, vendeu nada menos que 261.381 unidades entre os dias 7 a 13 de novembro. Como é que uma filial tão grande e tão antiga como a Nintendo of America dimensiona para baixo a demanda de um console num mercado bem maior que o Japão?

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Nintendo Classic Mini Family Computer, aka Famicom Classic Mini, a versão japonesa do NES Classic Edition (crédito: EuroGamer)

Só pode ser de propósito. Sim, entendo que a Big N sempre privilegiou o mercado interno e poderia correr o risco de sofrer com um belo encalhe, mas ficou claro que o mini-console virou objeto de desejo ao já ter a pré-venda esgotada e tudo isso ocorreu bem antes do período de compras de fim de ano. O justo seria ao menos dimensionar a demanda de acordo com o tamanho do mercado. Fazer antes uma pesquisa de mercado não mata ninguém.

A Nintendo diz que vai repor os estoques do NES Classic Edition no Japão e nos EUA a tempo do Natal, além de prometer continuar enviando consoles às lojas até o primeiro trimestre de 2017. No Japão tenho certeza que ela fará o trabalho direitinho, com os devidos cálculos de demanda semanal, mas e nos Estados Unidos?

Bom lembrar que após o lançamento do Switch, a Nintendo não será obrigada a dar suporte ao NES Classic Edition. Ela pode muito bem deixar de vender o mini-NES e o público que dê um jeito de pagar os elevados preços dos intermediários.

No Brasil, o preço do mini-console já rondava exorbitantes R$ 500 na semana do lançamento e hoje o valor cobrado é em torno dos extorsivos 800 reais. Um assalto. Isso tudo para um Raspberry-like de US$ 60. Vou esperar sentado um mini SNES mesmo.

O tio Laguna não cita a Europa pois cada país ali possui demanda específica e complicada a ponto de não ser, ironicamente, um bloco único. À rigor, o Nintendo Classic Mini também está com estoques limitados naquele continente, Reino Unido inclusive.

Fontes: IGN US e Venture Beat.

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