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Netflix desiste da China; conteúdo original será negociado com emissoras locais

Complicações com o governo levam Netflix a desistir de entrar oficialmente na China; serviço irá negociar seu conteúdo original com emissoras locais.

7 anos atrás

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A Netflix estava feliz. No início deste ano o serviço de streaming finalmente se tornou global, presente em quase todos os países do mundo com a exceção de suspeitos habituais, como a Síria e a Melhor Coreia. A terceira nação ausente, a China era um mercado deveras interessante, e Reed Hastings e companhia estavam comprometidos a levar a empresa para lá.

Pois bem, estavam.

A dura realidade é que para a supresa de ninguém, as loucas exigências do governo, que impõe normas regulatórias severas sobre o que pode e o que não pode ser veiculado (é importante lembrar que embora ganhe dinheiro como qualquer outra nação do ocidente, a China ainda é um país comunista), e a Netflix vinha enfrentando problemas desde 2015. As negociações com a holding Wasu Media, estavam sendo dificultadas, visto que nos últimos tempos a lista de conteúdos proibidos só aumentava. De homossexualidade a bruxaria, passando por obviamente qualquer coisa de cunho político (Tibete? Nem pensar), nada disso pode.

Isso causou a exclusão da Netflix chinesa quando do anúncio do plano global, durante a CES 2016. As negociações continuavam, mas conforme o censor exigia cada vez mais e mais os executivos do serviço de streaming perceberam o óbvio: não vale o esforço. Assim, durante uma conferência em Munique Hastings confirmou que estão desistindo de entrar oficialmente no País do Meio no momento e não há planos para retomar as negociações. Traduzindo, jogaram a toalha.

A Netflix não é a única que está pastando na China: Apple, Microsoft e Google também estão sendo duramente pressionadas para que se adequem à realidade do país, tendo em vista que o atual premiê Xi Jinping é abertamente anti-ocidente e faz de tudo para que companhias locais como Xiaomi, Huawei, Alibaba e outras tenham sempre a preferência.

Como desistir de um mercado consumidor de mais de um bilhão de chineses, a Netflix será obrigada a utilizar na China o que ela fazia em alguns países antes do plano global: negociar seu conteúdo original para companhias de mídia locais. Dessa forma, ainda que menos grana entre nos cofres é melhor do que ficar chupando o dedo.

Claro, resta saber o que o politburo chinês vai permitir que a Netflix negocie com as emissoras: as produções da Marvel são OK, Marco Polo dificilmente entraria, House of Cards talvez, Orange is the New Black sem chance, Strange Things é OK, Narcos talvez...

Fonte: China Business Finance.

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