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China fecha lojinhas de livros e filmes da Apple

Apple leva uma bela rasteira: ação do governo para privilegiar empresas locais leva ao fechamento da iTunes Movies e do iBooks da China.

8 anos atrás

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A boa fase da Apple na China está acabando. Em geral toda e qualquer empresa de tecnologia estrangeira que cresça demais no mercado de lá toma um bordoada do governo chinês, a fim de manter as companhias locais em destaque. A maçã até então era a única que não sofria restrições mas isso agora acabou: a Administração Estatal de Imprensa, Publicações, Rádio, Cinema e Televisão da China (em resumo, o órgão regulador ou censor) ordenou que a Apple tirasse do ar a iTunes Movies e a iBooks Store, interrompendo suas vendas de filmes e livros no país.

A decisão do órgão regulador veio com surpresa, porque mal fazem seis meses que a Apple recebeu autorização do governo chinês para vender mídias por lá. Não teria sido uma questão de censura (até porque tudo o que a maçã vende em suas lojas digitais passa pelo escrutínio do censor, como qualquer outra empresa), mas sim uma atitude protecionista: a China, sob a supervisão do secretário-geral Xi Jinping está tomando diversas medidas para fortalecer a indústria tecnológica local e reduzir a dependência de capital estrangeiro.

Nesse sentido o governo chinês exige que empresas estrangeiras instaladas lá não só se sujeitem às regras chinesas como abram o acesso de seus dados, não só para monitorar tudo que os chineses consomem mas também para absorver tecnologia e favorecer suas principais companhias locais como Alibaba, Huawei e Tencent, entre outras. Na última semana Xi Jinping conduziu uma reunião sobre as restrições de empresas de tecnologia estrangeiras, e estiveram presentes o CEO da Alibaba Jack Ma e o fundador e presidente da Huawei Ren Zhengfei, entre outros gigantes locais do setor.

A indisposição de Pequim com a Apple se daria principalmente pela recusa da mesma em abrir a criptografia de seus dados ao governo, algo que ela jura de pés juntos que não fez. Tal atitude teria enfurecido a cúpula chinesa a ponto de remover todos os privilégios que a maça tinha, jogando-a no mesmo balaio junto com outras companhias não-chinesas. Agora ela receberá o mesmo tratamento que suas principais concorrentes e sofrerá represálias pesadas, tudo em prol da China promover seus próprios produtos. Isso irá prejudicar fortemente seus negócios, ainda mais num momento em que a Apple conta com a China para crescer.

a iTunes Movies e o iBooks concorrem com serviços de empresas locais e por isso foram os primeiros a cair. A Apple Pay, que compete com soluções da Alibaba e da Tencent pode ser a próxima a ser desativado no País do Meio. Tudo para fortalecer a Grande Nação Socialista e diminuir a dependência do povo chinês de produtos de países capitalistas. Algo que a própria China é faz tempo.

Fonte: The New York Times.

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