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Fumar maconha não te deixa mais criativo

Algumas pessoas pensam que fumar maconha o torna mais criativo. No entanto, uma nova pesquisa mostra que o que acontece é exatamente o oposto: altas doses da droga afetam negativamente o pensamento criativo.

9 anos e meio atrás

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A Amy definitivamente não ficou mais criativa.

Vou começar sendo polêmico: sempre achei uma imbecilidade sem tamanho acreditar que uma droga pode tornar uma pessoa mais criativa. Algumas pessoas são criativas naturalmente, com altos e baixos como qualquer um, outras não. Lidem com isso. Seguindo com o barco, a universidade de Linden publicou o estudo de Lorenza Colzato e Mikael Kowal demonstrando que a impressão que as pessoas tem de que ficam mais criativas ao fumar maconha não passa de ilusão.

A pesquisa mostrou que o componente ativo da maconha, o THC, não melhora a criatividade, mesmo em altas doses. Fumantes que ingeriram pequenas doses de THC ou nenhuma quantidade da substância (os que receberam placebo), tiveram um desempenho melhor nas tarefas propostas do que os que estavam sob o efeito da droga. Altas doses de THC tiveram inclusive efeito negativo na habilidade da pessoa de pensar em soluções rápidas para os problemas.

O estudo contradiz fortemente as crenças das pessoas que dizem que seus pensamentos mudam e elas se tornam mais criativas depois de “fumar um beck”. Nenhum sinal de aprimoramento das funções ligadas a criatividade foram detectadas. “A amplificação da criatividade que eles acreditam experimentar não passa de uma ilusão”, alfineta a doutora Colzato.

Se o fumante precisa superar um bloqueio criativo, acender um baseado após o outro não é a melhor coisa a se fazer, o excesso de THC é inclusive prejudicial para o pensamento criativo.” — Lorenza Colzato

O método utilizado dividiu os candidatos em três grupos de 18 pessoas. Para o primeiro grupo foi dado cannabis com alta concentração de THC (22 mg), para o segundo foi administrada baixa concentração da substância ativa (5,5 mg) e para o terceiro grupo, placebo. A dose alta do primeiro grupo equivale a três cigarros, enquanto a dose dada ao segundo grupo corresponde a um único cigarro. Obviamente os candidatados não sabiam o que estavam recebendo através do vaporizador. Após receberem a dosagem desejada, os candidatos foram avaliados enquanto realizavam tarefas cognitivas relacionadas ao pensamento criativo de duas formas:

  • Pensamento derivativo: o candidato deveria pensar em soluções rápidas para um problema, como por exemplo: “De quantas maneiras diferentes você pode usar uma caneta?”.
  • Pensamento convergente: o avaliado deveria pensar na única resposta possível para uma pegunta dada: “Qual a ligação entre as palavras ‘tempo’, ‘cabelo’ e ‘esticar’?”.

 
Segundo os pesquisadores, os resultados foram bastante claros. Agora podem começar com a ladainha, blá, blá, blá, músicos, blá, blá, blá, sob influência de drogas, blá, blá, blá. O primeiro que me xingar nos comentários ganha um iPad imaginário.

Fonte: SD.

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