Ronaldo Gogoni 8 anos e meio atrás
Eu diria que a Fox não entende os tempos de internet, mas na verdade o que ela mais entende é em lucrar o máximo possível com seus produtos. Vide o fato de que Simpsons até hoje não havia sido liberado oficialmente para streaming em nenhum serviço, seja Netflix, Hulu ou qualquer outro. A verdade é o conglomerado trata a família amarela como as joias da coroa, já que Family Guy não recebe o mesmo tratamento e está disponível na Netflix.
Durante anos fez-se drama sobre como a Fox liberaria Simpsons para ser assistido na internet, e agora finalmente eles resolveram liberar a mixaria... em partes.
O esperado serviço chamado Simpsons World foi oficialmente revelado nesta segunda-feira, só que assim como a Viacom fez com South Park, atrelando a série exclusivamente ao Hulu Plus (que não funciona aqui) a Fox não vai deixar qualquer um assistir a todos os episódios como e quando bem entender. Era de se esperar que a Fox iria disponibilizar um serviço pago para os fãs de Simpsons assistirem os episódios quando e onde quiserem, mas não é tão simples assim: o serviço é ligado ao canal por assinatura FXX, e para ter acesso ao streaming é necessário ser assinante de um pacote de TV a cabo. Exatamente como ocorre com o HBO Go.
A FXX nem bancará a boazinha, disponibilizando episódios selecionados para não-assinantes: apenas clipes curtos poderão ser visualizados por quem não tiver o pacote, e não é preciso dizer que o serviço só funciona nos Estados Unidos. Quem estiver por lá poderá acessar o acervo da série através de apps do iOS, Android e Xbox One.
Isso é algo que não dá para entender. Durante anos a série foi vilipendiada e distribuída na Locadora do Paulo Coelho principalmente porque a Fox regulava a série, impedindo que ela fosse distribuída via streaming. Quando ela tem a oportunidade de virar o jogo a seu favor atrela o conteúdo a paywall e restrições de região, o que não ajuda em nada o fato de que ela continuará a ser baixada incontrolavelmente pelos fãs, que só querem assistir sem infortúnios.
Isso é o inferno dos consumidores. Ao invés dos detentores de conteúdo aceitarem distribuir seus produtos sob uma só bandeira, prefere-se compartimentalizar, comprimir e fracionar (funcionou bem à beça pro Nick Fury), cada um atrás de um paywall diferente. Netflix, Hulu, Crunchyroll, Amazon… isso sem contar o que a loira do Yahoo! planeja para Community. No geral as pessoas não se incomodam em pagar US$ 15 pelo Netflix para assistir toneladas de filmes e séries, mas ninguém em sã consciência vai desembolsar US$ 100 por mês para manter n serviços por conta da mesquinharia de estúdios, que se recusam a utilizar um guarda-chuva em comum por não querer perder dinheiro.
Enquanto isso, a Locadora segue firme e forte.
Fonte: E.