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A Locadora do Paulo Coelho está falindo? Nem de longe

Locadora do torrent continua de vento em popa: apesar dos esforços de serviços como Netflix e outros, os downloads ilegais continuam firmes e fortes

10 anos atrás

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Com a melhoria geral das conexões de internet local, maior e melhor oferta de planos e de serviços baratos e de qualidade, era de se supor que a pirataria estaria arrefecendo. Esse seria o cenário ideal que Gabe Newell apontou como o caminho tempos atrás ao explicar o sucesso do Steam: você desestimula o download ilegal com serviços, não com combate ferrenho.

Com o passar dos anos, serviços como iTunes, Spotufy, Netflix, Hulu, PSN, GOG, Comixology, Crunchyroll e outros tem feito muito sucesso ao fazer exatamente isso: o usuário não se importa de pagar para acessar determinado conteúdo, desde que o serviço seja bom e que o valor seja justo. Entretanto a verdade é que isso apenas a ponta do iceberg.

Tomemos Game of Thrones por exemplo, oficialmente a série mais pirateada dos últimos dois anos. Em 2013 seus episódios foram baixados ilegalmente cerca de 5,9 milhões de vezes. A Season Finale da quarta temporada exibida no último domingo bateu recordes de audiência de ambas as formas: mais de 7,1 milhões de espectadores assistiram o programa, tornando-o o mais visto da série. Já o número de downloads extrapolou todas as previsões: de acordo com o TorrentFreak, ele foi baixado mais de 1,5 milhões de vezes nas primeiras 12 horas após sua exibição, totalizando em média 2 petabytes de dados. Ou seja, pouco mais de 2.000 HD externos de 1 TB que você já acha um espaço mais ou menos suficiente.

A média de compartilhamento nessas 12 horas também foi alta: cerca de 254 mil usuários torrent conectados. O curioso é que novamente, o grande problema em relação a Game of Thrones é que um dos grandes motivos das pessoas procurarem o download ilegal é que muitas emissoras oferecem poucas opções aos espectadores, como é o caso da Austrália: geralmente a campeã em downloads, lá a Fextel exibe a série de forma exclusiva e sem muita flexibilidade. No Reino Unido ocorre o mesmo com a Sky Now e os torrents também são populares lá. Curiosamente, enquanto os canais que conseguiram as licenças exclusivas batem nos pirateiros e não pretendem mudar seu modelo de negócios, para a HBO o compartilhamento ilegal é uma forma de divulgação e que não influencia na venda de DVDs e Blu-rays da série.

Novamente é uma questão de serviço, ofereça as ferramentas por um preço bom e o interesse em piratear vai diminuir, entretanto pise na bola com o cliente e o torrent via comer solto, vide o que aconteceu com o Comixology: após ser comprado pela Amazon seu modelo de vendas foi alterado, obrigando o usuário a comprar seus gibis pela net apenas para Bezos não ter que pagar uma porcentagem para Apple e Google. Conclusão, os usuários estão migrando em massa para apps que leem arquivos .cbz (leia-se baixados da internet) como o Comic Zeal. Voltando às séries, veja que isso que acontece com Game of Thrones muito porque a forma de distribuição da série, seja via afiliados ou HBO Go (que exige assinatura da emissora) não é satisfatória. Já House of Cards nem figurou entre as 10 séries mais baixadas de 2013, mostrando que o formato de negócios da Netflix funciona.

É importante entretanto lembrar que isso é apenas uma parte bem pequena dos usuários. A grande maioria prefere mesmo baixar tudo de graça a ter que pagar por um serviço de qualidade, mesmo que custe menos de um café por dia. Programas de streaming de vídeos via torrent tem se tornado popular nos últimos tempos, principalmente pelo fato de unir a comodidade de um Netflix com a palavra mágica "grátis". Portanto a realidade é que a Locadora do Paulo Coelho ainda vai durar por muito tempo, enquanto houver gente que não estiver disposta a tirar o escorpião do bolso, empresas que não entendem que é preciso oferecer serviços de qualidade e clientes insatisfeitos com os mesmos.

Fonte: CNet.

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