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E o Google continua puxando o tapete das gravadoras

Chola mais: gravadoras reclamam do Google por fazer o que dá na telha quanto à distribuição de músicas e vídeos de seus artistas

9 anos atrás

youtube

Engraçado é o dia em que eu vou comentar que a indústria da música, essa grande vilã de desenho animado tem razão de certa forma em reclamar de um parceiro de negócios involuntário. Não que eu simpatize com a causa, por mim que se explodam, mas a verdade é que assim como nos quadrinhos, sempre há um ser mais maligno e poderoso do que o inimigo da semana.

No caso dos detentores de copyright o adversário é nosso velho amigo “do no evil” Google. Mais precisamente o YouTube.

Com um bilhão de espectadores e 60% deles consumindo videoclipes, é óbvio que as gravadoras a princípio cresceriam os olhos no YouTube; mais visualizações igual mais dinheiro afinal. Mas a relação dos donos dos direitos autorais com o Google não é das melhores. Ser o maior hub de consumo de mídia em vídeo e consequentemente a maior de todas as plataformas para se ouvir música (tanto é que temos o Music Key) dá a Mountain View o previsível privilégio de ditar as próprias regras. E as gravadoras, mais quadradas do que um tesseract não gostam nada disso.

No geral as gravadoras odeiam streaming. Serviços como o Spotify despertam tremendo descontentamento porque não consideram a quantia repassada justa. Vide o que Taylor Swift fez. Movimentos de artistas como Jay Z, com seu Tidal também são uma reação ao que consideram um repasse injusto dos royalties sobre suas criações. As opções são renegociar contratos, fazer pressão ou retirar seu catálogo das plataformas.

Só que aí entra o Google. Eric McKay, chefe de conteúdo digital da divisão musical da Warner/Chapell Music foi bem claro como Mountain View trata as gravadoras:

As gravadoras sempre ficam atentas à serviços como o Spotify sempre que mudanças ocorrem no mercado musical. Mas toda vez que dizemos (a eles) que não podem fazer isso ou aquilo, o Google diz ‘&*#@-se, vamos fazer de qualquer forma’ e assim o fazem. E nós temos que nos virar para fazer as coisas funcionarem.”

A principal reclamação é que o YouTube se dá ao luxo de, na posição de maior plataforma simplesmente não pagar royalties para NINGUÉM, sejam artistas ou amadores, de gravadoras grandes ou pequenas. Eles só recebem dinheiro dos ads e tão somente, e mesmo os valores não são altos. Claro que a quantia varia de um contrato para outro, mas no geral não é grande coisa. Somando com outros serviços como iTunes, Spotify e etc., o artista precisa rebolar para fazer uma graninha na internet.

Aí você se lembra de vloggers como PewDiePie que fazem fortunas no YouTube mas claro, o montante anual de visualizações é absurdo principalmente devido a quantidade de vídeos no período.

O legal nessa história é ver as gravadoras provando de seu próprio remédio enquanto são vilipendiadas pelo bully mais forte do colégio, depois de anos aloprando os mais fracos. O Google é santo? Não, ninguém nessa história é, tudo se resume a quem leva mais ou menos dinheiro nessa história.

Mas depois de todo o mal que os donos dos direitos autorais fizeram aos consumidores nos últimos anos, só tenho uma coisa a dizer:

chola-mais

Fonte: CNET.

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