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Num smartphone, o que manda mais: hardware ou software?

O que manda mais num smartphone: hardware ou software?

13 anos atrás

O que faz um telefone móvel ser um, como diria o grande Leonardo "Morph" Alcalde, "espertophone", aka smartphone? Existem alguns parâmetros nem sempre concordantes para responder a essa pergunta, dentre eles o fato do aparelho possuir um sistema operacional decente em seu interior, algo como iOS, Android, Windows Phone 7, Symbian (ok, até os nem tão decentes assim...).

Partindo dessa premissa, tiramos do papo a maioria dos celulares existentes hoje, como os dumbphones, aparelhos simples que fazem aquela coisa comum a todos... o que era mesmo... ah sim, falar! E também os featurephones, aparelhos com cara e jeitão de smartphone, mas que não alcançam esse status justamente por terem um sistema operacional fraco, no qual só dá para instalar aplicativos em Java — e olhe lá!

Embora existam, é difícil encontrar smartphones com hardware totalmente ruim. Podem não ter todos os recursos que os modelos top oferecem, nem fazer as mesmas coisas que esses fazem com qualidade idêntica, mas têm lá uma ou outra frescurinha que enche os olhos: GPS, WiFi, 3G, acelerômetro, etc., etc., etc. Quando subimos um pouco mais o nível, para os modelos top das fabricantes, aí que a coisa fica bastante nivelada, com aparelhos completos para todos os gostos, divergindo apenas nos sistemas operacionais que os movem.

Com o iOS/iPhone isso é realidade desde o seu lançamento, o mesmo caso Windows Phone 7. A Apple controla hardware e software, a Microsoft, só o software, mas para licenciá-lo, exige que as fabricantes atendam requisitos mínimos que, de "mínimos" só têm a alcunha.

Já disse, em outras oportunidades, que hardware virou commodity, um monte de letrinhas, siglas e números que, sem um sistema decente, não significa muito ao usuário final. Entretanto, dois exemplos recentes me fizeram repensar essa afirmação.

Nokia N8: hardware acompanha software.

Nokia N8. Primeiro smartphone a vir com o novíssimo e não-tão-impressionante-assim Symbian^3, tem um processador com clock de 680 MHz, abaixo da média dos "superphones". Auxiliado por uma aceleradora gráfica, embora seja mais lento que os Snapdragon de 1 GHz que equipam Android e Windows Phone 7, essa diferença não afeta o uso, segundo diversas análises ressaltam — em especial, recomendo a do Engadget.

"Much has been made of the N8's use of a 680MHz processor in a 1GHz world, but those numbers are predictably beguiling. The N8 has a separate Broadcom GPU alongside its ARM 11 processing core, which takes over when things get graphically intense and delivers performance that rarely left us feeling underpowered. Couple that with Symbian^3 being able to exploit the graphics processor to perform hardware-accelerated OS animations and graphics, and grunt should altogether be quite adequate for the tasks the N8 is intended to perform. 720p movies were certainly no challenge for this phone."

O outro exemplo vem do universo do Windows Phone 7, e nos é dado pelo australiano Long Zheng. Ele compara dois modelos que antedem aos requisitos mínimos da Microsoft, mas que, no dia-a-dia, entregam experiências completamente diferentes.

"The moral of the story is, as consistent Windows Phone 7 devices may appear, you should still judge each phone on its own merit. In this case, the two phones couldn’t be more miles apart. Whilst this process is a lot easier compared to Android phones where you would also have to take into account the software, it’s an important factor that will have an influence on the whole Windows Phone 7 experience."

Windows Phone 7: parecem, mas não são.

Para quem achava (eu incluso) que a escolha de um modelo com Windows Phone 7 seria uma decisão pautada pela simpatia com as fabricantes, essa declaração serve de alerta. Afinal, como Zheng escreveu no título do post citado acima, "hardware (ainda) é importante".

Nessa confusão de sistemas operacionais e hardware distinto, apenas o iPhone se isola pelo modelo controlador da Apple: ela faz o software, ela faz o hardware. É uma abordagem perfeccionista, mas restritiva ao consumidor. Coloca-se em confronto a liberdade de escolha vs. a certeza da experiência como a fabricante idealizou. Não que isso não ocorra nos universos de Symbian, Windows Phone 7 e Android; o ponto é que justamente a liberdade de escolha pode esconder armadilhas.

O que você considera na hora de escolher ou recomendar um smartphone: hardware ou software?

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