Carlos Cardoso 13 anos atrás
OK, eu ficaria tentado a responder que são todos, mas seria maldade com a margem de erro.
O software em questão foi criado por uma equipe da Universidade Ben Gurion, em Negev, Israel. A idéia foi analisar 300.000 posts em blogs, identificando o estado emocional dos autores. A graça é que não saíram simplesmente pesquisando palavras-chave ou frases "oh dia, oh azar". Os textos foram interpretados de forma muito mais refinada, em um trabalho de inteligência artificial que pretende emular um especialista humano.
O algoritmo é muito sutil, até informações como cores utilizadas pelos autores em suas descrições nos textos identificam estado emocional.
Após o teste, foram identificados 100 blogueiros mais deprimidos, 100 menos deprimidos. Um painel de especialistas comparou os resultados e determinou que o software acertou 78% das vezes, suficiente para ter utilidade prática.
Imagino o que spammers fariam de posse de um software assim. Seria perfeito, identificar o público-alvo para aquele monte de pílulas antidepressivas que vivem anunciando. Outros menos empreendedores trabalham com idéias mais nobres, como prevenir suicídios.
A combinação de software e psicoterapia não é nova. Em 1966 Joseph Weizenbaum criou no MIT um programa chamado ELIZA, inteligência artificial que imitava um analista de linha Rogeriana, bem o suficiente para muita gente não acreditar que estava falando com um computador. A novidade é a utilização do software para efetivamente identificar o estado psicológico do paciente.
Só não sei como encaixar isso no mundo real. A idéia de uma horda de terapeutas vasculhando blogs atrás de autores deprimidos e oferecendo seus serviços não me agrada. Até porque poucas coisas são mais deprimentes que spam.