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Diretor fala sobre a prática de escravidão no Conan Exiles

No jogo de sobrevivência Conan Exiles é possível escravizar personagens controlados pelo computador e por se tratar de um tema bastante delicado, o diretor do game resolveu defender a sua criação.

6 anos atrás

Vista em quase todas as civilizações que já passaram pela Terra, a escravidão é uma das práticas mais abomináveis da humanidade e por se tratar de um tema tão delicado, não é de se estranhar que ele quase nunca seja abordado nos games. Mas e quando o título fala sobre um universo onde isso é tão comum, como as histórias do Conan?

Ao fazer do Conan Exiles um jogo sandbox de sobrevivência, o pessoal da Funcom poderia ter evitado falar sobre a escravidão, mas ao invés de fazer isso, eles não só a incluíram no game, como a tornaram uma parte da jogabilidade, permitindo que os jogadores possam capturar inimigos que vagam pelo mundo do jogo e os coloquem para trabalhar para eles.

Presos a uma Roda da Dor, os lacaios precisarão ser alimentados e ter a sua vontade quebrada, para que com o passar do tempo possam nos servir criando itens, nos entretendo ou até protegendo a nossa base. Ou seja, se trata de uma parte que embora não seja obrigatória, é importante na jogabilidade e está dentro do contexto daquele universo.

Porém, é de se imaginar que algumas pessoas não gostem muito da ideia e quem falou sobre isso foi Joel Bylos, diretor criativo do Conan Exiles.

Eu não sei se será ofensivo para algumas pessoas ouvirem isso, então deixe eu me desculpar de antemão. Direi que, sendo australiano, tenho menos bagagem cultural com a escravidão do que um americano teria, por exemplo. Eu não cresci com essa história, então é um pouco difícil para mim me colocar no lugar de qualquer pessoa que tenha isso […] Mas na história, isso é parte do mundo Hyboriano.

 

Eu diria que acredito firmemente no fato de que só porque você faz algo em um videogame, não faz na vida real e a maioria das pessoas estão cientes disso. Entendo que este é um elemento problemático, mas ele não veio da malícia […] Eu diria que veio de um lugar em que, mecanicamente, pensamos que seria bem interessante para as pessoas.

Não resta dúvidas de que o tema é delicado e isso fica claro nas próprias palavras do game designer, que a todo momento toma um enorme cuidado para falar sobre o assunto. O curioso é que a questão da escravidão poderia ter sido ainda mais polêmica, já que inicialmente a Funcom pretendia que os jogadores escravizassem outros jogadores e isso só não aconteceu porque a equipe teve problemas para implementar o recurso.

Talvez o que pegue aqui é o fato de que, ao contrário do que temos em filmes, num jogo somos nós que tomamos a iniciativa de praticar algo tão absurdo como a escravidão e embora eu não tenha visto pessoas reclamando do game por aí, pode ser que isso não esteja acontecendo apenas por o título não ser tão popular.

Enfim, há alguns dias venho jogando o Conan Exiles e apesar dele possuir uma série de problemas sérios, como a falta de sincronismo do áudio, um sistema de batalhas precário e uma progressão bem lenta, estou gostando muito do que ele tem a oferecer e pretendo me dedicar mais ao game. Eu ainda não cheguei no ponto de escravizar alguém, mas para um personagem que tem andado por aí se alimentando de carne humana para manter o estômago cheio, talvez isso nem venha a ser um grande problema.

Fonte: Polygon.

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