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Apple vence na justiça e Xiaomi é impedida de usar o nome Mi Pad na Europa

Xiaomi perde na justiça o direito de usar o nome Mi Pad na Europa, após Apple entrar com processo afirmando (com razão) que a marca é um kibe intencional do iPad.

6 anos atrás

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É impossível não reconhecer que a Xiaomi, uma das grandes fabricantes de dispositivos da China produz e comercializa dispositivos excelentes por preços bastante agressivos, ainda que isso só diga respeito ao mercado interno. Só que as coisas estão para mudar, a companhia finalmente está ensaiando entrar no mercado europeu e inicialmente abriu registro de patente para a marca Mi Pad, de seus tablets Android.

O problema é a outra característica pela qual a Xiaomi ficou conhecida: ela é uma das mestras do kibe. A empresa ficou famosa por copiar na cara dura marcas, designs e até mesmo produtos inteiros de concorrentes em diversas frentes, fossem de TVs, computadores e smartphones. Os alvos preferidos são a Samsung (a linha Mi Note é muito semelhante aos dispositivos Galaxy Note) e a Apple, esta a preferencial ao “fornecer” ideias para os smarphones de ponta Mi, os notebooks e mais descaradamente os tablets. Não há muito o que disfarçar, desde o design a decisões de interface do MIUI o Mi Pad foi totalmente baseado no iPad, como se o nome já não deixasse isso bem óbvio.

Tanto que a Apple concorda, e tão logo a Xiaomi entrou com o pedido de registro da marca no Velho Mundo em 2014 a maçã invocou o processinho, alegando óbvia infração de patentes referentes ao uso do nome. Enquanto o Mi Pad era vendido só na China a história era outra completamente diferente, até porque a empresa já andou perdendo direitos sobre suas próprias marcas marcas lá, porque convenhamos o País do Meio é a terra do kibe: para quem copia trens-bala e aviões da Boeing, dispositivos móveis são brinquedos de criança.

Só que na Europa o buraco é mais embaixo, e a corte finalmente deu razão à Apple. A Corte Geral da União Europeia, a segunda maior instância do bloco econômico entendeu que “as similaridades entre o Mi Pad e o iPad são grandes demais, o que pode induzir o consumidor a erro”. Segundo a nota a adição do “m” à frente do “i Pad” não é suficiente para caracterizar uma identificação distinta o bastante para evitar que incautos acabem levando gato por lebre, ou seja: constatando o óbvio a Xiaomi age de má-fé para cooptar possíveis compradores do iPad com um produto muito parecido visualmente, com um nome quase igual mas bem mais barato.

Agora a Xiaomi tem duas opções, ou desistir do mercado europeu para tablets ou pensar em outro nome para o produto em uma possível localização, ainda que oficialmente ela não esteja tão inclinada hoje a atuar fora de seu quintal, dadas experiências desastrosas em países do ocidente por conta de sua política de vendas inadequada para a realidade dos mesmos, como ocorreu por aqui.

Fonte: Reuters.

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