Carlos Cardoso 5 anos e meio atrás
A Austrália tem um problema. OK, vários se levar em conta tudo de venenoso que há por lá, mas o principal é energia. Eles estão abandonando sua matriz energética “suja” e agora descobriram que o maravilhoso mundo dos ecochatos tem uma limitação: você depende da boa vontade do Sol e dos ventos, e quando precisa de uma carga extra, como em dias de calor, tem que usar termoelétricas para suprir a demanda.
O problema é que a Austrália saiu fechando termoelétricas, e o resultado foram 30 mil residências sem luz no auge do verão, pois a matriz limpa e fofinha não aguentava os picos de demanda.
Começaram a ser discutidas soluções para o problema. Idealmente estocariam vento, mas a Dilma não quis compartilhar a tecnologia. A alternativa era armazenar o excesso de energia gerado nos momentos de menor demanda, e usar para suplementar quando o bicho estiver pegando.
Entra na história Lyndon Rive, VP de produtos de energia da Tesla, e chefe da Divisão de Baterias da empresa, responsável por produtos como a PowerWall, aquela bateria doméstica que acumula energia quando é barata e libera quando é cara, reduzindo sua conta de luz. Eles também vendem bancos industriais, e no caso da Austrália seria preciso um banco de baterias de 100 MWh pra suprir a região afetada.
Lyndon declarou num evento que poderia instalar esse banco em 100 dias.
Lembre-se, isso é obra de governo, em governo 100 dias não dá nem pra decidir quem fica com a propina das quentinhas dos peões.
Diante da promessa de Lyndon, Mike Cannon-Brookes, um bilionário australiano foi no Twitter e falou direto com o chefe, o manda-chuva, o pica das galáxias, Elon Musk.
Basicamente ele perguntou pro Musk se a promessa era a sério mesmo, se ele resolvesse a burocracia, ele conseguiria instalar as baterias em 100 dias.
Elon Musk fez algumas contas mentais rápidas, percebeu que na pior das hipóteses perderia US$ 50 milhões, e que se tudo desse certo seria uma imensa propaganda pra Tesla, então basicamente fez uma proposta que a Austrália não pôde recusar.
Se o sistema não for instalado em até 100 dias da assinatura do contrato, sai de graça.
Pois bem. 60 dias após a assinatura do contrato, o maior banco de baterias de lítio do mundo está pronto instalado e em alguns dias será energizado pela primeira vez, para dar início ao processo de aprovação final do cliente.
Ou seja: quem quer, faz. Exceto aqui, onde 60 dias não daria tempo de sair nem o edital, e todos os concorrentes entrariam na Justiça tentando embargar a aposta de Musk.
Fonte: The Daily Dot.