Carlos Cardoso 5 anos e meio atrás
Em tempos onde você consegue desestabilizar um país gravando uma conversa com um pendrive xexelento, é meio tarde demais para discutir privacidade, mas o pessoal da internet insiste. Na prática, existem dois tipos de invasão de privacidade. O real, onde polícias acessam seus dados sem autorização; e o que todo mundo reclama, todo mundo pratica e não vai deixar de existir.
Digamos assim: não é invasão de privacidade se a tecnologia puder ser substituída por uma velhinha com um caderno.
É o caso do Flock, um serviço de uma startup que está gerando controvérsia. O modelo é bem simples. Eles instalam câmeras em uma rua, que acessam um serviço na nuvem e através de reconhecimento de imagem fotografam e identificam as placas de todos os carros que passam por ela, com direito a horários.
Mesmo em fase de testes o sistema já conseguiu prender um criminoso: o idiota parou uma pickup, pegou uma bicicleta, colocou na caçamba e foi embora, mas tudo foi fotografado e identificado.
Moradores podem optar por não aparecer no sistema, e a empresa diz que depois de um mês os dados são apagados, mas sejamos realistas: é um datamining precioso. Imagine combinar dados de sensores espalhados pela cidade toda.
O pessoal contra está com problemas em combater a invenção: as Leis de Privacidade nos EUA são se aplicam a locais públicos, e há poucas coisas mais públicas que uma rua. O preço também indica que o negócio vai se expandir: apenas US$ 50,00 por ano.
Fonte: BBC.