Dori Prata 6 anos atrás
Sempre que falamos sobre o Half-Life 3 as pessoas costumam pensar — mesmo que inconscientemente — que este seria o tão aguardado desfecho para uma das séries mais fantásticas da indústria. Isso se deve muito pela frustração de o próprio jogo nunca ter sido lançado, com o fim do Half-Life 2: Episode Two tendo deixado uma enorme interrogação acerca do futuro de Gordon Freeman e por isso não acho que tal esperança fosse infundada.
No entanto, é muito provável que se o jogo fosse lançado, ele não funcionasse como o ponto final da saga do cientista salvador da humanidade e quem falou sobre isso foi Marc Laidlaw, ex-roteirista da Valve. Ao ser questionado numa entrevista ao site Arcade Attack se um dia veremos o lançamento do HL3, ele disse:
“Não tenho ideia e não tenho interesse em voltar. Tive ideias para o Episode 3. Todas elas deveriam levar a série a um ponto onde me afastaria e a deixaria para a próxima geração [de roteiristas]. Eu esperava por uma reinicialização entre o HL2 e o HL3 que fosse tão dramática quanto a mudança entre o HL1 e o HL2. Eu honestamente não sei se alguém compartilhava este objetivo, mas parecia importante para mim dar liberdade a qualquer um que herdasse a série, com meu conjunto pessoal de pontas soltas estando atadas a minha satisfação. Infelizmente não fui capaz de fazer isso, mas nunca pensei muito além do HL3, a menos que você diga que o HL3 e o Episode 3 são a mesma coisa. Eu diria que esperava que cada parte terminasse sem resolução, para sempre… houve alguns rumores circulando de que o EP3 e o HL3 poderiam concluir a história de Gordon Freeman e acho que eles não eram precisos. A minha intenção era de que o Ep3 simplesmente amarrasse os pontos da história que eram particulares ao HL2, mas ele ainda terminaria como o HL1 e o HL2, com o Gordon num espaço indeterminado, esperando pelo próximo jogo começar. Portanto, com um cliffhanger após o outro.
Essa ideia de Laidlaw faz todo o sentido, principalmente se pensarmos que a Valve dificilmente gostaria de ver seus roteiristas encerrarem a história de uma das suas franquias mais fortes, podendo assim continuar explorando-a infinitamente.
O problema aqui é que há muito tempo a dona do Steam vem se preocupando muito mais em lucrar com as vendas em sua loja e com as microtransações nos jogos que distribui gratuitamente. Porém, mesmo se soubéssemos o que aconteceu com o Borealis, muito provavelmente a sensação a seguir não seria muito diferente, já que apenas ficaríamos pedindo por um HL4, depois por um HL5 e assim por diante.
Ou seja, por mais duro que seja fazer isso, o jeito é aceitarmos que a saga de Gordon Freeman dificilmente teria um fim.