Ronaldo Gogoni 6 anos atrás
Jeff Bezos teve uma semana deveras estranha. A maioria dos especialistas de mercado e investidores da Amazon ainda não conseguiram entender os motivos que o levaram a adquirir a Whole Foods, uma rede de produtos e alimentos naturais por assombrosos US$ 13,7 bilhões. Isso é pouco mais da metade do que a Microsoft desembolsou pelo LinkedIn, sua maior aquisição até o momento.
A estratégia de Bezos é se expandir para o mercado de abastecimento, não oferecer uma loja virtual onde você pode comprar/vender qualquer coisa. O Amazon Go, que é um experimento também vai na mesma direção e não podemos esquecer das lojas físicas já existentes da Amazon, em que ela comercializa livros e seus Kindles. Cativar o consumidor também é importante, ao mesmo tempo que não é lá muito interessante permitir que ele debande para a concorrência.
É prática comum entrarmos em uma loja e ao dar de cara com um produto que queremos, darmos um pulo na internet e verificar quanto ele custa num concorrente. A Amazon se beneficiou dessa estratégia por muito tempo por oferecer preços mais competitivos mas decidiu que não vai permitir que os rivais usem isso contra ela; pelo menos não utilizando a rede Wi-Fi de suas lojas.
No último dia 30 a companhia garantiu junto ao escritório de patentes dos EUA uma ideia para impedir que seus clientes fucem nos sites de seus rivais dentro de seus estabelecimentos: chamada "Controle de Compras on-line da Loja Física", o sistema da loja verificaria o tráfego dos dispositivos móveis conectados em sua rede e identificaria quando um consumidor estiver acessando o site de um concorrente; a partir daí o sistema tomaria uma dentre várias ações:
Alguns especialistas torcem o nariz para a patente. Jeffrey Chester, diretor-executivo do Centro para Democracia Digital diz que a patente é um sistema de Big Data stealth que não foi avaliado se é seguro ou não, levantando a possibilidade da Amazon coletar inúmeros outros dados e não se limitar apenas a detectar se um usuário em sua rede abriu o site da GameStop ou da BestBuy. Só que patentes não garantem que a tecnologia será implementada e mesmo que seja, tudo se resolve evitando a conexão gratuita das lojas.
Procurada, a Amazon não comentou o assunto.
Fonte: The Washington Post, que ironicamente pertence à Amazon...
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