Ronaldo Gogoni 6 anos atrás
As assistentes pessoais podem no futuro nos soterrar em anúncios, mas não dá para negar que elas são bons simulacros de indivíduos com personalidade. Tanto Siri quanto Cortana e Alexa (você não Google Assistant) são conversacionais, contam piadas, conseguem manter um diálogo até certo ponto. O grande problema delas, em sua maioria é não terem um rosto, algo que possamos utilizar para que as identifiquemos como indivíduos.
Siri e Alexa têm esse problema mas a Cortana não, em partes. Todo mundo que utiliza a assistente virtual da Microsoft imagina estar interagindo com a IA companheira de Master Chief da série Halo, e esse foi o toque genial de Redmond: sua assistente já tinha o rosto e o corpo da atriz Mackenzie Mason (que forneceu sua aparência para captura de movimento em Halo 4) e a voz da dubladora Jen Taylor, esta última sabiamente mantida na versão para smartphones e outros gadgets.
Por assim dizer Cortana é mais "real" que suas concorrentes, o campo de abstração é bem menor. Logo é possível “brincar” com ela, dando à assistente um corpo de verdade aproveitando sua identidade visual. Como? Com hologramas, tudo fica melhor com eles.
O projeto acima foi criado pelo desenvolvedor de software Jarem Archer, dono do canal do YouTube untitled network. Ele utilizou o Windows 10 customizado em um monitor 3D, um prisma com LEDs controlados por um Arduino e um software de reconhecimento facial, para que a Cortana sempre olhe na direção do usuário enquanto está operando a consulta, com animações no mesmo estilo em que atendia às solicitações de Master Chief.
Archer capturou movimentos de sua própria esposa para compor as animações, compostas no Unity 3D e projetadas em três direções diferentes de modo a conferir uma sensação tridimensional de verdade. É basicamente a mesma técnica utilizada pela Yamaha com a idol virtual Hatsune Miku, nos shows que projetaram o rapper falecido Tupac Shakur em 2012 e mais recentemente, pelo candidato à presidência da França Jean-Luc Mélenchon para estar em vários comícios ao mesmo tempo.
O resultado final é muito bom ainda mais por se tratar de um projeto caseiro, obedecendo o espírito hacker de provar se podia ser feito. Toda a interação é baseada obviamente na Cortana do Windows 10, ficando a assistente holográfica limitada às restrições do sistema operacional. De qualquer forma é algo bonito de se ver:
Diz Archer se a Alexa ou a Google Assistant tivessem “corpos”, seria dessa forma a melhor maneira de utilizar suas identidades visuais. Ponto para a Cortana que não precisa se preocupar em procurar uma aparência, ela já tem uma.
Fonte: o blog do Archer, onde ele detalha o processo (mas não todo ele, claro).