Ronaldo Gogoni 6 anos atrás
Todo ano é a mesma coisa: assim que a Samsung lança um novo Samsung Galaxy S o pessoal quer saber se ele enfim é capaz de enfrentar o atual iPhone de igual para igual, quando exposto às mesmas situações de uso.
No ano passado vimos que o 6s continuava à frente do S7 e de outros concorrentes mas com o Galaxy S8 na área, um smartphone realmente poderoso e que incorporou as melhores decisões de design do finado Note7, ignorando as explosivas novamente os curiosos se questionaram: será que desta vez a companhia sul-coreana acertou e deixou o iPhone 7 para trás?
O que sabemos até agora: o iPhone 7 e seu irmão superdesenvolvido 7 lus possuem o novo processador Apple A10 Fusion, um SoC pela primeira vez quad-core com dois núcleos de alta performance, que chegam a um clock de 2,34 GHz e dois de economia de energia, os que ficam ativos a maior parte do tempo e cuja velocidade não foi informada pela maçã. Ele segue o mesmo esquema big.LITTLE da ARM e é produzido pela TSMC, que ganhou a disputa com a Samsung e também produzirá o Apple A11. A GPU é uma PowerVR Series7XT Plus, com seis núcleos.
Digamos assim, em testes preliminares ele se mostrou mais potente que muitos processadores Intel para notebooks. O ganho em performance para o iPhone 7, em relação ao 6s foi de 40% em geral. Junta-se ao A10 3 GB de RAM, com a Apple enfim resolvendo dedicar mais memória a seus iGadgets (talvez por exigência da própria CPU).
Por outro lado o Galaxy S8 chega em dois sabores: a versão global conta com o poderoso Exynos 8895, octa-core proprietário da Samsung com quatro núcleos de 2,3 GHz, quatro de 1,7 GHz e GPU Mali Mali-G71 de 20 núcleos enquanto o dispositivo norte-americano, o demonstrado no teste é equipado com o novo queridinho da Qualcomm: o Snapdragon 835, octa-core Kryo com quatro núcleos de 2,35 GHz, quatro de 1,9 GHz e GPU Adreno 540; ambos possuem 4 GB de RAM e a fabricante da pior Coreia garante que ele é capaz de executar softwares verdadeiramente pesados, graças à compatibilidade com DirectX 12 e Vulkan.
Isso não é um blefe, usuários conseguiram rodar games do GameCube com perfeição e embora o console de 128 bits seja hoje bastante antiquado, ele nunca foi muito amigo dos emuladores móveis para Android.
Sendo assim, restava colocar ambos para brigar mas com regras bem claras: medir sua capacidade de abrir apps rapidamente, de multitarefa e de renderizar vídeos em tempo real, com soluções presentes em ambos sistemas móveis e sem fazer uso de características exclusivas. O resultado?
De novo a Apple deu um banho na Samsung em uma situação de stress, com abertura intensa de apps. Mesmo com 1 GB a mais de memória RAM o S8 é incapaz de manter aplicativos abertos em segundo plano após a execução de uma tarefa pesada como renderização de vídeo, e fechou todos os softwares suspensos. Independente disso o iPhone 7 Plus conseguiu deixar o vídeo pronto para ser executado com quase três minutos de diferença. Em uma situação de uso mais comedida, a performance de ambos é bem parecida com vantagens de um e de outro ocasionalmente.
O caso é o mesmo do ano passado: o iPhone 7 acaba sendo ligeiramente mais rápido que o Galaxy S8 principalmente por conta da otimização de sistema, sendo que o iOS é escrito especificamente para aquele hardware e diferente do Android, ele não precisa dar suporte em uma infinidade de dispositivos de terceiros e por isso mesmo não precisa rodar uma camada de virtualização ou rodar "na média". Um software bem escrito consegue extrair mais do hardware e isso era algo que a Microsoft também conseguia com o Windows 10 Mobile em seus dispositivos próprios.
A tela também precisa ser levada em conta: como o S8 conta com um display Quad HD ele precisa renderizar mais pixels que o iPhone 7, que possui resolução apenas Full HD. O TouchWiz, embora muita gente ainda deteste não teve muita influência desta vez.
A verdade é que o Galaxy S8 e o iPhone 7 são excelentes dispositivos, os mais poderosos em seus respectivos sistemas móveis e dificilmente alguém vá decidir por um ou por outro apenas por esse vídeo quando já é usuário de uma determinada plataforma, mas é sempre bom ver que a otimização de código, algo que muitos desenvolvedores relegam pela "era de fartura" do armazenamento (ninguém mais precisa medir memória em KBs) ainda faz muita diferença em situações extremas de uso.