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Edge é uma marca

15 anos atrás

"Edge" em inglês significa:

[quote] beira, margem; esquina; corte [/quote]

Sendo uma palavra, imaginava que seria impossível patentear. Talvez o termo correto seja registrar como "marca registrada". Mesmo assim, me parecia impossível.

Sou membro da IGDA desde 2003, e sempre recebi e-mails da associação. E-mails que versavam sobre vários assuntos, inclusive com textos da Gamasutra, um dos sites com maior número de informações de qualidade sobre o universo do desenvolvimento de jogos.

Hoje, dia 4 de agosto, recebi um e-mail que eu diria que foi histórico. Algumas pessoas dentro da IGDA estão insatisfeitas (e com razão) com um dos diretores recém-eleitos da IGDA, o Tim Langdell. O motivo é que ele é o fundador e presidente da EDGE Games, e ele simplesmente registrou o termo "edge". Fazendo questão de cobrar pelo uso desse termo.

Peraí? Como assim cobrar? Cobrar de quem?

Que tal Electronic Arts, por causa do jogo Mirror's Edge? Namco por causa de Soul Edge? E não são apenas games. Que tal certas séries de HQ da Marvel, como "Cutting Edge" e "Double Edge" ?

Até mesmo um jogo famoso para iPhone foi retirado da Apple App Store por causa do nome, Edge. Pois é. Detalhe básico: a EDGE games está parada há apenas... 15 anos! Nem eu (que sou enrolão por natureza) enrolei tanto assim 😉

O principal objetivo da IGDA é fomentar o desenvolvimento (produção) de jogos eletrônicos. De reunir produtores, especialistas, a academia e os produtores de mídia para que, em um esforço concentrado, surjam inovações e a crescente evolução da indústria de games, beneficiando tanto os produtores como - e principalmente - os jogadores, razão de ser da IGDA.

Além disso, ela é a responsável pela GDC (Game Developers Convention), evento anual que ocorre na região do Vale do Silício que reúne desenvolvedores e onde é discutido o passado, o presente e o futuro do desenvolvimento de jogos. A IGDA participa de várias atividades para auxiliar os desenvolvedores de jogos, como a formação de "chapters" (capítulos), reuniões locais de desenvolvedores. Inclusive há um chapter de São Paulo, bem como um de Recife. Em suma, a função da IGDA é reunir e ajudar, e não fazer pressão por marcas, principalmente quando a marca é uma palavra da língua inglesa.

Sou totalmente contrário a esse tipo de atitude. Uma coisa é registrar uma marca que seja, entre outras coisas, distinta e única e cobrar para que ela seja respeitada. A outra é fazer um registro genérico com o intuito de ganhar pelo trabalho e pela criatividade dos outros.

Daqui a pouco teremos empresas registrando termos como "netbook". Ops, já aconteceu!

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