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Diga Cultura: um Digg-like português que vale uma visita

15 anos atrás

Quando o Digg explodiu (um pouco depois, para ser sincero), surgiram muitos clones em português, tanto aqui, no Brasil, quanto em Portugal. Todos tinham um objetivo comum: ser tão relevante em nosso vernáculo quanto o Digg original é no inglês. Era quase que a nova corrida do ouro, mas os clones não conseguiram repetir o sucesso da cria de Kevin Rose por motivos vários, dos quais, certamente, o pior e mais comum era a formação de panelinhas entre membros mais influentes da comunidade.

Alguns questionam que isso faz parte da natureza do sistema, mas eu discordo. O objetivo do Digg é triar o que há de mais relevante nas várias áreas abrigadas na rede, e mostrá-las na capa, independente de quem publicou ou de onde foi publicado. Esse é o calcanhar de Aquiles nos nossos Digg-like. Muita gente faz “amigos” indiscriminadamente nessas redes para que tenham seus próprios artigos votados. Vê-se, nesse modelo, uma série de erros:

  • Membros submetendo apenas seus próprios posts no sistema;
  • Consequentemente, conteúdo duplicado aos montes – inclusive com posts sobre a mesma coisa chegando à capa;
  • Camaradismo na hora de votar, do tipo “vote no meu que eu voto no seu”;
  • Conteúdo irrelevante chegando à capa, e sempre das mesmas pessoas, os reis da popularidade, amigões de todo mundo.

Por essas e outras que jamais acompanhei um Digg-like em português de perto. Não vale a pena, a utilização (errada) do sistema predomina, e quem faz da maneira certa não aguenta muito tempo.

Escrevi, certa vez, uma análise dos nossos Digg-like. Na realidade, esse texto foi uma tentativa meio mal sucedida de mudar a mentalidade dos usuários dessas redes, e pedia uma atitude muito simples: submeter, pelo menos uma vez por dia, um texto encontrado num blog alheio (não vale no seu) a uma das redes do gênero. O objetivo? Fazer dessas redes algo interessante para bloggers e leitores casuais, quem, em regra, deveria ser o maior beneficiado nesse sistema, mas que jamais recebeu a devida atenção, graças às panelinhas.

Durante as pesquisas para redigir aquele post, me deparei com um Digg-like do outro lado do Atlântico, de Portugal.

O Diga Cultura me conquistou, e desde então, sem desmerecer outros que fazem trabalhos parecidos de forma satisfatória também, tem sido meu ponto de parada para compartilhar links e encontrar informação relevante.

diga-cultura

O que mais me chamou a atenção ao bater o olho na página inicial do Diga Cultura foi a variedade dos temas abordados na parte mais importante da rede (a capa). De assuntos tecnológicos a paisagísticos, passando por cultura pop, diversão e curiosidades, a seleção é abrangente, mesmo com o piso de votos para aparecer na frente ainda seja baixo – em torno de 4 ou 5 votos. Para nós, brasileiros, algumas notícias de política portuguesa não interessam muito, mas é o preço que se paga por usar um serviço estrangeiro. Detalhe esse à parte, há muitos brasileiros engajados e trabalhando em prol do serviço, e a maioria das entradas são “universais”, interessantes tanto aqui, quanto na terra do bolinho de bacalhau.

A apresentação do Diga Cultura também é agradável. Lembra (muito) o Digg, e isso conta pontos. O site é rápido e não lembro de tê-lo visto fora do ar. A interface, além de ser bem resolvida em sua configuração padrão, permite alterações através do painel de controles do usuário. Lá, aliás, é possível visualizar um histórico de sua participação no site, alterar configurações pessoais, interagir com amigos. Nessa parte “de fundo”, o trabalho foi muito bem feito.

configuracoes-diga-cultura

A tela de submissão de posts é bem definida e agradável, há várias categorias disponíveis, com direito também a capturar uma imagem do texto em questão, já redimensionada, para ilustrar a entrada.

submissao-texto-digacultura-26072009

Além dessa parte interna, por assim dizer, o Diga Cultura também possui uma ampla gama de atividades e recursos externos, que permite interligar sites e redes sociais ao seu sistema. Há uma série de ferramentas para esse fim. Uso, no WinAjuda, o botão de votação integrado; ainda não faz muito sucesso, mas é uma forma de promover o serviço.

ferramentas-diga-cultura-26072009

O mais importante, mesmo, é a comunidade, que vota sem olhar a quem. Claro, como em toda sociedade, temos alguns perdidos e/ou que não se adequam ao sistema, submeter todos os dez posts diários pega-paraquedistas do seu blog criado ontem na esperança de que algum se torne destaque (o que invariavelmente acontece, mas…), mas felizmente esses são minoria, e tendem a perder ainda mais espaço com a chegada de mais membros que não se preocupam com o próprio umbigo, mas sim em transformar o Diga Cultura numa fonte ainda mais sólida e confiável de bons assuntos, informativos e divertidos, úteis de alguma maneira.

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