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Moscou bane soluções Microsoft de seus computadores públicos

Atendendo solicitação do presidente Putin, computadores da administração pública de Moscou trocarão soluções Microsoft por alternativas locais.

7 anos e meio atrás

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"Por que esta coisa ainda roda Windows?"

Não é segredo para ninguém que Vladimir Putin odeia o mundo ocidental, e deseja fervorosamente o retorno dos velhos tempos da URSS (época em que ele era um dos bambambans da KGB). Como não dá para fazer o relógio retroceder e nem todo mundo engoliria essa de uma vez, o presidente russo vem fazendo modificações aqui e ali para manter o controle até onde suas mãos alcançam.

A sanha russa de controlar toda a informação da internet levou Putin a atirar contra Google, Facebook, Twitter e sobrou até para blogueiros, tuiteiros e usuários. Nem memes com figuras públicas (leia-se zoando o presidente) podem ser livremente usados mais sob pena de retaliação. Isso sem falar da famigerada "lei anti-gay", que está fazendo um tremendo estrago dentro e fora da internet: recentemente o site BlueSystem.ru, o mais popular do país voltado à comunidade LGBTQ foi sumariamente banido, sem sequer receber notificações do governo. Fecharam e pronto

Comercialmente Putin também não alivia. Como forma de privilegiar os interesses da nação e diminuir a dependência de tecnologias externas (ou melhor dizendo, evitar a fuga de capital) o presidente também já bateu com a foice e o martelo na cabeça da Apple, SAP, Intel e AMD. O alvo da vez? A Microsoft.

Não tem muito tempo, Putin determinou que todos os computadores estatais dessem preferência a soluções desenvolvidas localmente a programas externos, principalmente de companhias norte-americanas dado o aumento de tensão nas relações entre Rússia e EUA desde 2014, por causa da anexação da Crimeia (na época várias empresas estrangeiras desligaram suas operações em resposta à ação russa). Embora afirme o compromisso de incentivar o desenvolvimento local, na realidade o presidente não quer depender de tecnologia externa e ao mesmo tempo deseja cortar gastos, e fechar acordos com empresas de software russas sai muito mais em conta.

A capital Moscou é uma das primeiras a acatar a "sugestão" de Putin: o Outlook e o Exchange Server serão abandonados e substituídos por soluções desenvolvidas pela Rostelecom PJSC, o que de cara afetará 6 mil terminais. Só que não para por aí: segundo Artem Yermolayev, responsável pela setor de TI na cidade a meta é dar um pé na bunda também no pacote Office e até mesmo no Windows em breve, e refletir as mudanças em todos os mais de 600 mil computadores da administração pública espalhados pelo país. No entanto não há planos concretos para colocar essa segunda fase em ação (até porque nem todo mundo usa o Astra Linux).

Calma que melhora: German Klimenko, o diretor do Instituto de Desenvolvimento da Internet e "o cara" quando se trata de controle da rede no país diz que estão estudando cobrar mais impostos de companhias tech estrangeiras para subsidiar o crescimento dos concorrentes locais Mail.ru e Yandex.

A única seara em que Putin não mete o nariz é na pesquisa espacial, mas não por falta de vontade; seguindo a filosofia Michael Corleone faz sentido manter as agências internacionais como parceiras porque isso rende, e de qualquer forma a Roscosmos foi para o espaço.

Fonte: Bloomberg.

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