Carlos Cardoso 7 anos atrás
A maioria das pessoas acha que guerra é vencida por quem tem mais soldados, mas não é bem assim. Por incrível que pareça, guerra de verdade é muito mais próxima de Age of Empires do que de Call of Duty. Guerra é essencialmente gerenciamento de recursos.
Saddam não rodou na 1ª Guerra do Golfo por incapacidade da Coalizão em manter as linhas de suprimentos: as unidades da linha de frente eram rápidas demais, os caminhões não acompanhavam. No Dia D mais esforço foi colocado na logística de transporte de combustível e suprimentos do que nas armas.
Mesmo os EUA, que imprimem o próprio dinheiro, descobriram que não é economicamente viável gastar um míssil de US$ 250 mil pra matar dois idiotas em um camelo. Há muito mais idiotas e camelos do que mísseis de US$ 250 mil no mundo.
Israel percebeu que está com o mesmo problema. Hoje as principais cidades do país são protegidas de mísseis terroristas graças ao Iron Dome, um sistema derivado do Patriot mas o custo foi reduzido de US$ 3 milhões por interceptação para US$ 20 mil.
Man Pau — Iron Dome best Interceptions
É um preço bem em conta, mas mesmo só derrubando os foguetes apontados para regiões habitadas, acaba se tornando proibitivo interceptar todo mundo. Em 2014 por exemplo foram 2.800 ataques. 2.800 * 20.000 dá US$ 56.000.000,00 só em mísseis, some a isso o custo de US$ 50 milhões por cada conjunto lançador, e a conta acaba não fechando.
As projeções das forças de defesa de Israel é que no próximo conflito na região (eles são realistas, não é questão de SE, e sim de QUANDO) Hamas, Hezbollah e similares vão esgotar seus estoques de mísseis e foguetes, e provavelmente conseguirão uma média de 1.500 lançamentos por dia. Estima-se que o total armazenado seja de 100 mil mísseis.
Israel simplesmente não tem como produzir estocar ou pagar mísseis do Iron Dome para se proteger de tanto fogo inimigo. Só que a maioria da população, embora adore a história de Massada, não quer um remake tão cedo. Como proteger a população sem acabar com os recursos, do país?
A solução? Iron Beam.
Projetado pela Rafael, é um sistema de lasers de alta energia, controlados por um radar de tiro e alcance de 7 km. O foco são mísseis e projéteis menores, que não compensem uma intercepção pelo Iron Dome. eventualmente chegarão a 200 kW cada um dos dois lasers de cada conjunto, e destruirão um alvo em 3 ou 4 segundos.
O sistema cabe em um contêiner, o que o torna relativamente portátil, e cada disparo custa só alguns shekels. O que significa que cada foguete derrubado por ele em vez do Iron Dome são quase US$ 20 mil economizados e isso <insira piada óbvia de judeu aqui>
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Não se sabe se o sistema já está em uso. Algumas fontes dizem que entrou em operação no começo do ano, mas sistemas militares lançados dentro do prazo? Idealmente vão usar de forma oculta até não poder mais, pois voltando ao Age of Empires, nada melhor que fazer o inimigo gastar recursos inutilmente, seja mantendo uma cabeça de ponte longe de sua capital sem ele saber, seja fazendo com que ele lance foguete atrás de foguete para ser detido por seus lasers.
Fonte: Spacewar.