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Próximos filmes do DCEU serão mais leves, diz Geoff Johns

Após retorno abaixo do esperado, CEO da DC Entertainment diz que Liga da Justiça e demais filmes do DCEU serão menos sombrios e “snyderianos”.

7 anos e meio atrás

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Geoff Johns cresceu muito na DC após reabilitar Hal Jordan, na excelente série Lanterna Verde: Renascimento

O retorno aquém do esperado de Batman vs. Superman: A Origem da Justiça não foi bem digerido pela Warner. As modificações feitas às pressas em Esquadrão Suicida, que ganhou ares mais leves (e consequentemente acabou com sérios problemas de montagem) foram um reflexo disso, e agora o CEO da DC Entertainment Geoff Johns deixou bem claro que a Era da Elegância e Sombriedade, promovida por Zack Snyder chegou ao fim.

Sejamos justos: BvS é um filme excelente, mas o corte de cinema foi confuso. A versão definitiva ata muitas pontas soltas e faz da película praticamente uma outra obra, porém é fato que a mão de Zack Snyder, que prima pela plasticidade das cenas e um tom mais dark e pessimista pesou forte, o que já havia ficado evidente desde Watchmen.

O problema: super-heróis são em sua essência personagens para os jovens, e o público geral não está disposto a consumir uma obra pesada e sombria. Não quer dizer que não dá para variar, Deadpool é uma farra mas é um filme absolutamente impróprio para menores (e que inexplicavelmente saiu com classificação 16 anos no Brasil) mas não dá para fazer um universo inteiro assim, com dramas adultos e histórias sérias.

Quer dizer, até dá desde que os executivos de cinema permaneçam com os dois pés no chão e entendam que farão menos dinheiro com essa abordagem. A Disney entendeu isso e os filmes da Marvel, embora brinquem com diversos estilos (Homem-Formiga é o Onze Homens e Um Segredo com um anti-herói em miniatura, Guardiões da Galáxia uma aventura despreocupada e Capitão América 2: O Soldado Invernal é um filme de espionagem) transitam entre o sério e o leve, com humor muito bem dosado de forma orgânica ao mesmo tempo que aborda assuntos mais críticos com propriedade e naturalidade.

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Zack Snyder tentou, mas nem todo mundo engoliu um Superman num universo sombrio

A Warner apostou em um tom sério, e entregou tudo na mão de Snyder. Ele seria o responsável por compor o DCEU (DC Extended Universe, o universo cinematográfico dos personagens da editora) e obviamente, ele foi pelo viés soturno e elegante que lhe é de praxe. Mesmo as produções que ele não dirigisse passariam por seu crivo e seguiriam sua estética. O que não é de todo ruim, é um estilo próprio

O ponto é: a Warner acreditou que BvS seria o primeiro filme de heróis a bater na casa dos US$ 2 bilhões de bilheteria, mas ele parou em US$ 873 milhões, sendo US$ 330 milhões nos EUA. É um número excelente, mas muito abaixo do esperado. Esquadrão Suicida, com todas as alterações está com US$ 301 milhões de renda doméstica e US$ 679 milhões global, o que prova o seguinte: o espectador quer histórias mais leves e menos abordagens "visionárias".

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Assim sendo as coisas mudaram dentro da Warner. Zack Snyder perdeu a carta branca e foi posto abaixo de Geoff Johns, que já era o manda-chuva da DC Comics e agora é quem dá a palavra final também nos filmes. O CEO da DC Entertainment disse em entrevista ao WSJ que as críticas do público não só foram ouvidas como levadas em consideração (claro que o retorno aquém do esperado pesou mais) e que o tom sombrio de seus heróis "não poderia estar mais errado". Logo todo o DCEU está passando por reformulações.

Não só o clima das próximas produções será mais descontraído, como floreios desnecessários serão podados sem dó. As sequências de sonho de Bruce Wayne em BvS? Pode esquecer, Liga da Justiça (que chega aos cinemas em novembro de 2017) será um filme “direto ao ponto”, segundo o executivo-chefe. E sobre o tom mais suave, Johns disse o seguinte:

É uma visão de vida mais esperançosa e otimista. Até mesmo o Batman tem uma centelha disso: se ele não pensasse que é capaz de tornar o futuro melhor, ele pararia”.

Mesmo o trailer de Mulher-Maravilha, ainda que seja uma produção ambientada na Primeira Guerra Mundial (que estreia antes, em junho) já dava indícios de uma abordagem menos sombria, mas ainda ficva clara a mão de Snyder na produção. É possível que ele seja ainda mais suavizado.

Warner Bros. Pictures Brasil — Mulher-Maravilha - Trailer Comic-Con (leg) [HD]

Enfim… a Warner sentiu a porrada e deseja mais grana, logo fará o que for preciso para aumentar a arrecadação e se para isso for preciso equiparar as produções do DCEU ao nível das da Marvel Studios, eles o farão desde que isso se traduza em grana. É uma pena, pois apesar dos pesares eles tinham identidade própria, um estilo diferente e uma decisão de ir num rumo diferente, mas sem público e grana entrando, fica difícil justificar tais decisões.

Fonte: The Wall Street Journal (paywall).

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