Carlos Cardoso 7 anos atrás
A Ciência não pode parar, mas de vez em quando é inevitável. Mesmo os maiores experimentos estão sujeitos a problemas. Recentemente foi a vez do Large Hadron Collider, a maior máquina construída pelo Homem.
Tudo estava bem, os feixes de prótons estavam sendo energizados a 6.193 GeV, o que é um monte de elétrons-volt, e os cientistas estavam prestes a fazer o que nunca deve ser feito, cruzar os feixes, quando começaram a surgir instabilidades. Fosse um livro do Dan Brown algum portal interdimensional estaria abrindo mas era um problema bem mais mundano.
Em um perfeito e errado exemplo da Teoria do Caos, os magnetos começaram a desarmar, válvulas começaram a vazar, disjuntores eram acionados por todo os quase 30 km de circunferência do LHC. Todos os aceleradores foram afetados, o sistema criogênico caiu geral, o precioso hélio precisou ser vazado para a atmosfera. Em termos altamente técnicos, foi um merdelê geral.
Os cientistas conseguiram isolar o problema até um curto-circuito no ponto 8 (você sabe, aquele entre o ponto 7 e o ponto 9) do LHC. Um transformador de 66 kV foi pras cucuias. O culpado? Este bicho.
É uma doninha, um bicho fofinho bonitinho mas que adora roer o que não deve. No caso os cabos do transformador. Sem muito pesar os cientistas explicaram que ela foi para o céu das doninhas, devidamente carbonizada. Não que sirva de consolo, quando você chega todo feliz pra fazer sua ciência do dia e dá de cara com isto:
Agora é consertar o que queimou, recalibrar tudo e começar de novo, esperando que outras doninhas tenham testemunhado a churrascagem da companheira e espalhem a dica de que não é bom brincar no LHC.
[ATUALIZAÇÃO]
Agora dizem que foi uma fuinha, mas olhando no Google é a mesma porcaria.
Fonte: CERN.