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Pesquisadores tailandeses criam tinta tátil barata para cegos

Pesquisa de universidade da Tailândia cria tinta especial que se dilata conforme a temperatura e oferece relevo para leitura por cegos; método é mais barato que o braille tradicional.

8 anos atrás

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Aviso: este texto contém imagens com descrição.

Antigamente o Demolidor podia se gabar que a ampliação dos sentidos que o Ooze lhe deu (é sério!) lhe rendeu, entre outras coisas maneiras (como um radar tal qual o dos morcegos) um tato tão apurado que he permitia sentir a tinta em papel impresso. Dessa forma Matt Murdock não dependia exclusivamente da linguagem braille para ler (ele a aprendeu de qualquer forma), era comum nas histórias antigas vê-lo passar as mãos por jornais e livros comuns e apreciar o conteúdo normalmente.

Aí veio a planografia, o método de impressão (como exemplos temos litografia e offset) que não deixa relevo. Foi mal, Murdock.

Para todos os outros cegos ou com visão limitada que dependem do braille para ler artigos impressos, é fato que não há muitas publicações disponíveis principalmente porque o método é caro, nem todas as editoras se dispõem a arcar com as despesas. Hoje em dia preferem oferecer audiobooks ou recomendar o uso de leitores de tela para os deficientes visuais. Só que nem tudo possui versão digital e muitos gostariam sim de manusear um livro, um documento e entender do que se trata.

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Detalhe de uma página A4 com texto em braille impresso com a Touchable Ink; note como a tinta se dilata e forma “bolhas”

Por isso a pesquisa conduzida pela Thammasat University na Tailândia é bem legal. Os cientistas, bancados pela agência J. Walter Thompson Bangkok e pela divisão local da Samsung desenvolveram uma tinta especial, que se dilata conforme certas condições de temperatura memo após a impressão.Isso cria um leve relevo que permite aos cegos lerem textos em braille ou sentirem outras texturas, como figuras.

E o melhor, o método é muito mais barato do que o tradicional. Hoje uma folha A4 em braille custa em torno de US$ 1,10 para ser impressa. Com a Touchable Ink esse valor é derrubado para irrisórios US$ 0,03 por página. Como se não bastasse não há a necessidade de equipamento especial, portanto os quase US$ 3 mil de uma impressora braille poderão ser investidos em outras coisas, como por exemplo mais material a ser impresso.

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Outro exemplo: um mapa da Itália (só o contorno) com destaque para as cidades de Milão, Nápoles, Roma e Sardenha. O texto em braille e o contorno do mapa em si foram impressos com a Touchable Ink, logo o usuário deficiente visual pode tatear os contornos da imagem

Ainda não há planos comerciais para a Touchable Ink, que está em fase testes e sendo acompanhada de perto pela Associação Tailandesa para o Cegos; mas dado o envolvimento da Samsung é muito difícil imaginar que a tinta tátil não vá dar as caras em publicações aqui e ali em um futuro não muito distante. E dado os custos ridículos de impressão é uma novidade com potencial de beneficiar muita gente.

Fonte: Tech in Asia.

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