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É feia a crise quando até a Playboy vai mal das pernas

15 anos atrás

E nem estou falando das modelos. Essas continuam boas, digo, bem. O buraco (com trocadilho) é mais embaixo. Após as várias bolhas, o mundo online tem se relevado bem menos galinha dos ovos de ouro para quem não investe nele de verdade, e nada melhor para não investir nele de verdade do que ter um negócio tradicional que vai bem, obrigado. Ou ia.

Essa era a realidade da Playboy e várias outras publicações, quando foi quase obrigatório criar uma presença online. O que mais se via era gente de má-vontade. Jornais investiam o mínimo possível para depois dizer "viu? Internet não dá dinheiro", até hoje vemos atitudes amadorísticas em sites de grandes jornais que jamais passariam em uma redação normal.

No mundo da pornografia não foi diferente. Claro, a Internet nasceu para distribuir conteúdo pornô, ela é perfeita para isso, e o mercado continua firme. Embora o pessoal mais safo tenha como Mandamento Supremo jamais pagar por conteúdo adulto, muito mais gente paga, com prazer (e trocadilho).

O que não pagam é pelo velho conteúdo batido das revistas.

A Playboy durante anos reciclou material. O site brasileiro chegou a ficar duas ou três semanas desatualizado em relação à revista nas bancas, assim como o site americano ele é ainda uma porta de entrada para... a revista impressa.

Ao mesmo tempo, temos duplicação de equipes. A empresa digital não tem nada a ver com a empresa "real", para complicar há casos onde existe um portal de conteúdo E as revistas da editora possuem sites próprios, duplicando o mesmo conteúdo.

Isso só poderia resultar em custos altos, sites pouco acessados (Eu compro a Veja, Superinteressante e Info sempre que viajo de ônibus, mas NUNCA entrei no site das revistas) e cortes de verba.

Agora com a queda acentuada nos anunciantes das revistas físicas, quem investiu na má-vontade está vendo sua presença online cair nas estatísticas. Quem como a Playboy ainda por cima investiu em sites com ASSINATURA está começando a ficar assustado, pois o consumidor de conteúdo adulto prefere assinar conteúdo diferenciado, e não mais do mesmo.

Convenhamos, pagar US$85,95 por ano para assinar o site da Playboy? Melhor pagar uma assinatura anual do Rapidshare e baixar os vídeos do Dino1 (google é seu amigo).

A Playboy precisa perceber duas coisas, se não quiser ficar com uma mão na frente e outra atrás:

1 - Modelo de assinatura não funciona. Sites se mantém com patrocínio ou publicidade.

2 - Conteúdo, conteúdo, conteúdo. A versão online não pode ser o refugo da revista. Não pode ser feita por uma equipe de 3a linha nem pode apenas repetir o modelo impresso. É preciso aproveitar as características do meio online e oferecer algo que não é possível no papel.

O público consumidor de conteúdo adulto é imenso, está disposto até a pagar por ele, mas se o site é apenas uma grande, maçante, lugar-comum e paga propaganda da revista, ele vai fechar sem dó e acessar a Brasileirinhas.

Fonte: Ars Technica

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