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Será que vou ter um e-reader de e-ink colorido qualquer dia?

E Ink começa a solucionar o problema da falta de cor no e-paper, mas ainda estamos longe de ver um televisor de e-paper por exemplo.

9 anos e meio atrás

E_Ink_Music_Stand

E-Paper Music Stand da E Ink.

O e-Paper é aquele tipo de tecnologia com uma capacidade de polarização de opiniões geralmente reservada a religiões ou políticas. Seus detratores costumam dizer que eles não tem alma, que são desculpas esfarrapadas para o papel de verdade. Seus apreciadores, amam o tempo de autonomia, as bibliotecas gigantes, e a sua leveza. Tudo bem, a tecnologia central por trás dos Kindles, Kobos e Nooks vem de uma única empresa: a E Ink.

Diferentemente das mais comuns telas de LCD e LED que brilham na cara do leitor para formar suas imagens, o e-paper tanto reflete quanto absorve a luz do ambiente, exatamente como um livro comum. Quando o e-paper forma uma imagem, ela fica na tela até que você decida mudá-la, mesmo sem energia ou qualquer tipo de conexão.

Isso acontece porque o e-paper funciona movendo matéria, ao invés de usar luzes brilhantes. Em um display de e-paper convencional, milhões de cápsulas da espessura de um fio de cabelo são colocadas em uma matriz elétrica. Cada cápsula é preenchida com partículas pretas e brancas, com cada cor com uma polaridade elétrica, positiva ou negativa. A matriz gera milhares de pequenos campos elétricos por polegada quadrada, fazendo com que as partículas brancas fiquem na parte de baixo e as pretas na parte de cima, onde podemos vê-las.

Quando uma página é trocada, a matriz elétrica muda em uma fração de segundo, rearranjando as partículas. A matriz então se desliga, congelando as partículas naquele estado e travando a nova página na tela. Cada campo da matriz se torna um pixel preto ou branco e todos os campos juntos, são a página que vemos no leitor.

Como cada cor do e-paper depende de uma carga elétrica para produzir cada pixel, colocar mais do que duas cores na tecnologia sempre foi um desafio para a engenharia, mas parece que a E Ink começou a resolver esse dilema. O e-paper colorido já está sendo usado no mercado, não em e-readers, mas em outdoors e fachadas de lojas por clientes que preferem as cores discretas do e-ink ao brilho ofuscante dos LCDs.

Telas com três cores, as mais comuns até agora, trabalham explorando a mecânica de fluídos e o tempo que cada partícula demora para se mover em uma solução. Se uma partícula vermelha se mover mais rápido que uma preta, elas podem compartilhar uma carga elétrica enquanto a matriz liga e desliga rapidamente a partícula vermelha vai chegar antes no topo e a cor poderá ser vista. Se a matriz fica ligada por um pouco mais de tempo, as partículas pretas vão chegar a superfície e ofuscar as vermelhas. Refinando essa técnica, mais cores podem vir a ser introduzidas.

Entretanto, todo esse vai e vem de partículas nos mostra porque não podemos esperar ver um televisor ou tablet de e-paper tão cedo. LCDs e LEDs podem mudar a imagem milhares de vezes mais rápido, enquanto as taxas de atualização do e-paper sempre vão deixar as imagens com “fantasmas” de movimento. Então essa tecnologia provavelmente vai continuar sendo usada onde ela é melhor, nos nossos queridos e-readers, mas também podemos acabar vendo ela em letreiros e dispositivos wearable, quem sabe?

Fonte: PS.

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