Carlos Cardoso 9 anos atrás
2001 — Uma Odisséia no Espaço é uma obra-prima de Stanley Kubrick, baseado no livro que Arthur Clarke escreveu baseado no filme de Stanley Kubrick (isso mesmo). Criado para ser o proverbial “filme bom de ficção científica” em uma época onde foguetes soltavam foguinho, pareciam naves de desenho animado e aliens verdes disparavam pistolas de raio pew pew pew, 2001 mostrou um futuro provável, viável e razoável, ao mesmo tempo em que confrontou a Humanidade com uma inteligência misteriosa muito além de nossa compreensão.
Mesmo tendo sido lançado em 1968, o filme consegue ser mais realista que muita coisa feita hoje. Alguns dizem que as cenas na Lua são melhores do que o Remake que Kubrick fez um ano depois, para falsificar o pouso da Apollo XI. Só que 2001 não acerta só no visual e na previsão de que no Século XXI ainda não teríamos uma Estação Espacial terminada (maldade dizer que a parte que falta no filme era a brasileira). Acertam em coisas do dia-a-dia, mesmo em 2014. Vejamos algumas:
No futuro teremos entretenimento a bordo dos aviões, mas a interface vai ser tão desnecessariamente complicada e a programação tão chata que todo mundo vai preferir dormir. Não que muita gente vá viajar, dado o preço das passagens.
Como a Pizza Sem Talher Grudada Na Caixa da Avianca que tentei comer outro dia comprovou, no futuro as empresas aéreas vão inventar novas formas de fazer com que a gente fique com saudades das barrinhas de cereais.
No futuro computadores falarão várias línguas, mas ainda não teremos Siri nem Cortana em português.
Banheiro de avião. Acertaram na mosca.
Não só acertaram que usaríamos Skype no futuro, como acertaram que os vídeos seriam na vertical. Grrrr!
Ok, nisso eles erraram, as interfaces dos microondas de 2014 nem de longe são simples e intuitivas quanto as de 2001.
2001 acertou: no futuro comida de microondas nem de longe vai parecer comida de verdade, criaremos o hábito de comer vendo televisão e os tablets vão crescer de forma descontrolada…
Previram corretamente: no futuro a arte da conversação morrerá. Almoçaremos com os amigos, cada um olhando pro seu celular.
Clarke e Kubrick tinham poderes psíquicos. Acertaram que no futuro teríamos vídeo, no Instagram e com filtros vintage.
Aqui uma profecia que não se concretizou, ainda: videogames do futuro, pós-Anita Sarkeesian.
Reconhecimento facial? Tranquilo. Facebook hoje em dia faz isso na boa, o iPhotos faz até com cachorro. Era ficção científica.
Computadores espionando pessoas, invadindo privacidade, escutando conversas. Estava tudo lá, só não viu quem não quis. #FreeSnowden #FreeAssange!
Clarke mostrou que não importa o quão moderno é seu computador, pra resolver problemas só ligando e desligando mesmo.
E finalmente…
Arthur Clarke previu que em 2014 a primeira coisa que todo mundo vai fazer na hora de acordar é esticar a mão pra pegar o iPhone6+.