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A Copa em 4K, cortesia da Oi TV

Meninos, eu vi. Colômbia × Uruguai, em 4K. De verdade, cheio de câmeras, transmitido via satélite, cortesia da Oi TV. Clique e descubra se essa tecnologia vale a pena ou é só uma curiosidade tecnológica. (mentira, você sabe que vale)

10 anos atrás

4k

Não é um tablet, é uma Sony Bravia de 55 ou 65 polegadas.
Clique aqui para engrandalhecer, veja a resolução!

No final de semana fui convidado pela Oi para assistir um jogo da Copa em alta definição. Aliás, alta não, imensa. UHD 4K, 3840 × 2160 pixels, 60 frames por segundo.

Eu sei, todo mundo já brincou com MacBooks Retina em 4K, mas uma coisa é ver vídeos de demonstração no YouTube, outra é acompanhar a tecnologia em condições reais e desfavoráveis como um jogo de futebol. Pois bem, meninos eu vi. O negócio orna.

Foi a primeira transmissão 4K via DTH, a Oi contratou os serviços da SES, uma empresa que controla uma frota de nada menos que 55 satélites geoestacionários. A Oi aliás está investindo pesado, são donos de quase toda a banda do satélite em questão, o SES-6. Os requisitos para transmissão 4K não são brinquedo, e somente o Maracanã está equipado para isso, nessa Copa. Lembre-se, não são só câmeras, todos os equipamentos, até os geradores de caracteres devem suportar a mangueira de bombeiro que é um sinal desses.

Por isso o jogo do Brasil foi só em HD, o 4K apareceu na transmissão de Colômbia × Uruguai. E apareceu bonito.

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Não fiz vídeo por ser algo sem-sentido. Filmar a 30 fps e Full HD uma imagem 4K não funciona, a resolução não se traduz. Para ter uma idéia mais realista, veja a foto de abertura, é um detalhe desta imagem de 3552 × 2000 feita com o Lumia, com 2,28 MB. Repare debaixo do “V” da logo do SporTV. Dá pra ler o 19 na camisa do sujeito. Tente isso com uma TV normal…

Minhas impressões:

4K é vida, 4K é Luz, 4K é a Luciana Vendramini em forma de padrão de vídeo. A imagem é impossivelmente nítida, com 60 fps o movimento é fluído, sem o motion blur tão comum das transmissões a 30 fps (ou 29,97 fps; pros chatos). Uma TV 4K, de tela grande é quase uma janela. Na verdade é mais que isso, o mundo não costuma ser tão bonito. Vai ser lindo se a Oi TV começar a transmitir regularmente em 4K, a SKY que se cuide.

Dito isso, é hora do pé no chão. Muita, muita coisa ainda não é nem feita em Full HD. Não adianta comprar uma TV 4K pra ver Faustão, passando videocassetadas de 25 anos de idade (não estou exagerando) com resolução VHS. A Globo mal entrou na era do Full HD. Avenida Brasil foi gravada com câmeras Sony 2K. O jornalismo é Full HD e só. Às vezes é via Skype e tá bom.

As matrizes dos filmes sequer chegam em resolução 4K. As chances são de que você irá assistir Full HD no Telecine por muito tempo ainda. Vingadores 2? Talvez veja em 4K. Seus Blu-rays? Jogue fora. DVDs? Quaquaqua.

Há algumas fontes potenciais de conteúdo em 4K. Os produtores de material educativo estão apostando no formato, consoles de última geração como o Xbox One e o PS4 teoricamente suportam 4K (não pra jogos) e… Netflix. Breaking Bad está sendo lançada em 4K, outras séries virão. Haja banda, claro.

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Todo o ciclo de produção precisará se adaptar: quem diz que o HD não perdoa, nunca viu o 4K. É resolução o suficiente pra mostrar o talento do Fred. Todos os detalhes e imperfeições aparecem. Os 60 fps também tornam tudo mais nítido, e isso se torna fatal para o foco. Operadores de câmera acostumados a filmar em SD e Full HD terão que ser muito mais precisos, do contrário a falta de foco se torna algo que distrai bastante.

É recomendável comprar uma TV 4K?

Depende. Se você tiver grana pra isso, eu diria que é. O padrão está estabelecido, e com um bom PC e uma boa placa de vídeo você pode brincar muito, até o conteúdo começar a aparecer. Um show em 4K deve ser algo lindo de se ver. É uma extravagância? Com certeza, mas o que seria do mundo sem early-adopters? A Oi ainda está experimentando. O mundo inteiro está.

A BBC aproveitou essas transmissões para testar sua infra, e mesmo no Japão as transmissões regulares em 4K só começarão com a final da Copa. Claro, Japão não conta, o fato de adiantarem em dois anos o início do 4K por lá só comprova a teoria de que ou são Aliens ou viajantes do tempo. Ou os dois.

Ah, mas e o 8K?

Excelente pergunta. Funciona assim: me pergunte de novo em uns 10 anos, quando o 8K estiver razoavelmente padronizado e os investimentos de estúdios, emissoras, produtoras estiver amortizado. E então não compre, pois você terá lido na Superinteressante que vem aí o 16K e não é jogo comprar o 8, que já está obsoleto.

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