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Samsung dá o penúltimo canto do cisne dos televisores de plasma

Seguindo os passos da Panasonic ano passado, Samsung deixará de investir no desenvolvimento da tecnologia de TVs de plasma. Com isso, a última grande fabricante a lançar novos televisores plasma é a LG. Por quanto tempo?

10 anos atrás

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Nada de pentile no OLED do PlayStation Vita PCH-1000, aqui é puro RGB mesmo (Crédito: tio Laguna)

Evito ser early adopter, em especial nos videogames: normalmente o console ganha uma versão mais barata com os recursos mais utilizados, deixando de lado algum gimmick que o tornava caro.

Quando a Sony anunciou no Japão a versão slim do PS Vita, com LCD no lugar da bela OLED, o tio Laguna sentiu a total necessidade de comprar esse portátil antes que sua nova versão chegasse ao mercado ocidental: por melhor que fosse o LCD, o belíssimo nível de contraste de uma OLED é algo que em telas bem maiores só encontrei nas TVs de plasma.

A última TV de plasma que eu lembro de ter reparado bem foi uma Viera, da Panasonic. Não lembro o modelo, mas era HD e tinha 42 polegadas. Não era a maior do mundo e desligada chegava a lembrar um espelho, só que era linda no que se propunha a fazer, que era apresentar belas imagens em movimento, sem borrões, sem rastros.

A tecnologia tinha fama de beberrona mas convenhamos que só deveríamos usar um muscle car desses nos finais de semana, seria desperdício ficar em dia útil assistindo TV aberta, seria como ficar preso em um engarrafamento qualquer. Se abusar da imagem parada a quente cicatriz da marca da emissora permaneceria ali, um burn-in para lembrarmos de sempre usar gasolina aditivada.

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ZT60, o canto do cisne dos televisores de plasma da Panasonic (Crédito: CNet)

No final do ano passado, a Panasonic anunciou que encerraria a pesquisa e desenvolvimento da tecnologia própria de TVs de plasma, embora continue fabricando os aparelhos até a demanda das lojas cessar de vez. O motivo para abandonarem a tecnologia foram as baixas vendas, praticamente de nicho. Seguindo adiante os passos da gigante japonesa, a Samsung diz que encerrará a produção dos painéis de plasma dia 30 de novembro.

Planejamos continuar no ramo das TVs de plasma (PDP) apenas até o final do presente ano, devido às demandas do mercado. Continuaremos comprometidos em oferecer aos consumidores produtos que atendam suas necessidades, mas concentraremos nossos esforços nas TVs UHD e com tela curva.” — Samsung

Particularmente nunca vi uma TV da plasma da Samsung em loja física. Tenho a impressão que a coreana se concentrava em mostrar produtos topo de linha em shoppings mais abastados ou, sendo mais pessimista, empurrava para o Brasil TVs com tecnologias baseadas no LCD, mais baratas para os consumidores e com lucros maiores para a empresa.

A Smart TV 3D de 64 polegadas Samsung F8500, que ainda está sendo vendida no Brasil pela faixa dos 6.000 reais, era tida como um dos melhores televisores para se comprar este ano segundo os entusiastas de sites como o Tech Radar.

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Um dos melhores televisores para se comprar este ano (Crédito: Tech Radar)

Para decretarmos o total fim dos televisores de plasma, só falta a LG anunciar que vai abandonar tal tecnologia. O tio Laguna prefere ter a esperança de que essa outra coreana vai agüentar mais uns meses, embora ela e a Samsung tenham uma rivalidade ferrenha: se uma faz, a outra tenta fazer igual ou melhor.

O grande problema das atuais TVs de plasma é, ironicamente, o enorme tamanho mesmo: não existe TV de plasma com resolução HD (720p) com diagonal muito menor que 42 polegadas pois não dá para miniaturizar ainda mais os subpixels. Lembrando que cada subpixel (vermelho, verde e azul) na tecnologia plasma se comporta de forma análoga a uma pequena lâmpada fluorescente, imagine aí que as menores telas de plasma Full HD (1080p) têm diagonal por volta das 60 polegadas. Televisor muito grande ainda é coisa de nicho.

Detalhe que estamos na era Ultra HD das TVs 4K, então imaginem que uma TV de plasma 4K poderia chegar perto do tamanho de uma Zeus da Titan.

Televisor de plasma 8K? Deixa pra lá.

A tecnologia mais escalável para televisores continua sendo o velho e bom LCD. Ele funciona como uma cortina, iluminada por trás: cada ponto da tela, ou seja, cada subpixel é formado por cristais que representam uma das três cores fundamentais (vermelho, verde e azul) e tais cristais polarizam a saída da luz da lâmpada fluorescente que vem por trás da matriz de pixels e assim forma a imagem na frente.

A grande atualização do LCD foram as telas LED, que são basicamente um LCD que é retro ou lateralmente iluminado por LEDs em vez de uma lâmpada fluorescente. Algumas telas LED conseguem ser mais finas que as correspondentes LCD e, além disso, podem beneficiar-se de consumo elétrico pouco menor e maior contraste na imagem que as LCDs. Sem falar que os LEDs que as iluminam por trás são normalmente mais duráveis que as lâmpadas fluorescentes dos LCDs comuns. Isso mesmo, o que está no mercado atualmente por preços mais populares são as TVs LCD com retroiluminação por LEDs, no lugar das tradicionais lâmpadas de cátodo frio. Juntando o LCD com a retroiluminação por LEDs, temos TVs LCDs com imagens quase tão excelentes quanto as TVs de plasma atuais. Quase.

Quem poderá substituir as TVs de plasma?

A mesma tecnologia OLED utilizada no primeiro modelo do PlayStation Vita. Saem as micro-lâmpadas fluorescentes do plasma, entram os LEDs orgânicos como subpixels.

Engraçado que não muito tempo atrás as técnicas de fabricação do OLED não permitiam televisores Full HD com diagonais muito maiores que 27 polegadas. Aí além das melhorias na tecnologia OLED, veio o 4K e com ele as telas em formato curvo.

Embora a maioria das TVs 4K e/ou com tela curva atuais ainda usem LCD, já estão disponíveis no mercado telas OLED Full HD enormes, mas o tio Laguna não duvida que para chegarmos ao 8K com televisores razoavelmente baratos a melhor tecnologia atual seria a OLED mesmo.

Fonte: CNet via Paulo Higa e Rodrigo Ghedin.

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